Multilinguismo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Uma lata de lixo em Seattle, Estados Unidos, rotulada em quatro idiomas: inglês, chinês, vietnamita e espanhol
Placa em inglês e francês no Canadá, país oficialmente bilíngue
Placa nas línguas mongol, chagatai, chinês, tibetano e manchu em Chengde, na China

Multilinguismo é o conhecimento de mais de uma língua. Pessoas multilíngues superam numericamente os falantes monolíngues na população do mundo.[1] O multilinguismo está se tornando um fenômeno social regido pelas necessidades da globalização e da abertura cultural.[2] A facilidade de acesso à informação através da Internet, a exposição das pessoas a múltiplas línguas é cada vez mais frequente, levando a aprender diferentes línguas. Indivíduos que falam mais de duas línguas são chamadas de poliglotas.[3]

Numa extremidade duma espécie de continuum linguístico pode-se definir o multilinguismo como competência completa e domínio de mais de uma língua.

O termo bilinguismo, aplicado ao indivíduo, significa a capacidade de expressar-se em duas línguas.[4] Numa comunidade, é a situação em que os falantes usam duas ou mais línguas alternadamente.[5] Segundo a ONU, há 191 países independentes, e que o mundo tem hoje algo entre três e dez mil línguas (dependendo do conceito adotado), sendo mais da metade da população mundial é bilíngue ou multilíngue. Estudos recentes comprovaram que crianças expostas desde cedo a dois ou mais idiomas desenvolvem maior velocidade de raciocínio e conseguem aprender mais rápido.[6]

O bilinguismo pode ocorrer em diversas situações, como:

Plurilinguismo

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O plurilinguismo se configura como um aspecto individual. Trata-se de sujeitos que conhecem e usam mais de uma língua nas suas práticas cotidianas, ainda que vivam em uma sociedade monolíngue. Grupos sociais específicos podem ser multilíngues, mas com um plurilinguismo restrito, ou seja, nem todos que participam do grupo precisam necessariamente saber mais de uma língua[9].

Em indivíduos

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Uma pessoa multilíngue é alguém que consegue se comunicar em mais de uma língua. Uma pessoa multilíngue é normalmente denominada poliglota.[10][11]

Habilidade cognitiva

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Pessoas que sabem mais de uma língua foram reportadas como sendo mais adeptas da aprendizagem de línguas do que as monolíngues.[12] Os multilíngues altamente proficientes em duas ou mais línguas foram reportados como tendo uma função executiva melhorada ou mesmo com risco reduzido de demência.[13][14][15][16][17] Mais recentemente, no entanto, esta afirmação tem sido alvo de fortes críticas,[18][19] com repetidas falhas na replicação.[20][21]

Referências

  1. «A Global Perspective on Bilingualism and Bilingual Education (1999), G. Richard Tucker, Carnegie Mellon University». Consultado em 2 de agosto de 2011. Arquivado do original em 22 de agosto de 2012 
  2. «The importance of multilingualism». multilingualism.org. Consultado em 16 de setembro de 2010 
  3. «Polyglot - definition of polyglot by the Free Online Dictionary, Thesaurus and Encyclopedia». Thefreedictionary.com. Consultado em 10 de julho de 2010 
  4. SAUNDERS, George. Bilingual children: From birth to teens. England: Multilingual Matters, 1988. p. 8
  5. Sobre, Algo. «Bilinguismo - Algo Sobre». Algo Sobre Vestibular, Enem e Concurso. Consultado em 16 de janeiro de 2020 
  6. a b Da redação (15 de dezembro de 2015). «Os benefícios de crescer num lar bilíngue». Portal Deutsche Welle. Consultado em 16 de dezembro de 2015 
  7. «Bilinguismo». Há Mouro na Costa. 7 de março de 2006. Consultado em 16 de janeiro de 2020 
  8. «Maple Bear™ Canadian Early Childhood Program». Maple Bear. 15 de fevereiro de 2006. Consultado em 16 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 15 de fevereiro de 2006 
  9. OLIVEIRA, Gilvan. «O futuro da linguagem» 
  10. «The Cult of the Polyglot - LATG». web.archive.org. 6 de setembro de 2016. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  11. Erard, Michael. (2012). Babel no more : the search for the world's most extraordinary language learners 1st Free Press hardcover ed ed. New York: Free Press. ISBN 978-1-4516-2825-8. OCLC 694395290 
  12. Kaushanskaya, Margarita; Marian, Viorica (1 de agosto de 2009). «The bilingual advantage in novel word learning». Psychonomic Bulletin & Review (em inglês). 16 (4): 705–710. ISSN 1531-5320. doi:10.3758/PBR.16.4.705 
  13. Bialystok, Ellen; Martin, Michelle M. (2004). «Attention and inhibition in bilingual children: evidence from the dimensional change card sort task». Developmental Science (em inglês). 7 (3): 325–339. ISSN 1467-7687. doi:10.1111/j.1467-7687.2004.00351.x 
  14. Bialystok, Ellen; Craik, Fergus I. M.; Grady, Cheryl; Chau, Wilkin; Ishii, Ryouhei; Gunji, Atsuko; Pantev, Christo (1 de janeiro de 2005). «Effect of bilingualism on cognitive control in the Simon task: evidence from MEG». NeuroImage. 24 (1): 40–49. ISSN 1053-8119. doi:10.1016/j.neuroimage.2004.09.044 
  15. «How the Brain Benefits from Being Bilingual». TIME. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  16. Atkinson, Amy (31 de agosto de 2016). «Does Bilingualism Delay the Development of Dementia?». Journal of European Psychology Students. 7 (1): 43–50. ISSN 2222-6931. doi:10.5334/jeps.375 
  17. «How a second language can boost the brain». Knowable Magazine | Annual Reviews. 29 de novembro de 2018. doi:10.1146/knowable-112918-1 
  18. Yong, Ed (10 de fevereiro de 2016). «The Bitter Fight Over the Benefits of Bilingualism». The Atlantic (em inglês). Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  19. Lehtonen, Minna; Soveri, Anna; Laine, Aini; Järvenpää, Janica; de Bruin, Angela; Antfolk, Jan (2018). «Is bilingualism associated with enhanced executive functioning in adults? A meta-analytic review.». Psychological Bulletin (em inglês). 144 (4): 394–425. ISSN 1939-1455. doi:10.1037/bul0000142 
  20. de Bruin, Angela; Treccani, Barbara; Della Sala, Sergio (4 de dezembro de 2014). «Cognitive Advantage in Bilingualism: An Example of Publication Bias?». Psychological Science (em inglês). 26 (1): 99–107. ISSN 0956-7976. doi:10.1177/0956797614557866 
  21. Paap, Kenneth R.; Johnson, Hunter A.; Sawi, Oliver (1 de agosto de 2015). «Bilingual advantages in executive functioning either do not exist or are restricted to very specific and undetermined circumstances». Cortex. 69: 265–278. ISSN 0010-9452. doi:10.1016/j.cortex.2015.04.014 

Ligações externas

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