Maragatos – Wikipédia, a enciclopédia livre
Maragatos foram os sulistas que iniciaram a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, no ano de 1893, em protesto contra a política exercida pelo governo federal, representada na província por Julio de Castilhos. Os maragatos eram identificados pelo uso de um lenço vermelho no pescoço, simbolizando sua oposição.[1]
O termo tinha uma conotação pejorativa, atribuída pelos legalistas aos revoltosos liderados por Gaspar da Silveira Martins, eminente tribuno, e o caudilho estrategista Gumercindo Saraiva, que deixaram o exílio no Uruguai e entraram no Rio Grande do Sul à frente de um exército de lenços vermelhos.[2]
Como o exílio havia ocorrido em região do Uruguai, colonizada por pessoas originárias da Maragateria (na Espanha), os republicanos, então chamados Pica-paus, os apelidaram de Maragatos, buscando caracterizar uma identidade estrangeira aos federalistas.
Com o tempo, o termo perdeu a conotação pejorativa e assumiu significado positivo, aceito e defendido pelos federalistas e seus sucessores políticos.
Na Revolução de 1923, desencadeada contra a permanência de Borges de Medeiros no governo do estado, novamente a corrente maragata rebelou-se, liderada pelo diplomata e pecuarista Assis Brasil. Seus antagonistas que detinham o governo, eram chamados no Rio Grande do Sul, de Ximangos, comparando-os à ave de rapina. O lenço vermelho identificava o Maragato. O lenço branco identificava o Pica-Pau e o Ximango (Situação).
O movimento originou, no Rio Grande do Sul, o Partido Libertador, de grande influência regional.[3]
Referências
- ↑ - Os 120 anos do Cerco da Lapa e o preço da consolidação da República Floriano Peixoto implantou uma ditadura militar no início da República e com isso gerou uma série de rebeliões. O Cerco da Lapa faz parte desse cenário de luta pelo poder e de debilidade política Jornal Paranaense - Gazeta do Povo
- ↑ «Chimangos e Maragatos Origem dos Termos. - Sites - Portal das Missões». www.portaldasmissoes.com.br. Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ «Maragatos, Chimangos e Pica-Paus: Entenda de uma vez por todas – Linha Campeira». Consultado em 14 de novembro de 2019
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- FRANCO, Sergio da Costa. 13º Caderno. O PARTIDO FEDERALISTA DO RIO GRANDE DO SUL (1892-1928).
- Edição eletrônica Memorial do Rio Grande do Sul.