Revisão por pares – Wikipédia, a enciclopédia livre

Visão geral de um processo de revisão, com editores

Nos meios acadêmicos, a revisão por pares ou revisão paritária, também conhecida como arbitragem (do inglês: peer review, refereeing), é um processo utilizado na publicação de artigos e na concessão de recursos para pesquisas. Consiste em submeter o trabalho científico ao escrutínio de um ou mais especialistas do mesmo escalão que o autor, que na maioria das vezes se mantêm anônimos ao autor.

Esses revisores anônimos frequentemente fazem comentários ou sugerem revisões no trabalho analisado, contribuindo para a qualidade do trabalho a ser publicado. No caso da publicação de artigos científicos, o diálogo entre os autores e os revisores é arbitrado por um ou mais editores, afiliados à revista científica em causa.

Aquelas publicações e prêmios que não passaram pela revisão paritária tendem a ser vistos com desconfiança pelos acadêmicos e profissionais de várias áreas.[1][2][3]

Os “árbitros” nas publicações são membros da comunidade científica usualmente designados por “avaliadores” or “pareceristas” (“referees”).[2] No meio acadêmico, o processo pode ser conduzido de diferentes maneiras a depender do periódico a qual o artigo foi submetido para avaliação. A forma mais comum envolve o anonimato parcial (apenas dos autores ou dos revisores), mas em alguns casos nenhuma das partes é identificada para que possíveis conflitos de interesse sejam evitados ("duplo cego").[4] Durante a avaliação, há a possibilidade de apenas os editores e revisores terem acesso ao trabalho e comunicarem-se diretamente com os autores de forma particular, o que é realizado pela maioria, ou ainda é possível que exista uma discussão aberta a outros membros da comunidade científica, quando o material do artigo e as avaliações são postadas em uma plataforma com acesso aberto (revisão por pares aberta [en]).[5] Outros tipos de revisão por pares não acadêmica existem em outros ramos de atividade e campo ou profissão, como por exemplo a revisão por pares médica [en].[6]

Alegadas fragilidades da revisão por pares

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Como destaca[7]:

No Brasil, o Genetics and Molecular Research, publicado pela Fundação de Pesquisas Científicas de Ribeirão Preto, e indexado na Web of Science, JCR e Scopus caiu na armadilha. Algumas das grandes editoras comerciais, como a Elsevier, também tiverem periódicos que aceitaram o estudo fictício. Noventa e oito periódicos, entretanto, também prontamente rejeitaram o artigo.

Isso levou à publicação de duas obras atualmente na literatura.[8]

Exemplos de revistas

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Exemplo de revistas com revisão por pares.

Referências

  1. J. Faber, Fortalecimento do Sistema de Revisão por Pares (Editorial), Rev. dent. press ortodon. ortopedi. facial, 13(4): p. 5, jul.-ago. 2008. Cópia eletrônica acessada 28 de julho de 2013.
  2. a b J. Nóbrega & W. Loh, Da Submissão à Publicação: Como Trabalhamos com o seu Manuscrito (Editorial), J. Braz. Chem. Soc., 24 (6): p. 891, 2013. Cópia eletrônica acessada 28 de julho de 2013.
  3. J. Nóbrega & W. Loh, Revisitando as Diretrizes para a Revisão por Pares (Editorial), J. Braz. Chem. Soc., 24 (4): p. 525, 2013. Cópia eletrônica acessada 28 de julho de 2013.
  4. Bazi, Toni (2020). «Peer Review: Single-blind, Double-blind, or All the Way-blind?» (publicado em 9 de dezembro de 2019). International Urogynecology Journal. 31 (3): 481–483. PMID 31820012. doi:10.1007/s00192-019-04187-2 
  5. Ross-Hellauer, Tony (31 de agosto de 2017). «What is open peer review? A systematic review». F1000 Research Ltd. F1000Research. 6: 588. ISSN 2046-1402. PMC 5437951Acessível livremente. PMID 28580134. doi:10.12688/f1000research.11369.2 
  6. Dans, PE (1993). «Clinical peer review: burnishing a tarnished image» (PDF). Annals of Internal Medicine. 118 (7): 566–8. PMID 8442628. doi:10.7326/0003-4819-118-7-199304010-00014. Arquivado do original (PDF) em 21 de julho de 2012 
  7. Nassi-Calò, Lilian (5 de novembro de 2013). «Polêmico artigo na Science expõe fragilidades da revisão por pares em um conjunto de periódicos de acesso aberto | SciELO em Perspectiva» (em inglês). Consultado em 30 de abril de 2022 
  8. Moosa, Imad A. (2018). Publish or perish : perceived benefits versus unintended consequences. Cheltenham, UK: [s.n.] OCLC 1019731587 

Ligações externas

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