Praça Vidal de Negreiros – Wikipédia, a enciclopédia livre
Praça Vidal de Negreiros | |
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João Pessoa, Paraíba, Brasil | |
Nome popular | Ponto de Cem Réis |
Tipo | Praça |
Cruzamentos | Rua Duque de Caxias, Túnel Damásio da Franca, Avenida Visconde de Pelotas |
Lugares que atravessa | Paraíba Palace, Casario Ávila Lins, Edifícios Régis, Edifício Duarte da Silveira |
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A Praça Vidal de Negreiros, também conhecido como Ponto de cem réis, é uma praça localizada no coração do Centro Histórico de João Pessoa, da capital brasileira de João Pessoa, no estado da Paraíba. Caracteriza-se como um marco da modernização dos transportes, local de concentração de reivindicações públicas, de encontros, palco da construção do símbolo do progresso dos anos 1970, o viaduto Damásio Franca.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Na Praça Vidal de Negreiros, ficou conhecida como Ponto de Cem Réis devido ao preço da passagem cobrado pelos bondes que passava nos anos de outrora. O local aparece no contexto social de João Pessoa na década de 1910, quando começou a haver a confluência de três linhas de bondes elétricos, que serviam a população interligando os bairros Varadouro, Trincheiras e Tambiá. Devido à atividade desenvolvida, a praça começou a ser chamada de Ponto de Cem Réis, por causa do hábito dos condutores do bonde de gritar o valor das passagens.[2]
A praça sempre foi um local de concentração de reivindicações públicas, de eventos públicos, e privados; na década de 1920, com a implementação dos bondes elétricos,[3] e na década de 1970, com a construção do viaduto Damásio Franca, foi um marco da modernização da capital paraibana.
Dando ênfase a forte presença de empreendimentos comerciais e edificações históricas. Dentre elas, o Paraíba Palace, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), possui estilo art-noveau, pintado num amarelo marcante, é o único exemplar da arquitetura veneziana da capital paraibana.[4] O local originalmente chamado de “Parahyba Hotel”, foi idealizado pelo ex-governador da Paraíba, João Pessoa; durante anos foi um hotel de luxo,[5] apresentando as sofisticações da época, como elevador, barbearia, restaurante com cardápio internacional.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o hotel recebeu os militares ligados às bases de Natal e Recife, além de integrantes de programas promocionais do ex-presidente Getúlio Vargas. Hospedou também anônimos da elite, políticos, atletas, artistas da época; entre eles, estão Pelé; o ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros; os cantores Cauby Peixoto, Vicente Celestino, Elizeth Cardoso e Bidu Sayão; a Orquestra Tabajara e os maestros Severino Araújo e Tommy Dorsey. Atualmente foi adquirido pela Assembleia da Paraíba, e funciona o centro administrativo do legislativo paraibano[5] mantendo, dessa forma, conservado e preservado toda a edificação histórica do prédio.
Memórias
[editar | editar código-fonte]O Local da praça homenageia algumas pessoas que tem cunho histórico local como Vidal de Negreiros e Livardo Alves e nacional, que é o caso de Duque de Caxias.
- Duque de Caxias: apelidado de "O Pacificador" e "O Duque de Ferro", foi um militar, político e monarquista brasileiro.
- Vidal de Negreiros: foi um dos dos líderes da Batalha dos Guararapes e Insurreição Pernambucana, na luta contra a colonização holandesa no nordeste brasileiro.
- Livardo Alves: Nascido em João Pessoa[2], figura popular no meio artístico pessoense por sua criatividade e inventividade.[6] Sua história esteve entrelaçada com a do Ponto de Cém Réis, desde os 15 anos de idade, quando começou a trabalhar no jornal a união. Como compositor ele criou músicas inspiradas em situações do cotidiano, destacando-se no cenário da música brasileira; compôs forró, samba, baião, maracatu, cocos, repente e xaxado. Vencedor de dezenas de festivais na Paraíba e em outros estados; ele considerava como mais significativo a composição de ouro ABC,[2] primeiro festival realizado em nivel nacional na Paraíba, com o samba bossanovista chamado "pela primeira vez". Também foi compositor de peças teatrais como Auto da Compadecida e A Pedra do Reino do escritor Ariano Suassuna; a chegada de lampião ao inferno de Luis Mendonça; compôs obras-primas como Doces Ervas e Meu País[7] ; e em 2002 gravou “Malandro do Morro”,[8] Faroeste em Jaguaribe.[7] Fez grande sucesso no carnaval com a “Marcha da Cueca”, com Carlos Mendes e Sardinha, ganhando destaque no Brasil e no exterior. Foi também compositor de hinos para os clubes de futebol da Paraíba.[8] Toda noite o paradeiro dele era o viaduto do Ponto de Cem Réis, sendo uma fonte de inspiração constante para suas composições e poesias; nos bancos gostava de conversar com as pessoas, conhecendo e interagindo do engraxate ao desembargador.[9]
Eventos
[editar | editar código-fonte]No local da Praça Vidal de Negreiros, é palco de exposições, festivais, reivindicações públicas, shows, entre outros. No ano de 2018, a cantora Marília Mendonça escolheu o Ponto de Cem Réis, para ser palco da gravação de seu DVD, intitulado Todos os Cantos,[10] cujo projeto se chamava Te vejo em todos os cantos.[11][6][7][12]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves
- Centro Cultural São Francisco
- Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo
- Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia
- Igreja de São Frei Pedro Gonçalves
- Mosteiro de São Bento
Referências
- ↑ «PONTO DE CEM RÉIS». Prefeitura Municipal de João Pessoa. Consultado em 28 de janeiro de 2020
- ↑ a b c «Inauguração do PONTO DE CEM RÉIS tera Elba e Orquestra Sanhaua». Jornal da Paraíba. 4 de agosto de 2009. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ «PONTO DE CEM RÉIS». João Pessoa Cultural. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ «Paraíba Palace Hotel». Paraíba Criativa. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ a b SUETONI SOUTO MAIOR (30 de maio de 2017). «Assembleia oficializa criação do Centro Administrativo no Paraíba Palace». Jornal da Paraíba. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ a b Andre Luiz Maia (3 de março de 2019). «EMBORA SOFRA INFLUÊNCIAS, A PARAÍBA TEM SUAS CANÇÕES DE CARNAVAL». Correio da Paraíba. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ a b c «O músico Livardo Alves, que morreu há 12 anos, é considerado o maior e mais autêntico compositor de marchas para a folia do Rei Momo» (PDF). Jornal a UNIAO. 4 de Março de 2014. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ a b «Livardo Alves». Paraíba Criativa. 13 de outubro de 2015. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ «Dez anos sem Livardo Alves». Jornal da Paraíba. 16 de março de 2012. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ «Show de Marília Mendonça lota Ponto de Cem Réis, em João Pessoa; veja». Portal T5. 28 de novembro de 2018. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ Luís Eduardo Andrade (29 de novembro de 2018). «Marília Mendonça agita pessoenses em show gratuito». Portal Correio. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ «Livardo Alves». Paraíba Criativa. 13 de outubro de 2015. Consultado em 29 de janeiro de 2020