Orbital atômico – Wikipédia, a enciclopédia livre
Orbital atômico (português brasileiro) ou orbital atómica (português europeu) de um átomo é a denominação dos estados estacionários da função de onda de um elétron (funções próprias do hamiltoniano (H) na equação de Schrödinger , em que é a função de onda).[1] Entretanto, os orbitais não representam a posição exata do elétron no espaço, que não pode ser determinada devido à sua natureza ondulatória; apenas delimitam uma região do espaço na qual a probabilidade de encontrar o elétron é mais alta.[2]
Números quânticos
[editar | editar código-fonte]- O valor do número quântico (número quântico principal ou primário, que apresenta os valores [também representado por ]) define o tamanho do orbital. Quanto maior o número, maior o volume do orbital. Também é o número quântico que tem a maior influência na energia do orbital.
- O valor do número quântico (número quântico secundário ou azimutal, que apresenta os valores ) indica a forma do orbital e o seu momento angular. O momento angular é determinado pela equação:
A notação científica (procedente da espectroscopia) é a seguinte:
- , orbitais
- , orbitais
- , orbitais
- , orbitais
Para os demais orbitais segue-se a ordem alfabética.
- O valor do (número quântico terciário ou magnético, que pode assumir os valores ) define a orientação espacial do orbital diante de um campo magnético externo. Para a projeção do momento angular diante de um campo externo, verifica-se através da equação:
- O valor de (número quântico magnético de spin ou spin) pode ser . O valor de que equivale a uma valor fixo .
Pode-se decompor a função de onda empregando-se o sistema de coordenadas esféricas da seguinte forma:
Onde
- representa a distância do elétron até o núcleo, e
- a geometria do orbital.
Para a representação do orbital emprega-se a função quadrada, , já que esta é proporcional à densidade de carga e, portanto, a densidade de probabilidade, isto é, o volume que encerra a maior parte da probabilidade de encontrar o elétron ou, se preferir, o volume ou a região do espaço na qual o elétron passa a maior parte do tempo.
Orbital s
[editar | editar código-fonte]O orbital tem simetria esférica ao redor do núcleo. Na figura seguinte, são mostradas duas alternativas de representar a nuvem eletrônica de um orbital :
- Na primeira, a probabilidade de encontrar o elétron (representada pela densidade de pontos) diminui à medida que nos afastamos do núcleo.
- Na segunda, se apresenta o volume esférico no qual o elétron passa a maior parte do tempo.
Pela simplicidade, a segunda forma é mais utilizada.
Para valores de número quântico principal maiores que um, a função densidade eletrônica apresenta nós, nos quais a probabilidade tende a zero. Nestes casos, a probabilidade de encontrar o elétron se concentra a certa distância do núcleo.
Orbital p
[editar | editar código-fonte]A forma geométrica dos orbitais é a de duas esferas achatadas até o ponto de contato (o núcleo atómico) e orientadas segundo os eixos de coordenadas. Em função dos valores que pode assumir o terceiro número quântico , obtém-se três orbitais simétricos, orientados segundo os eixos . De maneira análoga ao caso anterior, os orbitais apresentam nós radiais na densidade eletrónica, de modo que, à medida que aumenta o valor do número quântico principal, a probabilidade de encontrar o elétron afasta-se do núcleo atômico.
Orbital d
[editar | editar código-fonte]Os orbitais tem uma forma mais diversificada: quatro deles têm forma de 4 lóbulos de sinais alternados (dois planos nodais, em diferentes orientações espaciais), e o último é um duplo lóbulo rodeado por um anel (um duplo cone nodal). Seguindo a mesma tendência, apresentam nós radiais.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Milton Orchin, Roger S. Macomber, Allan Pinhas e R. Marshall Wilson (2005). «Atomic Orbital Theory» (PDF) (em inglês). Media.wiley.com
- ↑ Daintith, J. (2004). Oxford Dictionary of Chemistry (em inglês). Nova Iorque: Oxford University Press. ISBN 0-19-860918-3