L'État, c'est moi – Wikipédia, a enciclopédia livre

Luís XIV por Juste d'Egmont, 1654

L'État, c'est moi ("Eu sou o estado", lit. "o estado, esse sou eu") é um ditado apócrifo atribuído a Luís XIV, Rei da França e Navarra. Alegadamente foi dito em 13 de abril de 1655 perante o Parlamento de Paris.[1] Supõe-se que recorde a primazia da autoridade real num contexto de desafio ao Parlamento, que contesta os decretos reais proferidos em lit de Justice em 20 de março de 1655.[2] A frase simboliza a monarquia absoluta e o absolutismo.

No entanto, os historiadores contestam que esta frase, que não consta dos registros do parlamento, tenha sido realmente dita por Luís XIV,[1][3] especialmente porque no seu leito de morte, Luís XIV pronunciou uma frase, atestada, aparentemente contraditória: "Eu morro, mas o estado sempre permanecerá."[4]

A origem da frase é atribuída a Pierre-Édouard Lémontey em seu "Essai sur l'établissement monarchique de Louis XIV et sur les altérations qu'il éprouva pendant la vie de ce prince" (1818), que escreve: “O Alcorão da França estava contido em quatro sílabas e Luís XIV as pronunciou um dia: “L'État, c'est moi!”. Como apontam Olivier Chaline e Edmond Dziembowski, “se o falsificador está hoje bem esquecido, a sua invenção não acabou de ser utilizada...".[5]

Referências

  1. a b Bély 2005, p. 77
  2. Bély 2005, p. 47.
  3. Bertière, S. (2007). Mazarin: le maître du jeu. Col: Le livre de poche (em francês). [S.l.]: Fallois. ISBN 978-2-87706-635-8 
  4. «Mort de Louis XIV : "Je m'en vais, mais l'État demeurera toujours"». FIGARO. 1 de setembro de 2015. Consultado em 9 de junho de 2019 
  5. in Michel Figeac (dir), État, pouvoirs et contestations dans les monarchies française et britannique et dans leurs colonies américaines (vers 1640-vers 1780), Armand Colin, 2018, p. 8