Pau-d'Arco (Pará) – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Não confundir com Pau-d'Arco (Tocantins).
 Nota: Para outros municípios contendo este nome, veja Pau-d'Arco.

Pau d'Arco
  Município do Brasil  
Hino
Gentílico paudarquense
Localização
Localização de Pau d'Arco no Pará
Localização de Pau d'Arco no Pará
Localização de Pau d'Arco no Pará
Pau d'Arco está localizado em: Brasil
Pau d'Arco
Localização de Pau d'Arco no Brasil
Mapa
Mapa de Pau d'Arco
Coordenadas 7° 49′ 58″ S, 50° 02′ 38″ O
País Brasil
Unidade federativa Pará
Municípios limítrofes Rio Maria, Bannach, Redenção, Conceição do Araguaia e Floresta do Araguaia.
Distância até a capital 860 km
Administração
Prefeito(a) Fredson Pereira da Silva (PODE, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 1 671,413 km²
População total (IBGE/2016[2]) 5 341 hab.
Densidade 3,2 hab./km²
Clima Não disponível
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,574 baixo
PIB (IBGE/2014[4]) R$ 58 315,08 mil
PIB per capita (IBGE/2014[4]) R$ 10 345,06
Sítio https://paudarco.pa.gov.br/ (Prefeitura)

Pau d'Arco é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se a uma latitude 07º49'59" sul e a uma longitude 50º02'40" oeste. Sua população estimada em 2017 era de 5 341 habitantes. Possui uma área de 1.678,669 km².

A Festa do Produtor de Pau D’Arco, uma feira agropecuária, com divulgações, feira livre, diversão e vendas de móveis agrários e a Cavalgada de Pau D’Arco é uma das mais marcantes da cidade e acontece anualmente em meses que não são fixos, ele pode ser realizado em qualquer mês em quase final de ano, na Cavalgada ocorre o concurso de rainhas da Cavalgada.[5]

Já as festas religiosas, no mês de outubro ocorre a festa de Nossa Senhora Aparecida, padroeira número 1 da cidade, no mês de dezembro, ocorre a festa do segundo padroeiro da cidade, a Sagrada Família, ocorre na principal igreja matriz da cidade dedicado a esse padroeiro.



A história do atual município de Pau d’Arco tem suas origens no início do século XX, com a fundação de uma vila de garimpeiros chamada Gameleira. Esse pequeno povoado floresceu durante a “corrida do ouro”, atraindo aventureiros e trabalhadores em busca de riquezas. Contudo, assim como acontece em muitas regiões que dependem do ouro, Gameleira acabou entrando em declínio. A mesma situação se repetiu em Cajueiro, outro povoado próximo. Nas vilas mais antigas, como Gameleira, Santo Antônio e Cajueiro, a economia se baseava principalmente na extração de ouro e de madeiras nobres, com destaque para a aroeira, espécie que hoje está extinta na região. Além disso, as atividades incluíam a criação de gado, agricultura de subsistência, com destaque para o cultivo de arroz, a caça e a pesca nos rios locais.

Por volta de 1920, a tranquilidade da região foi abalada por um ataque dos indígenas Kaiapós, habitantes das terras próximas ao Salobro. Esse evento trágico resultou em um massacre em Gameleira e Cajueiro, deixando poucos sobreviventes. Apesar do trauma, alguns dos que conseguiram escapar decidiram retornar e recomeçar suas vidas, impulsionados, desta vez, pela extração de látex das seringueiras.

A década de 1970 trouxe uma mudança importante: com a construção da rodovia (atualmente BR-158) em 1972, surgiram novas vilas, como Marajoara e Pau d’Arco. Marajoara começou com a instalação de uma serraria, e casas foram construídas para abrigar os trabalhadores. Em Pau d’Arco, também foi instalada uma serraria, que se tornou o ponto central do desenvolvimento local.

A região de Pau d’Arco mantinha certa autonomia, mesmo sendo administrada por Conceição do Araguaia, pois o município central enfrentava dificuldades para atender todos os povoados sob sua jurisdição. A situação mudou com a emancipação de Redenção em 1983, o que permitiu a Pau d’Arco integrar um novo município.

Com o passar dos anos, Pau d’Arco cresceu mais rapidamente do que Marajoara. Finalmente, em 13 de dezembro de 1991, Pau d’Arco foi elevado à categoria de município por meio da Lei Estadual nº 5.696, sendo oficialmente instalado como município em 1º de janeiro de 1993, inaugurando uma nova fase de desenvolvimento e autonomia para a região.

O Massacre de Pau D’Arco

O massacre de Pau D’Arco foi um episódio trágico que ocorreu no dia 24 de maio de 2017, no município. Neste dia, uma operação policial envolvendo as polícias Civil e Militar resultou na morte de dez trabalhadores rurais (nove homens e uma mulher) na fazenda Santa Lúcia, uma área em disputa por questões de posse de terra.[6]

O caso se deu em um contexto de intenso conflito agrário, típico de muitas áreas rurais da Amazônia, onde a posse e o uso da terra são motivo de frequentes tensões entre fazendeiros, trabalhadores rurais e comunidades indígenas. Na época, os trabalhadores estavam acampados na fazenda Santa Lúcia como parte de uma ocupação, reivindicando a área para reforma agrária e alegando que o terreno era improdutivo.

A operação policial foi motivada, segundo autoridades, por um mandado de prisão contra suspeitos de homicídio e tentativa de homicídio no local. No entanto, o desenrolar da ação gerou grande controvérsia e críticas por parte de entidades de direitos humanos e da sociedade civil. Segundo relatos de sobreviventes e investigações subsequentes, os trabalhadores rurais foram executados sem chance de defesa, caracterizando o episódio como um massacre.[7]

A repercussão do caso foi significativa tanto nacional quanto internacionalmente, gerando indignação e levando a pedidos de justiça por parte de diversas organizações e movimentos sociais. A Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Anistia Internacional, e outros órgãos condenaram o ocorrido e exigiram uma investigação imparcial sobre o caso. Em resposta, o governo brasileiro e o Ministério Público Federal do Pará abriram investigações para apurar as responsabilidades. Houve indícios de que os trabalhadores foram alvejados de forma indiscriminada, levantando suspeitas de abuso de força policial e de execuções sumárias.

A tragédia do massacre de Pau D’Arco se insere em um longo histórico de conflitos de terra na Amazônia brasileira, evidenciando os desafios da reforma agrária e da luta por direitos de posse, especialmente para os trabalhadores rurais e povos tradicionais da região. Até hoje, o caso é lembrado como um símbolo da violência no campo e da complexidade dos conflitos agrários no Brasil, servindo como um alerta para a necessidade de políticas mais efetivas de mediação e de proteção aos direitos dos trabalhadores rurais.[8]

Zona urbana:

• Bairro Centro

• Setor Paraíso

• Setor Vale da Benção

Zona Rural

• Vila Boa Sorte

• Assentamento Guarantã

• Vila Marajoara

• Vila Diamantina

• Merinzal

Setor Indígena:

• Aldeia Las Casas

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. «Estimativa populacional 2016» (PDF). Estimativa populacional 2016. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2016. Consultado em 30 de dezembro de 2016 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 21 de setembro de 2013 
  4. a b «PIB Municipal 2010-2014». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 30 dez. 2016 
  5. Administrador (28 de setembro de 2022). «Baile da Rainha da Cavalgada 2022». Prefeitura Municipal de Pau D'Arco | Gestão 2021-2024. Consultado em 14 de novembro de 2024 
  6. Spezia, Adi (24 de maio de 2024). «Massacre de Pau D'arco: sete anos de impunidade, sete anos fazendo vítimas | Cimi». Consultado em 4 de novembro de 2024 
  7. Pinto, Lúcio Flávio (28 de fevereiro de 2019). «A chacina de Pau D'Arco». Amazônia Real. Consultado em 4 de novembro de 2024 
  8. «7 anos do Massacre do Pau D'Arco - Diário Causa Operária». 28 de maio de 2024. Consultado em 4 de novembro de 2024 

Ligações externas

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