Miranda de Ebro – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Município | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | mirandés, -sa | |||
Localização | ||||
Localização do município na província de Burgos | ||||
Localização de Miranda de Ebro na Espanha | ||||
Coordenadas | 42° 41′ N, 2° 56′ O | |||
País | Espanha | |||
Comunidade autónoma | Castela e Leão | |||
Província | Burgos | |||
Comarca | Ebro | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 101,33 km² | |||
População total (2021) [1] | 35 528 hab. | |||
Densidade | 350,6 hab./km² | |||
Altitude | 471 m | |||
Código postal | 09200 | |||
Código do INE | 09219 | |||
Website | www |
Miranda de Ebro é um município da Espanha na província de Burgos, pertencente à comarca de Ebro, na comunidade autónoma de Castela e Leão. Está localizada a noroeste da província, limitando com os territórios de Álava e La Rioja. Tem 101,33 km² de área e em 2021 tinha 35 528 habitantes (densidade: 350,6 hab./km²),[1] sendo a segunda cidade mais populosa da província, atrás apenas da capital, Burgos.
No plano econômico, tem uma forte característica industrial e é um importante entroncamento de comunicação e transporte, especialmente o ferroviário. As indústrias química e de papéis são seus dois pontos fortes. Num raio de 80 quilômetros, se encontram as cidades de Bilbau, Burgos, Logronho e Vitória.
Apesar de haver sinais de povoamento em sua área desde a Idade do Ferro, a primeira menção de Miranda de Ebro na história se deu em 757. O rei Afonso VI de Leão concedeu à vila um importante foral em 1099 e dois séculos depois o comércio mirandês ganhou importância graças às feiras. Com a chegada da ferrovia à vila, em 1862, marcou um ponto de flexão na economia da área e provocou a industrialização na cidade durante todo o século XX.
História
[editar | editar código-fonte]Os primeiros vestígios que se tem sobre a cidade se datam da Idade do Ferro. A três quilômetros de Miranda se situa o sítio arqueológico romano de Arce-Miráperez, onde, segundo os últimos estudos, se localizava antiga cidade de Deóbriga.[2] Na área também existem vestígios romanos em municípios pertos, como Cabriana e Puentalarrá.
Na Crónica Albeldense, que narra a expedição que levou à morte o rei Afonso I das Reino das Astúrias às margens do rio Ebro em 757, há relatos que se referem a localidades destruídas, sendo que entre elas está Miranda, sob o nome de Mirandam. No ano de 840, o bispo Juan de Valpuesta inclui Miranda e seu entorno na Diocese de Valpuesta, criando no lugar diversos monastérios, como o de São Mamés, La Colina e São Martim do Aço, todos na volta dos Montes Obarenes.
Depois do assassinato de Sancho Garcês IV de Pamplona, Biscaia, Álava, La Rioja e a Família Real reconheceram Afonso VI como rei, passando assim Miranda de Ebro às mãos do Reino de Castela em 1076. Afonso VI, para consolidar seu poder, concedeu à vila o foro de Miranda de Ebro. Em 1254 Miranda tem seu comércio consolidado, graças à concessão que Afonso X de Castela faz para a Feira de Maio, a que se somaria em 1332 com a Feria do Anjo, concessão de Afonso XI.
Geografia
[editar | editar código-fonte]Localização
[editar | editar código-fonte]A cidade de Miranda de Ebro se localiza no nordeste da província de Burgos, a 80 quilômetros da capital, Burgos, na comunidade autônoma de Castela e Leão. As coordenadas da cidade são 42º 41' 6" norte e 2º 55' 60" oeste. Possui um território de 101,33 km², um perímetro de 72 312 metros e se encontra a 471 metros acima do nível do mar, segundo o Instituto Geográfico Nacional da Espanha. Limita-se a norte com a província de Álava, a sul com a província de La Rioja e a oeste se une com a província através dos Montes Obarenes.
Hidrografia
[editar | editar código-fonte]E O território é cortado pelo rio Ebro, o qual divide a cidade em duas zonas destintas por sua antiguidade: a parte histórica, nomeada Aquende (margem direita); e a parte moderna, chamada de Allende (margem esquerda). Além disso, desembocam no Ebro os rios Bayas, Zadorra e Oroncillo.
Na área há rios subterrâneos e aquíferos, como o Valverde e o La Calera. O abastecimento de água na cidade se dá graças a extração desses aqüíferos. Antigamente havia diversos lagos e banhados que foram desaparecendo, mas há projetos de recuperação.[3]
Orografia
[editar | editar código-fonte]Miranda de Ebro se encontra em uma planície rodeada por uma cadeia de montanhas correspondentes aos Montes Obarenes, com saída natural pelo cânion de Pancorbo a oeste em direção a Burgos; as Conchas de Haro a sudeste em direção a La Rioja e o cânion de La Puebla de Arganzón a noroeste em direção ao País Basco.
A litologia mirandesa é constituída em grande parte por terrenos de argila, calcário e arenito formados nos períodos Oligoceno e Cretáceo. Perto da cidade, assim como em terras de La Rioja e Álava, está a montanha de Toloño e Peñacerrada, cujas origens são vulcânicas. Entre as diferentes alturas que rodeiam a cidade, se destaca a Cruz de Motrico (861 metros), nos Montes Obarenes.
Clima
[editar | editar código-fonte]O clima de Miranda de Ebro é o mediterrânico, tendo como variedade a influência continental. Tal característica está sendo influenciada pelas condições industriais.[4] Os invernos são frios, com geadas e nevoeiros muito frequentes enquanto a neve está cada vez mais ocasional, mas em grande quantidade. As temperaturas médias mínimas estão entre 3 e 6 °C. O verão é quente (não tanto quanto na região do planalto, nomeado na região como meseta central). As temperaturas médias máximas oscilam entre os 18 e 22 °C. O período de seca acontece em um dos três meses dessa estação. As temperaturas médias anuais estão entre 10 e 14 °C.
Os ventos predominantes em Miranda de Ebro são o norte e o noroeste. A chuva, em seu território, não é frequente, mas é possível que aconteça inundações do rio Ebro, assim como em casos de neve.
Política
[editar | editar código-fonte]Em 2007, o prefeito do município era Fernando Campo Crespo, do Partido Socialista Operário Espanhol, que ocupa o cargo desde 2003, ainda que o governo local esteja formado pela coalizão PSOE - Izquierda Unida/Los Verdes[5].
Nas eleições municipais de 2007[6], dos 21 vereadores a eleger, o PSOE obteve dez cadeiras (com 43,49% dos votos); o Partido Popular conseguiu nove vereadores (com 38,59%) e a Izquierda Unida/Los Verdes elegeu dois vereadores (num total de 11,39% dos votos). Nem o Tierra Comunera nem o Solución Independiente, partidos de expressão na [[espanha, obtiveram representação municipal, com 2,48% e 2,25% do total de votos. Existem outros dois partidos de âmbito local que, mesmo em funcionamento, não concorreram às eleições municipais, que são o INCIDE e a Esquerda Mirandesa (IM), ambos de ideologia esquerdista. A junta do governo está presidida pelo prefeito.
O ayuntamiento de Miranda de Ebro se estrutura em diferentes áreas: Fazenda, Controle de Gastos, Reorganização Administrativa e Finanças, Indústria e Meio Ambiente, Urbanismo e Habitação, Igualdade, Educação e Saúde, Promoção Industrial, Comercial e Turística, Cultura, Esportes e Participação Cidadã, Juventude e Festas, Público, Emprego e Ofícios, Segurança Pública e Controle do Tráfico, Serviços Sociais e de Obras e Infra-estruturas.
O ayuntamiento está localizada na Praça de España, no centro do centro histórico da cidade. Junto ao edifício principal se localizam as oficinas municipais e o Serviço de Atenção Cidadã (SAC). Em 1909, o ayuntamiento de Miranda recebeu o tratamento de Excelência por parte do rei Afonso XIII.
Símbolos
[editar | editar código-fonte]A etimologia de Miranda de Ebro não está totalmente clara: enquanto alguns autores asseguram que a origem da palavra Miranda deriva do radical Mira, da língua celta, outros acreditam que possui origem latina cujo significado é "lá há o que se admirar". Quanto a partícula de Ebro, provém de sua referência maior, o rio Ebro.
O certo é que a primeira vez na história que aparece documentado o nome Miranda é na Crônica Albeldense, onde se menciona a expedição que levou à morte o rei Afonso I das Reino das Astúrias no ano de 757. Em tal relato, que se refere a localidades destruídas, se encontra Mirandam.
O brasão de Miranda de Ebro foi outorgado pelo rei Carlos I, em 1535. É descrito como um brasão simples, arredondado, fundo azul e em seu centro uma ponte de seis arcos sobre o rio Ebro. Na parte superior há um castelo dourado com uma torre principal e duas torres menores. Nos dois cantos do castelo aparecem duas águias, na atitude de defender.
A bandeira de Miranda possui referências dentre as datas de 1592 e 1614, em um livro de gastos municipal correspondente a esse período. O certo é que a bandeira se instituiu oficialmente no dia 24 de março de 1626. Se trata de uma bandeira simples com o fundo vermelho. No seu centro está o escudo do município. Se acreditava que a bandeira datava de 18 de dezembro de 1797, o que provocou confusão durante séculos; mas graças à descrição de 1626 soube-se o real. Mesmo que não sendo um símbolo heráldico, o hino de Miranda de Ebro também representa a cidade.
Demografia
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «Cifras oficiales de población resultantes de la revisión del Padrón municipal a 1 de enero» (ZIP). www.ine.es (em espanhol). Instituto Nacional de Estatística de Espanha. Consultado em 19 de abril de 2022
- ↑ Estudo arqueológico realizado em Arce-Mráperez. Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.(em castelhano)
- ↑ La Junta de Castilla y León recuperará el entorno de El Lago como humedal para aves.(em castelhano)
- ↑ El clima urbano y la isla de calor en Miranda de Ebro de Roberto Martínez de Salinas Estébanez, ISSN 0212-1875
- ↑ Miranda de Ebro - Notícias.(em castelhano)
- ↑ El País sobre as eleições em Miranda de Ebro.(em castelhano)