Leonel Franca – Wikipédia, a enciclopédia livre
Leonel Franca | |
---|---|
Nome completo | Leonel Edgard da Silva Franca |
Nascimento | 06 de janeiro de 1893 São Gabriel, Rio Grande do Sul |
Morte | 03 de setembro de 1948 (55 anos) Rio de Janeiro |
Nacionalidade | Brasileiro |
Religião | Catolicismo |
Leonel Edgard da Silveira Franca (São Gabriel, 6 de janeiro de 1893 — Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1948) foi um sacerdote católico e professor brasileiro. Recebeu o Prêmio Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras, em 1947, como homenagem ao conjunto de sua obra.
Biografia
[editar | editar código-fonte]De família baiana, nasceu em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, quando seu pai, engenheiro ferroviário, trabalhava na construção de uma estrada de ferro. Tinha oito irmãos.
A família voltou à Bahia e Leonel Franca estudou inicialmente em Salvador, no Colégio Vieira, jesuítico, e aos 13 anos foi transferido para o Colégio Anchieta. Aos 14 anos teve a primeira crise cardíaca da doença que o acompanhou por toda a vida.
Entrou para a Companhia de Jesus em 1908 e em 1910 iniciou o curso de letras, próprio da formação jesuíta. Em 1912 seguia para Roma para cursar o triênio de Filosofia na Pontifícia Universidade Gregoriana.
De volta ao Brasil em 1915, iniciou o magistério no Colégio Santo Inácio (Rio de Janeiro). Lecionou história da filosofia, psicologia experimental e química no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo.
Em 1920 retornou a Roma para cursar Teologia durante quatro anos, sendo ordenado Sacerdote em 1923. No ano seguinte doutorou-se em Filosofia e Teologia e em novembro de 1925 completou, em Oia na Espanha, o último ano da formação jesuítica, a chamada "Terceira Provação". [1] [2]
Voltou ao Rio de Janeiro em 1927, e iniciou sua atuação no Centro Dom Vital como Assistente Eclesiástico desta instituição, da Ação Universitária Católica e da Associação dos Professores Católicos.
Padre Franca era muito próximo ao Cardeal Dom Sebastião Leme, Arcebispo do Rio de Janeiro e um dos principais líderes católicos da primeira metade do século XX no Brasil. Juntos dedicaram-se à defesa das ideias da Igreja Católica na área educacional. Manteve constante produção de artigos publicados em jornais e revistas. As lideranças católicas consideravam fundamental a existência de uma Universidade Católica no Brasil, e um primeiro movimento neste sentido foi a criação do Instituto Católico de Estudos Superiores, fundado em 1932 no Centro Dom Vital.[2]
No anos 30 se aproximou do Integralismo, de Plínio Salgado, sendo responsável por aprovar as Diretrizes Integralistas para publicação. As Diretrizes são um documento essencial da Doutrina Integralista, considerado o segundo mais importante da Ação Integralista Brasileira (AIB), após o Manifesto de Outubro.[3]
Foi membro do Conselho Nacional de Educação em 1931 e vice-reitor do Colégio Santo Inácio (Rio de Janeiro). Teve papel destacado na fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e foi, também, seu primeiro reitor.
Em 1947 recebeu o Prêmio Machado de Assis.[4]
Além de sua sólida formação intelectual, filosófica e teológica, ganhou fama pelas refutações a pastores e líderes protestantes brasileiros, bem como pelas polêmicas mantidas com estes, tendo escrito diversos livros para explicar e fundamentar suas posições, tais como "A Igreja, a Reforma e a Civilização", "Catolicismo e Protestantismo" e "O Protestantismo no Brasil", os quais podem ser encontrados em sebos e livrarias especializadas.
Sempre acometido de saúde frágil, morre em 03 de setembro de 1948, deixando bibliografia de forte conotação apologética católica e diversos artigos em jornais da época.
Há uma rua com o seu nome em Campinas.[5]
Obras
[editar | editar código-fonte]- Noções de História da Filosofia (1918; 2ª ed. 1921; 3ª ed. 1928; 7ª ed. 1940)
- Apontamentos de Química Geral (1919)
- A Igreja, a Reforma e a Civilização (1922)
- O Divórcio (1931; 6ª ed. 1946; 8ª ed. 1951)
- A Psicologia da Fé (1934)
- O Protestantismo no Brasil (1938) [2]
- A Crise do Mundo Moderno (1941) [6]
- Pensamentos Espirituais (1949)
- O Método Pedagógico dos Jesuítas (O Ratio Studiorum) (1952)
- Liberdade e Determinismo (1954)
- A Formação da Personalidade (1954)
- O Problema de Deus [7]
- Relações entre a Igreja e o Estado[8]
- Catolicismo e Protestantismo
- O Livro dos Salmos
Referências
- ↑ «O Jesuíta Leonel Franca». "Fundação Padre Leonel Franca"
- ↑ a b «Padre Leonel Edgar da Silveira Franca, S.J. (1940 a 1948) | PUC 70 Anos». nucleodememoria.vrac.puc-rio.br. Consultado em 13 de dezembro de 2020
- ↑ CHASIN, José (1978). O Integralismo de Plínio Salgado. São Paulo: CIÊNCIAS HUMANAS LTDA. p. 143
- ↑ «LEONEL FRANCA». Recanto das Letras. Consultado em 4 de setembro de 2024
- ↑ CEP 13041-190 - Rua Padre Leonel França - Jardim Leonor, Campinas
- ↑ A crise do mundo moderno, por Leonel Franca, Agir Editora, 3.ª Edição, Rio de Janeiro, 1951
- ↑ J, Leonel Franca S. O Problema De Deus. [S.l.]: VIDE EDITORIAL
- ↑ [1]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- O Jesuíta Leonel Franca, Fundação Padre Leonel Franca (FPLF), Rio de Janeiro, Brasil
- Pe. Leonel Franca SJ, por Francisco Ivern, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE, Brasil
- Leonel Franca Versus Protestantes: Itinerário de uma Polémica, Éber Ferreira Silveira Lima, Editora Ubel, 1995
- A crise do mundo moderno, por Leonel Franca, apresentação Henrique C. Lima Vaz, google books