Ilha de Mosqueiro – Wikipédia, a enciclopédia livre
| ||
---|---|---|
Distrito do Brasil | ||
Portal na entrada da ilha | ||
Localização | ||
Coordenadas | ||
Estado | Pará | |
Município | Belém | |
História | ||
Criado em | 6 de julho de 1895 (129 anos) | |
Características geográficas | ||
Área total | aprox. 212 km² | |
População total | 50,000 hab. |
A Ilha de Mosqueiro é um distrito administrativo do município brasileiro de Belém (estado do Pará) e uma das 42 ilhas que integram a região insular (de 329,9361 km²) de Belém, sendo a segunda maior ilha da região, com uma área 211,7923 km².[1] Possui 17 km de praias de água doce com movimento de maré.
É uma ilha fluvial localizada na costa oriental da baía do Marajó, circundada ao norte pela praia da Baía da Sol, ao leste pelo Furo das Marinhas e ao sul pela Baía de Santo Antônio, ficando a uma distância de 32 km ao norte da cidade (em linha reta)[1] e a 75 km de distância, por estrada, do centro de Belém.[2]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]O termo "Mosqueiro" é uma corruptela originado da antiga prática do "moqueio" (moka'e) do peixe pelos indígenas tupinambás que habitavam a ilha.[3][4] Tal fato é corroborado pela Grande Enciclopédia da Amazônia, que narra:
(...) esse serviço de moqueio de peixe para conservá-lo até seu transporte à cidade de Belém, onde era negociado. Dessa atividade primitiva, surgiria a expressão para a «ilha do moqueio» que, através dos anos, transformar-se-ia em «ilha do mosqueiro» e que nada tem a ver com o inseto mosca.[3]
História
[editar | editar código-fonte]Ocupação
[editar | editar código-fonte]Em Mosqueiro, os colonizadores se estabelecem nos terrenos altos, os "caris” na língua indígena, próximo da enseada, onde dispunham de segurança para suas embarcações. Quando chegaram à ilha, os portugueses já encontraram os índios Tupinambás (os “filhos de Tupã”), que fugiram do Nordeste após as invasões estrangeiras no litoral brasileiro. Bastante evoluídos para a época, esses indígenas sabiam falar a língua geral, o Nheengatu, devido ao contato mantido com os europeus. Ma foi a partir do ciclo da borracha que a vila entrou num processo de grandes mudanças. Junto com Belém, Mosqueiro passou a conviver com a riqueza e o luxo e a usufruir as benesses trazidas pelo acelerado desenvolvimento registrado na capital. Chegaram os ingleses da Pará Electric Railways Company, responsáveis pela instalação de energia elétrica e de meios de transportes interno. Vieram também alemães, franceses e norte-americanos, funcionários de companhias estrangeiras, como a Port of Pará e a Amazon River.
A valorização da ilha, balneário distante 70 quilômetros do centro de Belém por rodovia, teve início no final do século XIX e está ligada ao ciclo da borracha. Foram os estrangeiros — atraídos pelo boom da economia da capital — os primeiros a valorizar a Mosqueiro como local de veraneio. Eles construíram os casarões que ainda hoje podem ser vistos em torno da orla das praias do Farol, Chapéu Virado, Porto Arthur e Murubira. Os “barões da borracha” encamparam a descoberta. Começava assim o processo de ocupação da ilha, pois o rio era então o único meio de acesso dessa incipiente ocupação. A expansão vigorosa do processo ocorreria somente em 1968 com a inauguração da estrada, interligada por balsa. Foi um marco para a aceleração da especulação imobiliária, que se expandiu em direção às praias do Ariramba e São Francisco. A partir de 1976, a ocupação voltou a se intensificar com a construção da ponte Sebastião Oliveira.
No início dos anos 80 os velejadores descobriram as potencialidades da ilha para a prática de windsurf e vela. Por mais de vinte anos, Mosqueiro foi lugar obrigatório para iatistas paraenses, bem como nomes conhecidos como os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt. Por isso, um pequeno grupo de velejadores, junto com amantes do kitesurf, ainda tenta manter acesa a "vela" no Mosqueiro, prática que tanto embeleza e dá vida nos dias quentes da ilha.
Construção da ponte
[editar | editar código-fonte]Com seus 1.457,35 metros, a ponte Sebastião R. de Oliveira é a principal via de acesso ao distrito. A obra encurtou a distância de Mosqueiro com o centro da capital, deixando-a muito mais acessível à população e atraindo um número cada vez maior de visitantes. Antes da construção da ponte, que ocorreu no dia doze de janeiro de 1976, o deslocamento até a ilha era realizado somente por navios. Esse tipo de transporte garantiu a travessia para o outro lado do continente, por quase meio século. Com a conclusão da ponte, Mosqueiro ganhou ares de cidade grande, belas mansões e prédios.
Lendas da ilha de Mosqueiro
[editar | editar código-fonte]Pontos turísticos
[editar | editar código-fonte]Praias
[editar | editar código-fonte]A Ilha do Mosqueiro oferece diversas praias, entre elas destacam-se: Praia do Farol, Praia do Bispo, Praia Grande, Praia Marahú, Praia do Paraíso e a Praia do Chapéu Virado.
- Praia do Areião (Vila)
- Praia do Ariramba
- Praia do Bacuri
- Praia da Baía do Sol
- Praia do Bispo (Vila)
- Praia da Camboinha (Baia do Sol)
- Praia do Cachimbo (Caruara)
- Praia da Croa (Baia do Sol)
- Praia do Carananduba
- Praia do Caruará
- Praia do Chapéu Virado
- Praia da Conceição[nota 1]
- Praia do Farol
- Praia da Fazendinha
- Praia da Praia Grande (Baía do Sol)
- Praia do Marahú
- Praia do Murubira
- Praia do Paissandu
- Praia do Paraíso
- Praia do Porto Arthur
- Praia da Praia Grande
- Prainha do Farol
- Praia de São Francisco
Construções
[editar | editar código-fonte]- Pórtico do Mosqueiro
- Praça Cipriano Santos (Vila)
- Praça da Conceição (Carananduba)
- Praça Princesa Isabel (Vila)
- Praça do Dr. Patriarca Zacharias Mártyres (Farol)
- Praça do Chapéu Virado
- Mercado Municipal de Mosqueiro
- Mercado Municipal do Chapéu Virado
- Terminal Rodoviário de Mosqueiro (Rodoviária Artur Pires Teixeira)
- Forte do Bispo (Praia do Bispo)
- Trapiche Municipal (fechado)
- Tapiocaria de Mosqueiro (Vila)
- Barracas com comidas típicas, localizadas na praça matriz (vatapá, maniçoba, arroz paraense, tacacá, caruru etc.)
Igrejas centenárias
- Capela do Sagrado Coração de Jesus (Chapéu Virado) - Inaugurada em 1909. [5]
- Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó (Vila) - Inaugurada em 1868.
- Paróquia de Nossa Senhora da Conceição (Carananduba)
Esportes
[editar | editar código-fonte]A ilha de Mosqueiro possui uma equipe profissional de futebol: o Pedreira Esporte Clube, que disputa a Segunda divisão do Campeonato Paraense.[6] A equipe, apelidada de “Gigante da Ilha”, foi fundada em 7 de setembro de 1925, e seu melhor resultado foi em 1995, quando alcançou o quinto lugar.
Notas
- ↑ Entre as praias do Carananduba e Maraú existe uma praia deserta que não é utilizada por conta do difícil acesso.
Referências
- ↑ a b Anuário Estatístico do Município de Belém - 2011 (2011). «Caracterização do Território» (PDF). Prefeitura municipal de Belém. Consultado em 7 de setembro de 2015
- ↑ «Ilha do Mosqueiro». Mila Pelo Mundo. Consultado em 27 de janeiro de 2023.
Uma pequena ilha situada ao norte de Belém. São 75 km de estrada até Mosqueiro.
- ↑ a b Carlos Roque (1968). Grande enciclopédia da Amazônia, Volume 4. [S.l.]: Amazônia Editora. 1815 páginas
- ↑ Associação Paraense de Escritores (1990). Revista da A.P.E., Volumes 5-7. [S.l.: s.n.] 9 páginas
- ↑ Palmeira, Cleiton. «Um pouco do Patrimônio Cultural do Mosqueiro». Consultado em 2 de maio de 2022
- ↑ Marcos Augusto Gonçalves, e Walter de Mattos Junior (2001). Enciclopédia do futebol brasileiro, Volume 2. [S.l.]: Areté Editorial. 559 páginas. ISBN 9788588651012