Operação Shingle – Wikipédia, a enciclopédia livre

Operação Shingle
Campanha da Itália, Segunda Guerra Mundial

Soldados americanos desembarcando em Anzio, ao fim de janeiro de 1944.
Data 22 de janeiro5 de junho de 1944
Local Anzio e Nettuno, Itália
Desfecho Vitória dos Aliados
Beligerantes
 Estados Unidos
 Reino Unido
Canadá Canadá
Resistência italiana
Alemanha Nazista Alemanha Nazista
República Social Italiana
Comandantes
Estados Unidos Mark W. Clark
Estados Unidos John P. Lucas
Estados Unidos Lucian Truscott
Reino Unido Harold Alexander
Alemanha Nazista Albert Kesselring
Alemanha Nazista Eberhard von Mackensen
Forças
Inicialmente:
36 000 soldados e
2 300 veículos

No auge:
150 000 soldados e
1 500 canhões
Inicialmente:
20 000 soldados alemães, + 4 600 soldados italianos

No auge:
135 000 soldados alemães
+ dois batalhões italianos
Baixas
43 000 baixas
(7 000 mortos, 36 000 feridos ou desaparecidos)[1]
40 000 baixas
(5 000 mortos, 30 500 feridos ou desaparecidos, 4 500 capturados)[1]

A Operação Shingle foi uma operação anfíbia conduzida pelos Aliados durante a Campanha da Itália contra forças alemãs e italianas nas cidades de Anzio e Nettuno, na costa oeste da Itália. A ofensiva foi comandada pelo general americano John P. Lucas que pretendia flanquear as tropas alemãs na Linha de inverno e atacar Roma. A batalha na região de Anzio duraria meses.[2]

O sucesso do desembarque (realizado a 22 de janeiro de 1944) e da tomada da região dependia completamente do elemento surpresa e na rapidez da força invasora de se estabelecer para derrotar a reação do inimigo. Atrasos dariam tempo para que os alemães ocupassem a região montanhosa e, consequentemente, encurralassem os atacantes na cabeça de praia. O tenente-general Mark Clark, comandante do 5º Exército americano, sabia desta situação mas não pediu pressa ao general Lucas, que queria fortalecer sua posição para revidar possíveis contra-ataques.[3]

O desembarque inicial foi bem sucedido e surpreendeu os alemães, que ofereceram pouca resistência, e um jipe americano de reconhecimento chegou até mesmo a periferia de Roma. Contudo, o general Lucas hesitou e não capitalizou na vantagem inicial e atrasou seu avanço até que ele tivesse mais homens e equipamentos disponíveis.[3]

Enquanto os americanos hesitavam, o marechal Albert Kesselring, comandante das tropas alemãs na Itália, moveu rapidamente todas as unidades disponíveis para tentar cercar e reagir ao desembarque Aliado em Anzio. Ocupando as principais montanhas na região, ele tinha uma visão clara de todas as posição inimigas na área. Os alemães inundaram os pântanos com água salgada, para desacelerar o avanço inimigo e ainda tentar espalhar doenças entre eles. Os nazi-fascistas iniciaram bombardeios contínuos sobre as praias, pântanos, portos e qualquer outra instalação militar a vista.[3]

Em 29 de janeiro, os Aliados voltaram a avançar. Dias depois, os alemães contra-atacaram. A luta seguiu-se por semanas, com nenhum lado conseguindo alguma vitória significativa. Em fevereiro, o general John P. Lucas foi substituído por Lucian Truscott. Foi somente em maio que as tropas anglo-americanas conseguiram quebrar as linhas inimigas, mas ao invés de atacar o coração das forças do 10º Exército alemão (responsável pela defesa da região de Cassino), Truscott, seguindo ordens do general Clark, decidiu não pressionar rumo ao norte, a caminho de Roma. A queda da capital italiana só aconteceria no começo de junho. Como resultado, as tropas alemãs em Cassino conseguiram se retirar e se reunir com o restante das forças do marechal de campo Kesselring, que estava ao norte de Roma, e conseguiram restabelecer suas defesas na Linha Gótica.[4]

A batalha foi sangrenta e extremamente controversa. Muitos analistas não só criticaram a postura cautelosa dos generais Aliados e sua hesitação em atacar, mas foi questionado o próprio plano em si. O primeiro ministro inglês, Winston Churchill, apoiou a operação, mas os generais Clark e Lucas sofreram duras críticas. Pelo menos 43 mil soldados Aliados foram mortos ou feridos nos combates.[5]

Referências

  1. a b d'Este, Carlo (1991). Fatal Decision: Anzio and the Battle for Rome. New York: Harper. ISBN 0-06-015890-5 
  2. Clark, Lloyd (2006). Anzio: The Friction of War. Italy and the Battle for Rome 1944. [S.l.]: Headline Publishing Group, Londres. ISBN 978-0-7553-1420-1. OCLC 237201351 
  3. a b c Atkinson, Rick (2007). The Day of Battle: The War in Sicily and Italy, 1943–1944. Col: The Liberation Trilogy. New York, NY: Henry Holt & Company. ISBN 9780805062892. OCLC 85019241 
  4. Mathews, Sidney T. (2000) [1960]. «Chapter 14: General Clark's Decision To Drive on Rome». In: Kent Roberts, Greenfield. Command Decisions. CMH Pub 72-7. Washington: United States Army Center of Military History 
  5. Majdalany, Fred (1957). Cassino: Portrait of a Battle. Londres: Longmans, Green & Co Ltd. OCLC 536746