Ramal Dona Ana—Moatize – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ramal Dona Ana—Moatize | |
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Informações principais | |
Área de operação | Moçambique |
Tempo de operação | 1949–Presente |
Operadora | Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique |
Especificações da ferrovia | |
Extensão | 254 km (158 mi) |
Bitola | 1067 mm |
Diagrama e/ou Mapa da ferrovia | |
O Ramal Dona Ana—Moatize,[1] igualmente conhecido como Troço Dona Ana—Moatize e Caminho de Ferro de Tete,[2] é um troço ferroviário de bitola do Cabo, que liga a Estação Ferroviária de Dona Ana (em Nhamayabué), no Caminho de Ferro de Sena, à Estação de Cargas de Moatize, na periferia da cidade de Moatize, em Moçambique.
Possui 254 km de extensão, sendo operado, em sua totalidade, pela empresa estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).[3]
Histórico
[editar | editar código-fonte]Na década de 1920 o Caminho de Ferro de Sena chegou até a localidade moçambicana de Nhamayabué, rumando em seguida para Vila Nova de Fronteira para conectar-se com os troços férreos já construídos no Maláui. Em 1935 a linha ferroviária entre o centro-sul do Maláui e Moçambique já estava em plena operação.[4]
Construção
[editar | editar código-fonte]Na década de 1940, o governo português decide por iniciar a exploração do carvão mineral existente na província de Tete. Para isso, em 1947[4] inicia a construção de um ramal ferroviário que deveria partir da estação de Dona Ana, em Nhamayabué, até as minas de carvão de Moatize.[5]
A construção foi feita em cerca de dois anos, totalizando 254 km de ferrovias,[3] que foram abertas a operação definitivamente em 1949.[5]
Operações
[editar | editar código-fonte]O Ramal Dona Ana—Moatize e o Caminho de Ferro de Sena permaneceram como importantes ligações de transporte a granel para o centro do país até a Guerra de Independência de Moçambique e a Guerra Civil Moçambicana, quando foram destruídas pelos grupos rebeldes em emboscadas.[6]
Ao final da Guerra Civil, a linha chegou a ser reutilizada para escoamento mineral, mas foi preterida por Nacala por ser mais sinuosa e lenta, além do baixo calado e alto movimento de cargas do porto da Beira. Caiu em ostracismo a partir de 2010, operando em baixa capacidade desde então.[7]
Recuperação
[editar | editar código-fonte]Em 2021 o governo moçambicano anunciou a reabilitação do Caminho de Ferro de Sena entre Nhamayabué e Blantire, na expectativa de incrementar o escoamento mineral pelo ramal Dona Ana—Moatize e incentivar a retomada do transporte de cargas ferroviárias a partir do sul do Maláui.[5]
Estações principais
[editar | editar código-fonte]As principais estações do Ramal Dona Ana—Moatize são:
- Estação de Nhamayabué (Dona Ana)
- Estação de Doa
- Estação de Chueza
- Estação de Mecondeca (M'cacama)
- Estação de Kambulatsitsi (Caldas Xavier)
- Estação de Cateme
- Estação de Moatize
Referências
- ↑ Falume Chabane (21 de março de 2020). «21 de Março de 1959....Cidade de Tete» (PDF) 3876 ed. O Autarca – Jornal Independente. 10 páginas
- ↑ Fernandes, Jorge Luis P. República (Popular) de Moçambique: As Alterações Toponímicas e os Carimbos do Correio. Edições Húmus Ldª. Biblioteca Electrónica de Filatelia. Edição: 1ª. Setembro de 2006. pg. 157.
- ↑ a b «Linha de Sena» (HTML). CFM. Consultado em 6 de fevereiro de 2020
- ↑ a b The Complex of United States - Portugal Relations: Before and After the Coup. Washington: Committee on Foreign Affairs of the United States House of Representatives. 1974. p. 371-373.
- ↑ a b c «PR lança 1ª pedra para reconstrução da linha férrea Dona Ana/ Vila Nova da Fronteira que liga Moçambique e o Malawi». Rádio Moçambique. 29 de maio de 2021. Consultado em 31 de maio de 2021
- ↑ Phiri, Patson. Rehabilitation work starts on Nacala railway line. Southern African News Features 06 No 44, Southern African Research and Documentation Centre. Maio de 2006.
- ↑ Ntoampe, Kelello; Auer, Erika.EIA Summary: Nacala Rail and Port Project. African Development Bank. 2016. pg. 11