Estados da Linha da Frente – Wikipédia, a enciclopédia livre
Os Estados da Linha da Frente (ELF) constituíam uma aliança de países africanos desde os anos 1960 até o início dos 90, com o objetivo de acabar com o apartheid e o regime de minoria branca na África do Sul.[1] A Linha da Frente incluía Angola, Botswana, Moçambique, Tanzania, Zambia e Zimbabwe,[2][3] tendo terminado após a eleição de Nelson Mandela como Presidente da África do Sul em 1994.[2]
Criação dos Estados da Linha de Frente
[editar | editar código-fonte]As independências de Angola e Moçambique vieram alterar o equilíbrio de forças numa região onde os estados negros independentes tinham sido, até então, demasiado fracos para se oporem aos regimes de minoria branca. Todos os estados negros, em maior ou menor grau, apoiavam os movimentos de libertação que atuavam no continente africano. Porém, esse apoio era quase sempre limitado, por um lado, devido à falta de coordenação no apoio prestado, e, por outro, devido ao poderio militar e econômico da África do Sul, responsável pela política do apartheid.
o conceito de ELF nasceu no seio do Comitê de Libertação da Organização da Unidade Africana (OUA) e também do papel desempenhado pela Tanzânia como retaguarda de apoio aos movimentos de libertação da África Austral, nomeadamente no apoio à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
Nesse sentido, no ano de 1976, Angola, Moçambique, Botswana, Tanzânia e Zâmbia decidiram criar os ELF. O objetivo fundamental era o de coordenar esforços, recursos e estratégias de apoio aos movimentos de libertação que atuavam na região: o ANC e o Congresso Pan-Africano, na África do Sul; a SWAPO, na Namíbia; e a Zimbabwe African National Union (ZANU) e Zimbabwe African People's Organisation (ZAPU), na Rodésia.
A criação dos ELF foi importante, pois marcou o início da coordenação dos países da África Austral na oposição aos regimes de minoria branca. Devido à força do regime sul-africano, as ações dos ELF tiveram como foco inicial apoiar outros movimentos de libertação na região. Pouco a pouco, os ELF passaram a ser considerados pela comunidade internacional como a vertente política de combate ao apartheid [4].
Referências
- ↑ Chan, Stephen (2003). Robert Mugabe: A Life of Power and Violence (em inglês). Londres: I.B. Tauris & Co. Ltd, Publishers. p. 9. ISBN 978-0472113361
- ↑ a b Arnold, Guy (6 de abril de 2010). The A to Z of the Non-Aligned Movement and Third World (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press. pp. 126–127. ISBN 9781461672319. Consultado em 6 de novembro de 2016
- ↑ «Black nations seek summit with Reagan». Ottawa Citizen (em inglês). 25 de agosto de 1986. p. A6
- ↑ Castelo Branco, Luís (2003). «A política externa sul-africana: do apartheid a Mandela» (PDF). Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Consultado em 18 de novembro de 2018