Pablo Milanés – Wikipédia, a enciclopédia livre
Pablo Milanés | |
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Nascimento | Pablo Paulo Milanés Arias 24 de fevereiro de 1943 Bayamo |
Morte | 22 de novembro de 2022 (79 anos) Madrid |
Residência | Madrid |
Sepultamento | Las Rozas de Madrid |
Cidadania | Cuba |
Ocupação | cantautor, cantor, guitarrista, poeta |
Distinções | |
Movimento estético | Nova Trova Cubana |
Instrumento | guitarra, voz |
Causa da morte | câncer |
Página oficial | |
http://www.milanespablo.com | |
Pablo Milanés Arias (Bayamo, 24 de fevereiro de 1943 – Madrid, 22 de novembro de 2022) foi um cantor e guitarrista cubano.[1]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Começou a cantar em estações de rádio ainda quando era criança. Com seis anos passou a morar em Havana, onde continuou sua formação musical. No início da década de 1960, começou a compor a partir de múltiplas influências, tais como: a música tradicional cubana, a música norte-americana (principalmente o jazz) e a música brasileira. Participou de várias formações vocais, como o "Cuarteto del Rey", um grupo que adotava o estilo "negro spiritual", que interpretou suas primeiras canções em clubes de Havana.
Em 1965, compôs: "Mis veintidós años", que foi sua primeira composição com temática social.
Entre 1965 e o final de 1967, esteve detido em campos de trabalho forçado, dirigidos pelas Unidades Militares de Ajuda à Produção (Umap) na província de Camagüey, de onde fugiu e dirigiu-se para Havana, onde denunciou a injustiça que fora cometida, razão pela ficou preso durante dois meses na Fortaleza de La Cabaña.[2]
No início da década de 1970, começou a participar do "Grupo de Experimentação Sonora" (GES),[3] juntamente com importantes trovadores e músicos, dirigidos por Frederico Smith e Leo Brouwer.
Em 1974, gravou seu primeiro disco: "Versos Sencillos", no qual gravou versões musicalizadas por ele de poemas de José Martí.
Em 1975, gravou um disco com canções feitas a partir de 11 poemas de Nicolás Guillén.
Em 1976, gravou seu primeiro disco com composições próprias: "La vida no vale nada". Foi uma obra alinhada com os princípios da nova trova cubana e da Nueva Canción Latinoamericana, dentre as canções, merece destaque: "Yo pisaré las calles nuevamente", que clama pelo retorno da democracia ao Chile, após o Golpe Militar de 1973; e "Canción por la Unidad Latinoamericana".[4]
No início da década de 1980, lançou discos como: "Yo me quedo", "El Guerrero", "Comienzo y final de una verde mañana" e "Querido Pablo" (1985), sendo que esse último disco contou com participações de Víctor Manuel, Chico Buarque, Mercedes Sosa e Luís Eduardo Aute.
Na década de 1990, lancou vários discos tais como:
- "Identidad" (1990);
- "Canto de la abuela" (1991);
- "Orígenes" (1995); e
- "Despertar" (1997).
Também nessa década, ajudou a criar uma fundação sem fins lucrativos para o desenvolvimento da cultura cubana, projeto que ajudou a dar visibilidade à obra de muitos artistas da Ilha. No final da década, foi gravado o disco: "Pablo Querido", que foi uma homenagem de outros artistas hispânicos e latino-americanos a Pablo Milanés, dentre eles: Joaquim Sabina, Fito Páez, Caetano Veloso, Milton Nascimento, "Los Van Van" e o grupo "Maná".
A partir de 2005, passou a atuar em parceria com músicos como: Chucho Valdés, Pancho Céspedes, Andy Montañez e José Maria Vitier.
Em 2006, venceu o Prêmio Grammy de melhor cantor pelo disco: "Como un campo de maíz".
Em 2014, fui submetido a uma cirurgia de transplante de rim doado por sua esposa.[2]
Em 2015, recebeu um novo Prêmio Grammy pela "Excelência Musical";[5] e publicou seu 50º disco: "Renacimiento", no qual resgatou ritmos tradicionais de Cuba, como o guaguancó e o changüí, pouco habituais em seu repertório.[2]
Em março de 2017, foi lançada a coleção: "Pablo Milanés Discografía", composta por 50 títulos numerados e ordenados cronologicamente, que incluem 53 discos de áudio e 5 DVDs, com mais de 600 canções e 7 horas de vídeo. Cada disco vem acompanhado das letras das canções. A coleção vem acompanhada de um guia com 88 páginas, que resume toda a produção discográfica do artista, com introdução escrita por Marta Valdés. Ainda que volumosa, essa coleção não inclui canções especialmente compostas para trilhas sonoras de filmes de cinema, para a televisão, e com o Grupo de Experimentação de Sonora.[6]
Faleceu em Madrid, em 22 de novembro de 2022, em internamento hospitalar na sequência de doença hemato-oncológica.[7]
Críticas ao regime cubano
[editar | editar código-fonte]Em fevereiro de 2015, em entrevista concedida ao jornal El País (Espanha), defendeu um aprofundamento das reformas em Cuba. Por outro lado, declarou simpatia pelos ideais da Revolução Cubana e aos governos de: Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e José Mujica (Uruguai).[2]
Em outubro de 2015, em entrevista concedida a um canal de televisão da República Dominicana, fez críticas a falta de liberdades fundamentais em Cuba.[8]
Discografia
[editar | editar código-fonte]- 1973 - Versos sencillos de José Martí
- 1975 - Canta a Nicolás Guillén
- 1976 - La vida no vale nada
- 1977 - No me pidas
- 1979 - El guerrero
- 1979 - Aniversarios
- 1982 - Filin 1
- 1982 - Acto de fe
- 1983 - El pregón de las flores, com Lilia Vera
- 1983 - Años 1, com Luis Peña
- 1984 - Ao Vivo no Brasil
- 1985 - Linda y Leo
- 1985 - Comienzo y final de una verde mañana
- 1986 - Años 2, com Luis Peña, Cotán
- 1987 - Buenos días América
- 1987 - Trovadores, com Armando Garzón
- 1988 - Proposiciones
- 1989 - Filin 2
- 1989 - Filin 3
- 1990 - Identidad
- 1991 - Canto de la abuela
- 1991 - Filin 4
- 1991 - Filin 5
- 1992 - Años 3, com Luis Peña, Cotán, Compay Segundo
- 1993 - Querido Pablo
- 1994 - Canta boleros en Tropicana
- 1994 - Evolución
- 1994 - Igual que ayer, com Caco Senante
- 1994 - Orígenes
- 1994 - Plegaria
- 1995 - Si yo volviera a nacer, com María Felicia, José María Vitier
- 1995 - En blanco y negro, com Víctor Manuel
- 1997 - Despertar
- 1998 - Vengo naciendo
- 2000 - Días de gloria
- 2000 - Live from New York City
- 2002 - Pablo Querido
- 2005 - Como un campo de maíz
- 2005 - Líneas paralelas, com Andy Montáñez
- 2007 - Mas allá de todo, com Chucho Valdés)
- 2008 - Regalo
- 2008 - Feeling 6
- 2008 - Raul y Pablo, com Raúl Torres)
- 2010 - Palacio Municipal de Congresos de Madrid, com Chucho Valdés
- 2011 - Pablo y Lynn Milanés en concierto, com Lynn Milanés
- 2013 - Renacimiento
- 2015 - Canción de otoño, com José María Vitier
- 2015 - 50 de 22
- 2016 - Flores del futuro, com Miguel Núñez
- 2017 - Amor, com Haydée Milanés
- 2018 - Flor oculta de la Vieja Trova, com José María Vitier
- 2019 - Mi Habana
- 2019 - Amor, Edición Deluxe, com Haydée Milanés
- 2019 - Standards de Jazz
Referências
- ↑ «Pablo Milanés Songs, Albums, Reviews, Bio & More». AllMusic (em inglês). Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ a b c d «Pablo Milanés: "A abertura cubana é uma maquiagem"». Internacional. Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ «Grupo de Experimentación Sonora del ICAIC • Página Principal». cancioneros.com (em espanhol). Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ «Pablo Milanés». Memórias da ditadura. Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ «Pablo Milanés, premio La Mar de Músicas 2017». cancioneros.com (em espanhol). Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ «Pablo Milanés celebra su 74 cumpleaños con la reedición de su obra completa». cancioneros.com (em espanhol). Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ «Morreu o cantor e compositor cubano Pablo Milanés». publico.pt. 22 de novembro de 2022. Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ Pablo Milanés: 'el estalinismo sigue vigente en Cuba', em espanhol, acesso em 23 de abril de 2017