Nem-nem – Wikipédia, a enciclopédia livre

O termo "nem-nem" (de "nem trabalha, nem estuda") refere-se à população jovem fora do mercado de trabalho e de instituições educacionais.[1][2] Equivale em espanhol ao termo "nini" (ni estudia, ni trabaja)[3] e à sigla em inglês "NEET" para a expressão "not in education, employment, or training", algo como "fora da educação, emprego e formação profissional".[4] Esta é uma classificação do governo usada primeiramente no Reino Unido e que logo depois passou a ser utilizada em outros países, inclusive no Japão. No Reino Unido, o termo compreende pessoas com faixa etária entre 16 e 18 anos. No Japão, o termo compreende pessoas de idade entre 15 e 34 anos que são desempregadas, solteiras, não registradas na escola, não procuram trabalho ou o treinamento profissional necessário para trabalhar.

A população desalentada difere daqueles considerados "nem-nem". Os jovens em situação de "nem-nem" constam como parte da População Economicamente Ativa, entre os quais constam aqueles que tomaram alguma iniciativa para encontrar oportunidades de trabalho. O desalento, por sua vez, engloba cidadãos que desistiram da busca por emprego após não obter sucesso na procura, condição especialmente observada na parcela da população considerada vulnerável socioeconomicamente,[5] especialmente pessoas declaradas do gênero feminino, cor ou raça preta e parda, em situação de pobreza extrema.

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, o percentual de jovens “nem nem” foi de 23% para a faixa etária dos 15 a 29 anos.[6] O número subiu 0,5 pontos percentuais em relação ao ano de 2015 (22,5%), em que o país vivia a crise econômica iniciada em 2014, 3 pontos em relação à 2014 (20%) e 3,3 frente à 2005 (19,7%).[2]

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2020, 35,9% dos adultos entre 18 e 24 anos não estavam nem na escola nem empregados. Segundo a mesma organização, em 2018 o índice era de 30,6%.[7] Na América do Sul, esse desempenho só é melhor que os da Guiana, Venezuela, Peru e Colômbia, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).[8][9][10]

Percentual de nem-nem por Estado

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Percentagem de jovens que não estudam e nem trabalham por Estado do Brasil.[11]
Unidade federativa Parcela
nem-nem (%)
Ano
 Acre 32,2 3° tri/21
 Alagoas 34,1 3° tri/21
 Amapá 34,9 3° tri/21
 Amazonas 27,2 3° tri/21
Bahia Bahia 27,9 3° tri/21
 Ceará 30,1 3° tri/21
 Distrito Federal 20,2 3° tri/21
 Espírito Santo 20,2 3° tri/21
 Goiás 20,3 3° tri/21
 Maranhão 36 3° tri/21
 Mato Grosso 19 3° tri/21
 Mato Grosso do Sul 18,7 3° tri/21
 Minas Gerais 19,9 3° tri/21
Pará Pará 26,6 3° tri/21
 Paraíba 31,4 3° tri/21
 Paraná 16,9 3° tri/21
 Pernambuco 31,5 3° tri/21
 Piauí 25,9 3° tri/21
 Rio de Janeiro 25,2 3° tri/21
 Rio Grande do Norte 30,8 3° tri/21
 Rio Grande do Sul 17,4 3° tri/21
 Rondônia 18,9 3° tri/21
 Roraima 28,2 3° tri/21
 Santa Catarina 13,1 3° tri/21
 São Paulo 20,6 3° tri/21
 Sergipe 29,7 3° tri/21
 Tocantins 24,5 3° tri/21
Brasil Brasil 23,7 3° tri/21

Referências

  1. «Geração "nem-nem": nem estuda nem trabalha - UOL Educação». educacao.uol.com.br. Consultado em 3 de agosto de 2017 
  2. a b «Os jovens "nem nem" - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 13 de setembro de 2017 
  3. «nini, en redonda y en una sola palabra» (em espanhol) 
  4. Geração dos jovens ‘nem-nem’ cresce em 30 países, diz OIT
  5. «Quem são os desalentados no Brasil? | Blog do IBRE». blogdoibre.fgv.br. Consultado em 15 de novembro de 2022 
  6. «No Brasil, cerca de 11 milhões de jovens não estudam e nem trabalham». Agência IBGE Notícias. 29 de outubro de 2019. Consultado em 11 de abril de 2023 
  7. CartaCapital (16 de setembro de 2021). «Piso salarial de professores brasileiros é o menor de 40 países, aponta OCDE». CartaCapital. Consultado em 16 de setembro de 2021 
  8. «Número de jovens fora do mercado de trabalho, de programas de educação ou treinamento preocupa, apesar de queda na taxa de desemprego». International Labour Organization (ILO). 7 de agosto de 2024. Consultado em 13 de agosto de 2024 
  9. «"Nem-nem": Número de jovens fora do mercado de trabalho, programas de educação ou treinamento continua uma preocupação, aponta relatório da OIT». Organização das Nações Unidas (ONU). Consultado em 13 de agosto de 2024 
  10. «A proporção de jovens 'nem-nem' no Brasil chega a 20,6%». Valor Econômico. 11 de agosto de 2024. Consultado em 13 de agosto de 2024 
  11. «Nordeste e norte tem a maior concentração de jovens nem-nem». Valor Globo. 10 de fevereiro de 2022 

Ligações externas

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