Opera (RPG) – Wikipédia, a enciclopédia livre
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OPERA RPG | |
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Autor | Leonardo Antônio de Andrade e Rogério de Mello Godoy |
Editora(s) brasileira(s) | Comic Store (1ª ed.) |
Local de origem | ![]() |
Lançamento | 2003 (1ª ed.); 2023 (2ª ed. digital) |
Anos ativo | 1994 – atualmente |
Gênero | Genérico |
Sistema | Próprio |
Chance de rodada | Dado |
Website | Página Oficial |
OPERA RPG ou simplesmente OPERA (pronunciado "ópera") é um sistema de RPG de mesa brasileiro genérico, criado por Rogério de Mello Godoy ("Roj Ventura") e Leonardo Antônio de Andrade, tendo em vista objetivos como a flexibilidade e modularidade de regras e a possibilidade de ajuste do nível de realismo.[1][2] O nome "OPERA" é um acrônimo de "Observadores Perdidos em Realidades Alternativas", sendo "Observador" o termo que designa o Mestre de jogo no sistema.
O fato de o OPERA ser um sistema genérico, usar dados de 6 faces e guardar outras semelhanças nas regras com o sistema estadunidense GURPS frequentemente leva as pessoas a usá-lo como referência ao explicar em que consiste o OPERA, observando porém que o OPERA é muito mais simples.[3][4] Mesmo assim, carga de regras inerente a um sistema que busca abarcar todo tipo de situação ainda pode ser um problema para jogadores menos experientes.[5][6]
Histórico
[editar | editar código-fonte]Origem e primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Descontentes com a falta de flexibilidade dos sistemas que tinham à disposição no início da década de 1990, Leonardo e Rogério começaram a experimentar com regras personalizadas até elaborarem um sistema próprio. O OPERA surgiu em 1994 e começou a ser divulgado em encontros e convenções de RPG, onde os criadores do jogo mestravam aventuras no sistema.[7] Os criadores mostraram-se constantes em dar suporte ao sistema, disponibilizando regras, suplementos e adaptações de filmes e livros, estabelecendo uma comunidade de usuários.[8]
1ª edição impressa
[editar | editar código-fonte]Com o sistema tendo-se tornado conhecido na cena do RPG nacional[9], a Devir Livraria, importante editora brasileira de RPG, demonstrou interesse em publicar a versão impressa do OPERA. Um contrato foi firmado em maio de 2000, mas o que parecia ser uma excelente oportunidade para a popularização do sistema resultou em frustração. Ao longo de dois anos o lançamento foi sucessivamente adiado pela editora até o vencimento do contrato.[10]
Em 2003 a editora Comic Store publicou o OPERA RPG: Módulo Básico[11][12] e depois quatro livros de cenário: Conspiração do Amanhecer, 1887: Sob o Sol do Novo México, O Mais Longo dos Dias e Anel Elemental: A Nova Era.[13]
A 1ª edição do Módulo Básico trouxe uma novidade em termos editoriais entre livros de RPG nacionais: A sobrecapa do livro, destacada e posta sobre a mesa, funciona como um painel para ocultar lançamentos de dados e notas do Observador, contendo tabelas e lembretes de regras impressas no verso.[14]
Em 2005 a Comic Store saiu do mercado e o OPERA teve sua linha impressa suspensa.
2ª edição digital
[editar | editar código-fonte]Em abril de 2023 foi lançada uma 2ª edição do OPERA em formato PDF, comercializado por meio do sítio oficial do sistema[15][16].
Em setembro de 2023 a Editora New Order fez uma transmissão ao vivo no YouTube com os criadores revelando seus planos realizar uma campanha de financiamento coletivo para publicar a 2ª edição em formato impresso do OPERA pelo selo The Last Order.[17], e em julho de 2024 os autores convocaram a comunidade de usuários para participar de um esforço coletivo de revisão final do sistema.[18]
Paralelamente ao histórico de desenvolvimento do sistema básico, diversos projetos foram e ainda são desenvolvidos pela comunidade de usuários, a maioria publicada no sítio oficial do OPERA.
Regras
[editar | editar código-fonte]O OPERA é um sistema genérico de RPG, isto é, permite criar aventuras em diversos cenários. O realismo pode ser ajustado de acordo com o estilo de jogo, desde o mais realista até o heroico (onde os personagens realizam proezas inverossímeis). Mesmo com essas possibilidades de variação, personagens criados para um determinado cenário e nível de realismo podem ser utilizados em cenários em níveis de realismo distintos.[19]
O livro básico oferece instruções para a construção de personagens e para a utilização de armas e armaduras, artes marciais, magia, psiquismo, super poderes e tecnologia.
O sistema básico
[editar | editar código-fonte]A construção do personagem é feita por meio de distribuição de pontos. Os pontos de atributos devem ser distribuídos entre os atributos principais (Físico, Destreza e Inteligência). Os atributos secundários (Vontade, Percepção, Mana, Mente e Sorte) são definidos de acordo com a raça do personagem e do cenário em que eles estão.
A partir dos valores dos atributos é possível determinar os pontos de criação, com os quais o jogador pode comprar Características Favoráveis Físicas ou Psíquicas (conhecidas comumente em outros sistemas como "Vantagens") e Habilidades (perícias Psíquicas, Físicas ou Bélicas). O personagem pode obter mais pontos de criação se assumir algumas Características Desfavoráveis ("Desvantagens").
O Teste de Verificação é feito lançando-se 2 dados de 6 faces (2d6), comparando o resultado com o valor do atributo. Se o valor for igual ou menor o teste é bem sucedido. Testes de Disputa são feitos entre dois ou mais personagens, lançando-se 2d6 para cada um e somando os atributos, aquele que tiver o maior número vence a disputa.
As Habilidades podem conceder bônus em testes que envolvam esse conhecimento específico, aumentando as chances nos testes. Outros bônus (e penalidades) dependem das Características (Favoráveis ou Desfavoráveis) do personagem, e outras circunstâncias (distância, visibilidade, área do alvo, etc).
Variações extras
[editar | editar código-fonte]O sistema básico permite que os jogadores possam jogar com humanos normais em qualquer tipo de época ou cenário. Mas o Módulo Básico ainda amplia as possibilidades. Por se tratar de um sistema genérico, as opções são diversas: o módulo básico contém regras para magia, psiquismo, superpoderes, artes marciais e tecnologia.
Uma característica importante é que o módulo básico ensina como a mecânica e a lógica do sistema funcionam, possibilitando que o Observador crie suas magias e poderes da maneira que desejar. Além disso, o livro traz listas básicas que auxiliam Observadores menos experientes, além de poupar um pouco de trabalho. Uma recomendação importante é que jogadores menos acostumados com o OPERA utilizem primeiramente as listas prontas e só depois, já com uma certa familiaridade com o jogo, criem seus próprios poderes e magias.
Magia
[editar | editar código-fonte]A magia no OPERA é adquirida individualmente, comprando-as com pontos de criação ou futuramente com pontos de experiência. Sua utilização lembra um pouco o sistema GURPS, onde cada magia tem sua perícia. Entretanto, ela é construída através de parâmetros que definem o efeito, os elementos envolvidos e o custo.
Para lançar uma magia o jogador deve gastar pontos de mana (correspondentes ao custo original), além de alguns casos exigir um teste, onde cada magia tem um valor de habilidade diferente, de acordo com a preferência e escolha do jogador.
Psiquismo
[editar | editar código-fonte]Os poderes da mente também estão presentes no OPERA.
O atributo que relaciona a capacidade da utilização (e resistência) desses poderes é o atributo Mente.
Os poderes são comprados individualmente, e devem possuir tanto um valor para a habilidade (que irá determinar o quão bem o personagem pode lançar o poder) quanto o valor de potência que determina o efeito máximo que um poder causa. Existem inúmeros poderes, que cobrem praticamente todos os casos: telepatia, telecinese, pirocinese, clarividência, ilusão mental, etc.
Metamorfoses
[editar | editar código-fonte]De mêcanica bem simples, ele permite transformar qualquer magia em um super poder individual, além de oferecer inúmeras opções (a lista é enorme) de poderes e mutações para criação de super-heróis, mutantes e personagens não-humanos (no caso de alienígenas em aventuras de ficção científica ou raças de fantasia para campanhas de fantasia medieval).
Artes marciais
[editar | editar código-fonte]As artes marciais funcionam de acordo com as escolas disponíveis. O personagem deve adquirir níveis nessa escola e também adquirir manobras de combate (cuja lista é determinada pela escola e pelo conhecimento do personagem) que causam efeitos variados no combate, acrescentando mais possibilidades ao sistema básico de combate.
Referências
- ↑ Andrade, Leonardo (28 de dezembro de 2019). «Simulação vs. Jogabilidade». operarpg.com.br. Consultado em 7 de agosto de 2024
- ↑ Ventura, Roj (15 de setembro de 2020). «Como o OPERA se encaixa na Evolução do RPG». operarpg.com.br. Consultado em 7 de agosto de 2024
- ↑ Saladino, Rogério "Katabrok" (janeiro de 2001). «Opera». Trama Editorial. Dragão Brasil (68): 9. ISSN 1413-599X.
Tudo isso pode fazer parecer que Opera é igual ao GURPS. Isso não é de todo verdade. [...] o Opera resolve certos problemas de maneira muito mais rápida e prática. O sistema de perícias é mais simples e ágil [...]
- ↑ Sitowski, André "Oneiros" (16 de dezembro de 2015). «Opera RPG: A saga da criação de um sistema». Rolando Dados. Consultado em 7 de agosto de 2024.
Opera RPG é um ótimo sistema para quem quer algo genérico mas tem medo do GURPS. De certa forma, ele chega a ser um GURPS muito mais fácil.
- ↑ Sitowski, André "Oneiros" (16 de dezembro de 2015). «Opera RPG: A saga da criação de um sistema». Rolando Dados. Consultado em 7 de agosto de 2024.
Como todo sistema que promete cobrir toda e qualquer situação, ele exagera em regras, [...] recomendo que seja usado com cautela e por jogadores com experiência.
- ↑ Saladino, Rogério "Katabrok" (janeiro de 2001). «Opera». Trama Editorial. Dragão Brasil (68): 9. ISSN 1413-599X.
Regras de dano localizado costumam complicar um pouco os combates [...] esse tipo de problema pode ser contornado por um Mestre — ou melhor, Observador — com um pouco de tarimba.
- ↑ Saladino, Rogério "Katabrok" (janeiro de 2001). «Opera». Trama Editorial. Dragão Brasil (68): 8. ISSN 1413-599X.
[...] o Opera sempre recebeu muito esforço e empenho em sua divulgação — em mesas de jogo, demonstrações e lançamentos de suplementos em praticamente cada grande evento nacional de RPG.
- ↑ Saladino, Rogério "Katabrok" (janeiro de 2001). «Opera». Trama Editorial. Dragão Brasil (68): 9. ISSN 1413-599X.
O que mais se deve elogiar no Opera é o apoio e atenção dos autores a seus jogadores. A home-page oficial do jogo é repleta de novos cenários, adaptações e material de campanha gratuito [...]
- ↑ Saladino, Rogério "Katabrok" (janeiro de 2001). «Opera». Trama Editorial. Dragão Brasil (68): 8. ISSN 1413-599X.
[...] títulos à margem do grande circuito comercial. [...] E entre esses títulos, no Brasil, nenhum é tão conhecido quanto o Opera.
- ↑ «A força dos alternativos». Trama Editorial. Dragão Brasil (105): 11. 2003. ISSN 1413-599X.
Em 2000 [...] Em maio um contrato foi firmado [...] Em setembro as correções já haviam sido efetuadas e entregues à Devir, com estimativa de que o o livro básico seria lançado durante o X Encontro Internacional de RPG no ano seguinte. [...] Mas em abril [...] a Devir anunciava que, por problemas de gráfica, o Opera não sairia mais no Encontro Internacional [...] A partir de então os detalhes são confusos [...] O fato é que dois anos se passaram, o lançamento jamais foi realizado e o contrato [...] venceu [...]
- ↑ Andrade, Leonardo A. de; Godoy, Rogério de Mello (2004). OPERA RPG. Módulo Básico. Campinas, SP: Comic Store. ISBN 85-89161-05-6
- ↑ «OPERA: a Vitória da Perseverança». Notícias do bardo. Trama Editorial. Dragão Brasil (104): 4. 2003. ISSN 1413-599X.
Um dos mais conhecidos RPGs alternativos nacionais, que durante anos esteve disponível para download na Internet, agora terá sua versão impressa, em uma edição de luxo lançada pela Comic Store. [...] O lançamento está marcado para o dia 15 de abril, [...]
- ↑ Daniel "Talude" (23 de dezembro de 2010). «Re.Ops (Resenha)». RedeRPG. Cópia arquivada em 23 de maio de 2014
- ↑ Franco, Leonardo Alvarez; Silva, Bruno Müller da; Domiciano, Cássia Letícia Carrara; Landim, Paula da Cruz; Moura, Mônica Cristina (2018). Publicações de RPG no Brasil. aspectos profissionais e vernaculares do começo do século XXI. São Paulo: Blucher. pp. 702–716. ISSN 2318-6968. doi:10.5151/cid2017-61. Consultado em 9 de agosto de 2024
- ↑ «Arquivo digital do OPERA 2ª Edição FINALIZADO!». operarpg.com.br. 27 de abril de 2023. Consultado em 7 de agosto de 2024
- ↑ Andrade, Leo; Ventura, Roj (2023). OPERA RPG 2ª ed. [S.l.: s.n.] ISBN 978-65-00-38701-8
- ↑ SELO THE LAST ORDER: OPERA RPG. @EditoraNewOrder (YouTube). 28 de setembro de 2023. Consultado em 8 de agosto de 2024
- ↑ Andrade, Leonardo (18 de julho de 2024). «Chamando todos os rpgistas para revisar o OPERA RPG 2ª edição!». operarpg.com.br. Consultado em 7 de agosto de 2024
- ↑ Saladino, Rogério "Katabrok" (janeiro de 2001). «Opera». Trama Editorial. Dragão Brasil (68): 9. ISSN 1413-599X.
Um detalhe curioso: um personagem de um cenário realista — como, por exemplo, a 2ª Guerra Mundial — pode ser lançado em um mundo de fantasia medieval, bastando que o Observador diga ao jogador quais os valores dos atributos que não existiam no cenário anterior.