Roberto Sant'Ana – Wikipédia, a enciclopédia livre

Roberto Sant'Ana
Nascimento 19 de abril de 1943
Irará
Cidadania Brasil
Ocupação produtor musical, folclorista

Roberto Sant'Ana (Irará, 19 de abril de 1943)[1] é um produtor musical e folclorista brasileiro, responsável pelo lançamento de diversos artistas como Elomar ou Fafá de Belém e por ações como ter apresentado Gilberto Gil a Caetano Veloso,[2] e ser um dos criadores do Tropicalismo e da axé music.[3]

Filho de tradicional família do Recôncavo baiano, seu pai foi prefeito da cidade natal,[1] seu tio foi o célebre comunista, mais tarde deputado federal, Fernando Sant'Anna,[2] e primo do músico Tom Zé, com quem teve diversas parcerias.[3]

Mudando-se para Salvador, ali cursa teatro na UFBA e participa do movimento estudantil na UNE, fundando com o primo Tom Zé, em 1961, um departamento de música.[3] Nesta mesma época apresenta Gil a Caetano, e incentiva-os a se dedicarem à arte, algo que ambos, assim como Tom Zé, não queriam fazer.[3] Foi um dos idealizadores do Teatro dos Novos, que renovou o cenário teatral soteropolitano.[2]

Tom Zé já compunha na cidade natal, mas foi o primo quem o fez apresentar-se a primeira vez na capital, num programa de televisão local chamado "Escada Para o Sucesso", onde ele apresentou uma canção que brincava com este título: "Rampa para o Fracasso".[4]

Neste mesmo ano criou o espetáculo "Nós, Por Exemplo..." em que os três amigos citados participaram, ao lado de Fernando Lona, Djalma Corrêa e Emanuel Araújo, que veio a se tornar o núcleo formador do movimento tropicalista,[1] e que inaugurou na capital baiana o Teatro Vila Velha.[5]

Em 1965 passou seis meses no sertão baiano, junto a Augusto Boal, recolhendo material folclórico.[6]

Em 1970 nasce o filho Lucas, que mais tarde se tornaria músico no meio tropicalista (vindo a revelar que o pai nega ter apresentado Gil a Caetano, algo que este último confirma).[7]

Na década de 1970 percorreu o país junto ao percussionista Djalma Corrêa, gravando manifestações folclóricas.[1] Na mesma década foi importante produtor musical da Philips/PolyGram, responsável por discos de artistas como Fafá de Belém (que foi por ele praticamente descoberta),[8] Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Quinteto Violado, Alcione, Emílio Santiago e Kleiton e Kledir, entre outros.[1]

Em 1977 produziu o disco "Refavela", de Gilberto Gil, junto a quem participaria da trilha sonora do filme "Eu, Tu, Eles", em 2000.[1] Neste ano, produziu e lançou o "CD-tributo 'Jorge Amado - letra e música'", do qual participam diversos artistas, inclusive antigos participantes do movimento tropicalista.[1]

Em 1993, foi homenageado por Gilberto Gil com a composição "Baião atemporal".[1]

Referências

  1. a b c d e f g h «Biografia». dicionariompb.com.br. Consultado em 15 de janeiro de 2014 
  2. a b c Gilberto Gil,Regina Zappa (2013). Gilberto bem perto. [S.l.]: Nova Fronteira. ISBN 8520935745 
  3. a b c d Pedro Alexandre Sanches (17 de abril de 2000). «Roberto Sant'Ana, o último pau-de-arara de Irará». Folha de S. Paulo. Consultado em 15 de janeiro de 2014 
  4. Marcos Roberto Martins dos Santos (25 de maio de 2007). «Tom Zé: um tropicalista e sua aldeia» (PDF). Cult (UFBA). Consultado em 28 de fevereiro de 2014 
  5. «História - Teatro Vila Velha». Teatro Vila Velha. Consultado em 15 de abril de 2012 
  6. Ana Oliveira (s/d). «Três trópicos da tropicália - brincadeira profissional». Tropicalia.com.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2014 
  7. Felipe Tadeu (s/d). «Tropicalia Yesterday and Today». Nova Cultura. Consultado em 28 de fevereiro de 2014 
  8. Salvatore Carrozzo (5 de setembro de 2012). «Fafá de Belém mata saudades dos fãs de Salvador, onde estreou em 1975». Correio24horas. Consultado em 15 de janeiro de 2014 

Ligações externas

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