Madonna e religião – Wikipédia, a enciclopédia livre

Madonna em sua Rebel Heart Tour em 2015

Madonna é uma cantora e compositora ítalo-americana criada como católica (nascida em 1958), que incorporou em suas obras referências abundantes de temas religiosos de diferentes religiões e práticas espirituais, incluindo cristianismo (ou seja, catolicismo), hinduísmo, budismo, sufismo, e cabala, entre outros. Um acadêmico a descreveu como "talvez a primeira artista de nosso tempo a empregar rotineiramente e com sucesso imagens de muitas culturas espirituais e múltiplas tradições religiosas". Vários teólogos, acadêmicos, e sociólogos da religião, entre outros, estudaram a figura de Madonna em suas áreas, gerando tanto elogios quanto polêmicas. O professor Arthur Asa Berger resumiu que Madonna levantou aos autores muitas questões sobre religião.

Interesse da crítica

[editar | editar código-fonte]

O sucesso de Madonna como estrela pop internacional não pode ser desconectado da história religiosa que ela criou por meio de seu relacionamento com uma série de autoridades religiosas—católicas, hindus, e judaicas—e a quem ela incitou a responder às suas ostensivas profanações.

—Diane Winston, professora de religião e mídia (2012).[1]

Muitas obras de Madonna viram dedicadas análises de suas conotações religiosas. No livro Oh Fashion (1994), das professoras Shari Benstock e Suzanne Ferriss, o acadêmico Douglas Kellner engloba as imagens religiosas de Madonna em seus vídeos junto com outras abordagens, para depois descrevê-los como "textos culturais altamente complexos que permitem uma multiplicidade de leituras".[2] Em Religion and Popular Culture (2016), "Like a Prayer" é descrito como o vídeo mais estudado de Madonna e "talvez mais do que qualquer outro videoclipe inspirou análises acadêmicas de seus significados religiosos".[3] O acadêmico de estudos religiosos Mark D. Hulsether, abordou o impacto deste trabalho nesses campos, apontando que "necessidade de maior atenção às dimensões religiosas de outras canções populares", e vê o vídeo como estando "entre as declarações mais poderosas de alguns dos principais temas das teologias de libertação".[3]

De um modo geral, o jornalista americano Ricardo Baca explicou que muito foi escrito no mundo acadêmico sobre a influência de Madonna na cultura popular, incluindo a religião, e alguns desses comentários foram categorizados sob sua subdisciplina acadêmica de "estudos sobre Madonna".[4] O escritor americano Andi Zeisler também afirma que aulas sobre a iconografia católica de Madonna, juntamente com outras abordagens, floresceram principalmente na década de 1990.[5] O professor Thomas Ferraro documentou que no início daquela década, "o impacto de Madonna representou um quebra-cabeça expressamente religioso".[6] Principalmente naquela década, Madonna era um "tópico favorito" para fundamentalistas religiosos, que junto com outros críticos, cada um dos quais tinha sua própria opinião sobre o papel dela na sociedade americana.[3] Por outro lado, outros acadêmicos de estudos religiosos, como James R. Lewis, documentaram Madonna nas perspectivas da astrologia.[7]

Referências

  1. Winston, Diane (6 de setembro de 2012). The Oxford Handbook of Religion and the American News Media [Manual de Religião e de Mídia de Notícias Americanas da Oxford] (em inglês). Nova Iorque, EUA: Oxford University Press. p. 427. ISBN 9780195395068. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  2. Benstock, Shari; Ferriss, Suzanne (1994). On Fashion [Sobre Moda] (em inglês) ilustrada ed. Novo Brunswick, EUA: Rutgers University Press. p. 163. ISBN 9780813520339. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  3. a b c Santana, Richard W.; Erickson, Gregory (2016). Religion and Popular Culture: Rescripting the Sacred [Religião e Cultura Popular: Rescrevendo o Sagrado] (em inglês) 2ª ed. Jefferson, EUA: McFarland. p. 90–92. ISBN 9781476627083. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  4. Baca, Ricardo (5 de novembro de 2008). «25 questionable things about Madonna» [25 coisas questionáveis sobre madonna]. The Denver Post (em inglês). Digital First Media. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  5. Zeisler, Andi (14 de outubro de 2008). Feminism and Pop Culture [Feminismo e Cultura Pop] (em inglês). Estados Unidos: Seal Press. ISBN 9780786726714. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  6. Ferraro, Thomas J. (2005). Feeling Italian: The Art of Ethnicity in America [Sentindo-se Italiano: A Arte da Etnicidade na América] (em inglês). Nova Iorque, Estados Unidos: NYU Press. p. 152–153. ISBN 9780814727478. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  7. Lewis, James R. (2003). The Astrology Book: The Encyclopedia of Heavenly Influences [O Livro de Astrologia: A Enciclopédia das Influências Celestiais] (em inglês) ilustrada, comentada ed. Canton, Estados Unidos: Visible Ink Press. p. 712. ISBN 9781578591442. Consultado em 4 de dezembro de 2022