Partido Trabalhista (Nova Zelândia) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Partido Trabalhista New Zealand Labour Party Rōpū Reipa o Aotearoa | |
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Líder | Chris Hipkins |
Fundação | 1916 |
Sede | Wellington, Nova Zelândia |
Ideologia | Social democracia Progressismo Trabalhismo Facções: Terceira Via Socialismo democrático |
Espectro político | Centro-esquerda[1][2][3] |
Ala de juventude | Young Labour |
Afiliação internacional | Aliança Progressista |
Câmara dos Representantes | 64 / 120 |
Cores | Vermelho e Branco |
Página oficial | |
Site oficial | |
O Partido Trabalhista da Nova Zelândia (em inglês: New Zealand Labour Party; em maori: Rōpū Reipa o Aotearoa[4]) é um partido político da Nova Zelândia, situado no centro-esquerda do espectro político. Com seu rival histórico, o Partido Nacional da Nova Zelândia, o Partido Trabalhista esteve no governo 5 vezes desde a década de 1930. O programa do partido descreve o socialismo democrático como a sua principal linha ideológica, enquanto os observadores descrevem o Partido Trabalhista como social-democrata e pragmático.[5][6] O partido é membro da Aliança Progressista.[7]
O Partido Trabalhista foi fundado em 1916 por diversos partidos socialistas e sindicatos e é assim o partido político mais antigo do país. Houve seis períodos de governação trabalhista. O partido esteve no poder entre 1935 e 1949, quando estabeleceu o estado social da Nova Zelândia. Governou de 1957 a 1960, e novamente de 1972 a 1975, mas permaneceu apenas por um termo cada. Ainda governou de 1984 a 1990 e mais recentemente de 1999 a 2008, com Helen Clark como primeira-ministra.
Desde da derrota do partido nas eleições gerais de 2008, o Partido Trabalhista é o segundo maior grupo parlamento do Parlamento da Nova Zelândia e lidera a Oposição Oficial ao governo nacionalista.
Em 1 de agosto de 2017, Jacinda Ardern foi confirmada como a nova líder trabalhista e primeira-ministra da Nova Zelândia.[8]
Ideologia
[editar | editar código-fonte]Os objetivos políticos do Partido Trabalhista de 1916 exigiam "a socialização dos meios de produção, distribuição e troca", incluindo a propriedade estatal dos principais setores da economia e o aumento dos direitos dos trabalhadores.[6] Até à década de 1980, o Partido Trabalhista continuou a ser um partido que acreditava num papel forte para os governos em questões económicas e sociais. No entanto, havia sido transformado de um movimento socialista, dominado por sindicatos, num partido social-democrata moderado.[9][10] O governo trabalhista da década de 1980 se desviou bastante de um caminho social-democrata; numa série de reformas económicas, o governo removeu uma série de regulamentações e subsídios, privatizou os ativos estatais e introduziu práticas corporativas nos serviços estatais.[11]
A partir da década de 1990, o Partido Trabalhista voltou a procurar usar o poder do Estado para tentar alcançar uma "sociedade mais justa e igualitária", baseada numa economia mista, na qual tanto o Estado quanto a empresa privada desempenham um papel importante. Posteriormente, o partido também foi descrito como adotando certas políticas sociais liberais.[12][13]
Princípios
[editar | editar código-fonte]De acordo com sua constituição (alterada mais recentemente em 2014), o partido aceita princípios "socialistas democráticos", incluindoː[14]
- A gestão dos recursos naturais da Nova Zelândia para o benefício de todos, incluindo as gerações futuras;[14]
- Acesso igual a todas as esferas social, económica, cultural, política e jurídica, independentemente da riqueza ou posição social;[14]
- A cooperação como o principal fator governante nas relações económicas, para garantir uma justa distribuição de riqueza;[14]
- Direitos universais à dignidade, respeito próprio e oportunidade de trabalhar;[14]
- O direito à riqueza e à propriedade, sujeito às condições de considerar as pessoas como sempre mais importantes que a propriedade e as obrigações do Estado de garantir uma distribuição justa da riqueza;[14]
- Honrar o Tratado de Waitangi como o documento fundador da Nova Zelândia;[14]
- A promoção da paz e da justiça social em todo o mundo através da cooperação internacional;[14]
- Igualdade de direitos humanos, independentemente de raça, sexo, estado civil, orientação sexual, identidade de género, idade, fé religiosa, crença política ou deficiência.[14]
Objetivos
[editar | editar código-fonte]- Eleição de pessoas competentes para os órgãos de soberania;[14]
- Proteção das liberdades e do bem-estar de todos os cidadãos da Nova Zelândia;[14]
- Construção de uma sociedade economicamente justa e redistribuição de riqueza.[14]
Resultados eleitorais
[editar | editar código-fonte]Eleições legislativas
[editar | editar código-fonte]Data | Líder | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status |
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1919 | Harry Holland | 3.º | 131 402 | 24,2 / 100,0 | 8 / 80 | Oposição | ||
1922 | Harry Holland | 3.º | 150 448 | 23,7 / 100,0 | 0,5 | 17 / 80 | 9 | Oposição |
1925 | Harry Holland | 2.º | 187 610 | 27,3 / 100,0 | 3,6 | 12 / 80 | 5 | Oposição |
1928 | Harry Holland | 3.º | 198 092 | 26,2 / 100,0 | 1,1 | 19 / 80 | 7 | Oposição |
1931 | Harry Holland | 1.º | 244 881 | 34,3 / 100,0 | 8,1 | 24 / 80 | 5 | Oposição |
1935 | Michael Joseph Savage | 1.º | 389 911 | 45,7 / 100,0 | 11,4 | 53 / 80 | 29 | Governo |
1938 | Michael Joseph Savage | 1.º | 528 290 | 55,8 / 100,0 | 10,1 | 53 / 80 | Governo | |
1943 | Peter Fraser | 1.º | 447 919 | 47,6 / 100,0 | 8,2 | 45 / 80 | 8 | Governo |
1946 | Peter Fraser | 1.º | 536 994 | 51,3 / 100,0 | 3,7 | 42 / 80 | 3 | Governo |
1949 | Peter Fraser | 2.º | 506 073 | 47,2 / 100,0 | 4,1 | 34 / 80 | 8 | Oposição |
1951 | Walter Nash | 2.º | 490 143 | 45,8 / 100,0 | 1,4 | 30 / 80 | 4 | Oposição |
1954 | Walter Nash | 2.º | 484 028 | 44,1 / 100,0 | 1,7 | 35 / 80 | 5 | Oposição |
1957 | Walter Nash | 1.º | 559 096 | 48,3 / 100,0 | 4,2 | 41 / 80 | 6 | Governo |
1960 | Walter Nash | 2.º | 508 179 | 43,4 / 100,0 | 4,9 | 34 / 80 | 7 | Oposição |
1963 | Arnold Nordmeyer | 2.º | 524 066 | 43,7 / 100,0 | 0,3 | 35 / 80 | 1 | Oposição |
1966 | Norman Kirk | 2.º | 499 392 | 41,4 / 100,0 | 2,3 | 35 / 80 | Oposição | |
1969 | Norman Kirk | 2.º | 592 055 | 44,2 / 100,0 | 2,8 | 39 / 84 | 4 | Oposição |
1972 | Norman Kirk | 1.º | 677 669 | 48,4 / 100,0 | 4,2 | 55 / 87 | 16 | Governo |
1975 | Bill Rowling | 2.º | 634 453 | 39,6 / 100,0 | 8,8 | 32 / 87 | 23 | Oposição |
1978 | Bill Rowling | 1.º | 691 076 | 40,4 / 100,0 | 0,8 | 40 / 92 | 3 | Oposição |
1981 | Bill Rowling | 1.º | 702 630 | 39,0 / 100,0 | 1,4 | 43 / 92 | 3 | Oposição |
1984 | David Lange | 1.º | 829 154 | 43,0 / 100,0 | 4,0 | 56 / 95 | 13 | Governo |
1987 | David Lange | 1.º | 878 448 | 48,0 / 100,0 | 5,0 | 57 / 97 | 1 | Governo |
1990 | Mike Moore | 2.º | 640 915 | 35,1 / 100,0 | 12,9 | 29 / 97 | 28 | Oposição |
1993 | Mike Moore | 2.º | 666 759 | 34,7 / 100,0 | 0,4 | 45 / 99 | 16 | Oposição |
1996 | Helen Clark | 2.º | 584 159 | 28,2 / 100,0 | 6,5 | 37 / 120 | 8 | Oposição |
1999 | Helen Clark | 1.º | 800 199 | 38,7 / 100,0 | 10,5 | 49 / 120 | 12 | Governo |
2002 | Helen Clark | 1.º | 838 219 | 41,3 / 100,0 | 2,6 | 52 / 120 | 3 | Governo |
2005 | Helen Clark | 1.º | 935 319 | 41,1 / 100,0 | 0,2 | 50 / 121 | 2 | Governo |
2008 | Helen Clark | 2.º | 796 880 | 34,0 / 100,0 | 7,1 | 43 / 122 | 7 | Oposição |
2011 | Phil Goff | 2.º | 614 937 | 27,5 / 100,0 | 6,5 | 34 / 121 | 9 | Oposição |
2014 | David Cunliffe | 2.º | 604 534 | 25,1 / 100,0 | 2,4 | 32 / 121 | 2 | Oposição |
2017 | Jacinda Ardern | 2.º | 956 184 | 36,9 / 100,0 | 11,8 | 45 / 120 | 13 | Governo |
2020 | Jacinda Ardern | 1.º | 1 163 609 | 49,0 / 100,0 | 12,1 | 64 / 120 | 19 | Governo |
Referências
- ↑ Boston, Jonathan (2003). New Zealand Votes: The General Election of 2002. [S.l.]: Victoria University Press
- ↑ «Voters' preexisting opinions shift to align with political party positions». Association for Psychological Science. 2 de novembro de 2018. Consultado em 26 de novembro de 2018 – via Science Daily
- ↑ Papillon, Martin; Turgeon, Luc; Wallner, Jennifer; White, Stephen (2014). Comparing Canada: Methods and Perspectives on Canadian Politics. [S.l.]: UBC Press. p. 126. ISBN 9780774827867. Consultado em 30 de agosto de 2016.
[...] [I]n New Zealand politics, by the centre-left Labour Party and the centre-right National Party [...].
- ↑ «Ngā Rōpū Pāremata» (em inglês)
- ↑ Electoral Change. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b Taonga, New Zealand Ministry for Culture and Heritage Te Manatu. «Ideology and the role of unions». teara.govt.nz (em inglês). Consultado em 26 de julho de 2020
- ↑ «Participants | Progressive Alliance». Progressive Alliance (em inglês)
- ↑ «Jacinda Ardern new Labour leader as Andrew Little quits». Stuff. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Franklin, Mark N.; Mackie, Thomas T.; Valen, Henry (1 de outubro de 2009). Electoral Change: Responses to Evolving Social and Attitudinal Structures in Western Countries (em inglês). [S.l.]: ECPR Press
- ↑ Smith, Rodney; Vromen, Ariadne; Cook, Ian (13 de junho de 2006). Keywords in Australian Politics (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press
- ↑ Taonga, New Zealand Ministry for Culture and Heritage Te Manatu. «Fourth, fifth and sixth Labour governments». teara.govt.nz (em inglês). Consultado em 26 de julho de 2020
- ↑ Michael Scott (2016). Making New Zealand's Pop Renaissance: State, Markets, Musicians. [S.l.]: Routledge. pp. 34,56
- ↑ Jack Vowles (1997). Political Science. [S.l.: s.n.] 98 páginas
- ↑ a b c d e f g h i j k l «Party Information». NZ Labour Party (em inglês). Consultado em 26 de julho de 2020