Rio Lima – Wikipédia, a enciclopédia livre
Rio Lima | |
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Rio Lima, em Ponte de Lima | |
Comprimento | 135 km |
Nascente | monte Talariño, Espanha |
Altitude da nascente | 975 m |
Foz | Viana do Castelo, Atlântico |
Altitude da foz | 0 m |
Área da bacia | 2370 km² |
Afluentes principais | Rio Vez e rio Castro Laboreiro |
País(es) | Espanha Portugal |
O rio Lima (em galego Limia) é um curso de água internacional que nasce a uma altitude de 950 m no monte Talariño, na serra de São Mamede, na província de Ourense, na Galiza, Espanha, e que atravessa o Alto Minho, no Norte de Portugal.[1]
No seu percurso galego, de 41 km, o rio é muitas vezes designado por nomes locais, como Talariño, Freixo ou Mourenzo, apesar da designação oficial galega ser Limia; aí passa, entre outras povoações da província de Ourense, por Xinzo de Limia, à qual dá o nome.
Entra em Portugal, próximo do Lindoso e de Soajo, e passa por Ponte da Barca e Ponte de Lima, até desaguar no oceano Atlântico junto a Viana do Castelo, após percorrer um total de 108 km[1] com um caudal médio de 324 600 m3/s.
Pertence à bacia hidrográfica do rio Lima e à região hidrográfica do Minho e Lima. O seu contorno a norte é formado pela serra do Soajo e linha divisória do rio Minho até à serra de Arga e desta até ao Oceano Atlântico pelas serras de Perre e Santa Luzia; ao sul pelas serras da Amarela, Nora e Faro[2].
Em Portugal, tem um comprimento aproximado 66,9 km e uma área de bacia de aproximadamente 2370 km².[3]
Mitologia e história
[editar | editar código-fonte]Este rio foi indicado como sendo o mitológico Lete por Estrabão e fabulado profusamente na mitologia greco-romana como o rio do esquecimento, da dissimulação. Também era chamado de Belion.[4]
Mitologia e geografia cruzaram-se num momento histórico, em 138 a.C., durante a conquista romana da Península Ibérica. Quando o general romano Décimo Júnio Bruto Galaico dispõe-se a derrubar o mito, já que o rio impedia a progressão da sua campanha militar na região. Atravessou o Lima só e, da outra margem, chamou os seus soldados, um por um, pelos seus nomes. Os seus soldados, espantados pelo facto do seu general manter a memória, atravessaram então o rio, sem medo, claudicando o mito do Lete. Este evento histórico é recriado em Xinzo, Espanha, numa festa chamada "Festa do Esquecimento".[5]
Afluentes mais importantes
[editar | editar código-fonte]Da nascente para a foz, estes são os afluentes mais importantes do rio Lima, em território português:
- Rio Cabril
- Rio Castro Laboreiro
- Ribeira da Varziela
- Rio da Peneda
- Rio da Veiga
- Rio Adrão
- Ribeiro Lapa
- Rio Froufe
- Ribeiro Carcerelha
- Rio Tamente
- Rio Tora
- Rio Vez
- Ribeiro Castro
- Rio Cabrão
- Rio Vade
- Ribeiro Cangeira
- Ribeiro Couto
- Ribeiro São João
- Rio Labruja
- Ribeiro Serdelo
- Rio Estorãos
- Ribeira Silvareira
- Rio Trovela
- Rio Pontido
- Rio Seixo
- Ribeiro Lourinhal
- Ribeira Nogueira
- Ribeira Portuzelo
- Ribeira da Casa do Rio
- Ribeira São Simão[3]
Pontes sobre o rio Lima
[editar | editar código-fonte]Sobre o rio Lima, podemos encontrar várias pontes, algumas com importância histórica, das quais se destacam:
- Ponte de Ponte da Barca, em Ponte da Barca
- Ponte de Ponte de Lima, em Ponte de Lima
- Ponte Eiffel, em Viana do Castelo
Barragens no rio Lima
[editar | editar código-fonte]- Barragem das Conchas (Em território espanhol)
- Barragem do Alto-Lindoso
- Barragem de Touvedo
Pirogas do Rio Lima
[editar | editar código-fonte]No município de Viana do Castelo, no leito do rio Lima, foram encontradas entre 1985 e 2008 seis pirogas monóxilas (embarcações feitas a partir de um tronco de árvore, escavado para o efeito que são conhecidas, na Europa, desde o período neolítico).
As pirogas encontram-se numeradas de 1 a 6, de acordo com a sequência em que foram encontradas, provêm sobretudo do Lugar da Passagem (na altura, freguesia de Moreira de Geraz do Lima), Lugar da Passagem (Lanheses) e Mazarefes, e datam dos séculos IV/III a.C. (Idade do Ferro), dos séculos VIII/IX (Período da Reconquista) e século XI (Idade Média).
Em Abril de 2021, foi aprovado em Conselho de Ministros a classificação como interesse nacional com a designação de “tesouro nacional” das seis pirogas monóxilas[6].
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Bacia Hidrográfica do Lima, em Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção de Albufeira
- ↑ O Minho pittoresco, de José Augusto Vieira, Lisboa: Livraria de António Maria Pereira, 1886-1887, 1º volume
- ↑ a b «Atlas da Água». Classificação Decimal das Linhas de Água. SNIRH. Consultado em 12 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 20 de junho de 2007
- ↑ Tranoy, Alain (1981). Diffusion de Boccard, ed. La Galice romaine (em francês). Paris: [s.n.] p. 30
- ↑ «Festa do Esquecemento». Asociación Española de Fiestas y Recreaciones Historicas (em espanhol). 15 de abril de 2017. Consultado em 24 de junho de 2020
- ↑ «Pirogas do Rio Lima classificadas como "tesouro nacional"»