Macaco-prego-das-guianas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSapajus apella

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Género: Sapajus
Espécie: S. apella
Nome binomial
Sapajus apella
(Linnaeus, 1758)
Distribuição geográfica
Mapa de distribuição
Mapa de distribuição
Sinónimos[2]
  • capillatus Gray, 1865
  • cirrifer É. Geoffroy, 1812
  • crassiceps Pucheran, 1857
  • cristatus G. Cuvier, 1829
  • fallax Schlegel, 1876
  • fistulator Reichenbach, 1862
  • frontatus Kuhl, 1820
  • hypomelas Pucheran, 1854
  • leucogenys Gray, 1866
  • lunatus Kuhl, 1820
  • monachus F. Cuvier, 1820
  • niger É. Geoffroy, 1812
  • subcristatus Gray, 1865
  • variegata Humboldt, 1812

Macaco-prego-das-guianas[3] (Sapajus apella) é uma espécie de macaco-prego, um macaco do Novo Mundo da família Cebidae e gênero Sapajus. É a espécie-tipo, Simia apella do subgênero Sapajus, e todas as espécies de macacos-pregos já foram incluídas numa única, Cebus apella, de acordo com a classificação de Hill (1960).[4][5] Groves (2001) considerou quatro espécies de macacos-pregos, e a então considerada Cebus apella possui as seguintes subespécies:[2]

  • C. a. apella
  • C. a. fatuellus
  • C. a. macrocephalus
  • C. a. margaritae
  • C. a. peruanus
  • C. a. tocantinus

Silva Jr (2001) considerou as espécies de macacos-prego da Amazônia como duas: uma do oeste amazônico, Sapajus macrocephalus; e uma do leste, Sapajus apella.[6] Alguns estudos genéticos sugerem que essas duas espécies não são separadas.[6] São reconhecidas duas subespécies de S. apella: S. a. apella e S. a. margaritae.[1]

A espécie ocorre em floresta do centro-leste da Colômbia, sul da Venezuela, Guianas e Brasil, com os limites norte definidos pelo rio Orinoco e os limites sul, sudeste e leste pela própria Floresta Amazônica, ocorrendo na Zona dos Cocais no Maranhão.[6] Os limites oeste são pouco definidos, mas, provavelmente, é por meio do interflúvio do rio Negro e rio Solimões. A subespécie S. a. magaritae é endêmica da ilha de Margarita, no litoral venezuelano. Habita todos os tipos de floresta em sua área de distribuição geográfica.[6]

Os machos possuem entre 38 e 46 cm de comprimento, e a cauda tem entre 38 e 39 cm; pesam entre 2,3 e 4,8 kg. As fêmeas pesam entre 1,3 e 3,4 kg.[6] A pelagem é comprida e densa, com o tronco tendo uma coloração marrom escura, com as partes ventrais avermelhadas ou amareladas. Os membros, o topete e a cauda são pretos.[6] A subespécie da ilha de Margarita é mais escura e possui as partes externas dos membros de cor amarelo pálida.[6]

S. apella na Guiana Francesa.

Alimenta-se predominantemente de frutos e sementes, mas também preda pequenos vertebrados. As espécies das famílias Arecaceae, Moraceae, Fabaceae e Sapotaceae são comumente consumidas.[6] Os grupos possuem entre 10 e 20 indivíduos, mas na ilha de Margarita os grupos têm entre 4 e 6 indivíduos, e os territórios são grandes, tendo entre 355 e 850 hectares.[6] A gestação é de cerca de 155 dias, e o ciclo estral de 20,8 dias. O filhote tem cerca de 210 g quando nasce. A maturidade sexual é alcançada com 5 anos de idade, e os machos só se reproduzem quando asseguram posições elevadas na hierarquia.

Macacos-prego são um item importante da dieta da harpia.[7][8]

A espécie não é considerada como em risco de extinção e a IUCN a lista como "pouco preocupante".[1] Somente a subespécie da ilha de Margarita é listada como "criticamente em perigo", e as estimativas não apontam para mais de 300 indivíduos em liberdade.[9] Apesar de ser intensamente caçado, possui distribuição ampla e ocorre em inúmeras áreas remotas e intocadas da Amazônia. A subespécie S. a. margaritae ocorre no Parque Nacional Cerro El Copey (7130 ha) e no Monumento Natural Cerro Matasiete y Guayamuri (1672 ha).[6] A subespécie S. a. apella ocorre em muitas unidades de conservação, no Brasil (como a Reserva Biológica Gurupi e o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque) e nas Guianas (como o Parque Nacional Kaieteur).[1]

Referências

  1. a b c d Rylands, A.B., Boubli, J.-P., Mittermeier, R.A., Wallace, R.B. & Ceballos-Mago, N. (2008). Cebus apella (em inglês). IUCN 2013. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2013. Página visitada em 12 de julho de 2013..
  2. a b Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. pp. 136–138. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  3. Infopédia. «macaco-prego-das-guianas | Definição ou significado de macaco-prego-das-guianas no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 2 de julho de 2021 
  4. Rylands, A.B.; Kierulff, M. C.; Mittermeier, R. A. (2005). «Notes on the taxonomy and distributions of the tufted capuchin monkeys (Cebus, Cebidae) of South America» (PDF). Lundiana. 6 (supplement): 297-110. Consultado em 13 de julho de 2013. Arquivado do original (PDF) em 20 de junho de 2015 
  5. Lynch Alfaro, J.; Silva Jr, J. S.; Rylands, A. B. (2012). «How Different Are Robust and Gracile Capuchin Monkeys? An Argument for the Use of Sapajus and Cebus». American Journal of Primatology. 74 (4): 273-286. doi:10.1002/ajp.22007 
  6. a b c d e f g h i j Anthony B. Rylands, Russell A. Mittermeier, Bruna M. Bezerra, Fernanda P. Paim & Helder L. Queiroz (2013). «Family Cebidae (Squirrel Monkeys and Capuchins)». In: Mittermeier, R.; Rylands, A.B.; Wilson, D. E. Handbook of the Mammals of the World - Volume 3. [S.l.]: Lynx. 952 páginas. ISBN 978-84-96553-89-7 
  7. Everton B. P. Miranda; Carlos A. Peres; Vítor Carvalho-Rocha; et al. (30 de junho de 2021), «Tropical deforestation induces thresholds of reproductive viability and habitat suitability in Earth's largest eagles», Scientific Reports, ISSN 2045-2322 (em inglês), 11, PMC 8245467Acessível livremente, doi:10.1038/S41598-021-92372-Z, Wikidata Q107387906 
  8. Bonilla, Juan Miguel Hernández (30 de junho de 2021). «As maiores águias do mundo estão morrendo de fome por causa do desmatamento na Amazônia». EL PAÍS. Cópia arquivada em 1 de julho de 2021 
  9. Ceballos, N. (2008). Cebus margaritae (em inglês). IUCN 2013. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2013. Página visitada em 12 de julho de 2013..
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