Lélia Duarte da Silva Santos – Wikipédia, a enciclopédia livre
Lélia Duarte da Silva Santos | |
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Nascimento | 21 de julho de 1933 |
Morte | 2013 (80 anos) Rio de Janeiro, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Cônjuge | Rubens da Silva Santos |
Alma mater | Universidade de São Paulo |
Prêmios |
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Orientador(es)(as) | Josué Camargo Mendes |
Instituições | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Campo(s) | Paleontologia, paleobotânica |
Tese | Flórulas da Formação Pirabas, estado do Pará, Brasil (1972)[1] |
Lélia Duarte da Silva Santos (21 de julho de 1933 - Rio de Janeiro, 2013) foi uma pioneira paleontóloga e paleobotânica brasileira.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, era especialista em tafofloras do Cretáceo e do Quaternário, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e curadora da coleção de vegetais fósseis do Departamento de Biologia Animal e Vegetal da UERJ.[2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Lélia formou-se em Ciências Naturais, com licenciatura e bacharelado[3] e fez doutorado no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, sob orientação do professor Josué Camargo Mendes.[1] Lélia fez parte da primeira Comissão Organizadora da Associação Latinoamericana de Paleobotânica e Palinologia (ALPP), junto de outros pioneiros do continente, como Jaime Gaxiola, do México, Sergio Archangelsky, da Argentina e Gustavo Huertas González, da Colômbia.[4]
Sua contribuição para a paleobotânica brasileira foi vasta, tendo trabalhado com fósseis provenientes de diversas bacias sedimentares brasileiras de diferentes idades geológicas.[3][4] Realizou pesquisas na flora miocênica do Pará; floras quaternárias dos calcários travertinos da região Nordeste do Brasil; das bacias terciárias de Fonseca e Gandarela em Minas Gerais e os vegetais fósseis do Aptiano das Formações Santana, na Chapada do Araripe, Codó no Maranhão e Areado no oeste de Minas Gerais.[3][4]
Sendo especialista em botânica, estudou e fez o levantamento das plantas ornamentais e espécies arbóreas existentes nas matas do estado do Rio de Janeiro, em 1955, para o Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura e coordenou a Comissão de Reurbanização Florística do Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com uma publicação em 1990, sob o título: “A Vegetação do Campus da UERJ”, em comemoração aos 40 anos de fundação da universidade.[3][4]
Professora da UERJ, foi diretora do Instituto de Biologia em 1984 e chefe do Departamento de Botânica de 1969 a 1972 e Chefe do Departamento de Biologia Animal e Vegetal de 1981 a 1985.[3] Foi representante dos professores adjuntos junto ao Conselho Superior de Ensino e Pesquisas, de 1985 a 1989, e de membro da Comissão Permanente do Conselho Superior de Ensino e Pesquisas em 1988.[3] Na seção de Paleontologia do Departamento Nacional de Produção Mineral, começou seus estudos em paleobotânica, em 1956, estagiando como representante do departamento na Paleobotanic Division do Jardim Botânico de Nova Iorque e do Smithsonian Institution, no laboratório de paleontologia da Universidade da Califórnia em Berkeley, no setor de paleobotânica do Museu de História Natural de Londres, no Museu Nacional de História Natural, e no Laboratoire de la Faculté de Sciences, ambos em Paris e no Instituto de Pesquisas Paleontológicas da Universidade de Tubinga, na Alemanha.[3][4]
Foi bolsista do CNPq, com bolsas de aperfeiçoamento em 1956 e 1957 e de pesquisador, de 1958 a 1996. Publicou mais de quarenta trabalhos, foi agraciada em 1976, com a Medalha da Inconfidência, a mais alta comenda concedida pelo Governo de Minas Gerais, por sua contribuição ao desenvolvimento da paleontologia do estado de Minas Gerais.[3][4]
Vida pessoal e morte
[editar | editar código-fonte]Lélia foi casada com Rubens da Silva Santos (1918-1996), paleontólogo e primeiro paleoictiólogo do Brasil. Rubens foi chefe da seção de paleontologia do Departamento Nacional de Produção Mineral no Rio de Janeiro, de 1965 a 1969, onde importantes exemplares de vegetais fósseis foram depositados na coleção de paleobotânica do DNPM, por Lélia Duarte.[2][4]
Lélia faleceu em 2013, no Rio de Janeiro.[4][5] A coleção mantida e organizada por Lélia na UERJ recebeu o nome de Coleção Paleobotânica Lélia Duarte, em sua homenagem.[4]
Referências
- ↑ a b Duarte, Lélia (1972). Flórulas da Formação Pirabas, estado do Pará, Brasil (Tese). São Paulo: Universidade de São Paulo (USP). Consultado em 23 de setembro de 2018
- ↑ a b J.R. De Andrade Ramos (ed.). «Os paleontólogos brasileiros». Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultado em 23 de setembro de 2018
- ↑ a b c d e f g h «Lélia Duarte da Silva Santos». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 23 de setembro de 2018
- ↑ a b c d e f g h i FJ de Lima (ed.). «A CONTRIBUIÇÃO DA PALEONTÓLOGA LÉLIA DUARTE PARA A COLEÇÃO DE VEGETAIS FÓSSEIS DO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA DA UERJ». Cadernos de Cultura e Ciência Ano X URCA. Consultado em 23 de setembro de 2018
- ↑ «A Evolução Histórica do Instituto de Biologia». Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Consultado em 23 de setembro de 2018