Petra (Lázica) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Petra (presumivelmente identificável com a moderna Tisquisdziri, na Geórgia[1]) foi uma cidade costeira bizantina fundada no século VI em Lázica, no Cáucaso. Conforme relatado pelo historiador Procópio de Cesareia, teria sido fundada em 535/536 pelo imperador Justiniano (r. 527–565) por instigação do mestre dos soldados João Tzibo para servir-lhe como capital provincial no país. Tzibo instalou uma guarnição bizantina na cidade e utilizou-a para monopolizar todo o comércio do mar Negro. Estas medidas criaram ressentimento entre os lazes, que em 541 solicitaram ajuda militar do Império Sassânida do xá Cosroes I (r. 531–579).[2] Cosroes I atendeu ao chamado e liderou um exército contra Petra, que foi tomada e Tzibo foi morto.[3] Uma guarnição persa também seria instalada. A presença persa, contudo, logo causaria ressentimento na população local.[4][5]
Em 548, Justiniano nomeou Dagisteu como mestre dos soldados da Armênia e enviou-o para Lázica no comando de oito mil soldados. Lá, uniu forçar com o rei laze Gubazes II (r. 541–555) e sitiou Petra. Durante o cerco, Gubazes redirecionou todas os efetivos lazes para as zonas fronteiriças, enquanto solicitou que Dagisteu reunisse um contingente para proteger o passo montanhoso que dirigia-se para sul do rio Fásis, de modo a inibir o avanço do exército de alívio liderado por Mermeroes. Dagisteu enviou 100 soldados, que foram logo superados, e com a aproximação de Mermeroes, Dagisteu abandonou o cerco e fugiu com seus homens através do Fásis.[6] Os persas deixaram uma nova guarnição de três mil soldados em Petra e outros cinco mil para assegurar suprimentos ao assentamento.[7] Esses últimos, todavia, seriam derrotados na primavera de 549 por Dagisteu e Gubazes.[8]
No verão de 549, enquanto Dagisteu e Gubazes estavam ocupados lidando com outro exército persa liderado por Corianes, uma força sassânida conseguiu alcançar Petra e fornecer suprimentos para a guarnição. Em 551, comandando um exército de seis mil homens, o general Bessas iniciou novo cerco contra Petra, então guarnecida com 2 600 soldados. Após uma dura luta, a cidade caiu e alguns dos defensores refugiaram-se na acrópole, onde resistiriam por mais algum tempo. Com sua subsequente capitulação, a acrópole foi incendiada, seus suprimentos e equipamentos foram saqueados e os muros defensivos foram destruídos.[9][10][11]
Referências
- ↑ Bowersock 1999, p. 466.
- ↑ Greatrex 2002, p. 100.
- ↑ Martindale 1992, p. 638-639.
- ↑ Bury 1958, p. 113.
- ↑ Greatrex 2002, p. 115-116.
- ↑ Martindale 1992, p. 381.
- ↑ Greatrex 2002, p. 117.
- ↑ Greatrex 2002, p. 117-118.
- ↑ Martindale 1980, p. 227.
- ↑ Bury 1958, p. 116.
- ↑ Greatrex 2002, p. 118-119.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bowersock, Glen Warren; Brown, Peter; Grabar, Oleg (1999). Late Antiquity: A Guide to the Postclassical World. Cambrígia, Massachussetes: Imprensa da Universidade de Harvarde. ISBN 0674511735
- Bury, John Begnell (1958). History of the Later Roman Empire. From the Death of Theodosius I to the Death of Justinian, Volume 2. Nova Iorque e Londres: Dover Publications. ISBN 0-486-20399-9
- Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9
- Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1980). The prosopography of the later Roman Empire - Volume 2. A. D. 395 - 527. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia
- Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8