Rubia cordifolia – Wikipédia, a enciclopédia livre
Rubia cordifolia | |||||||||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||||
'''Rubia cordifolia''' L. |
Rubia cordifolia L. é uma espécie de plantas com flor herbáceas pertencente à família das rubiáceas. Foi cultivado para produção de um pigmento vermelho derivado das suas raízes. A espécie tem distribuição natural no sueste da Europa, Médio Oriente e Norte de África.
Descrição
[editar | editar código-fonte]R. cordifolia é uma planta herbácea que pode crescer até ao 1,5 m de altura. As folhas são perenes e têm 5–10 cm de comprimento e 2–3 cm de altura, agrupadas em verticilos em forma de estrela, de 4-7 folhas cada, ao longo do caule central. Trepa com recurso a pequenos ganchos nas folhas e caules.
As flores são pequenas (3–5 mm de diâmetro), com cinco pétalas de coloração amarelo pálido, agrupadas em racimos densos. Florescem de junho a agosto. O fruto é uma pequena (4–6 mm de diâmetro) baga de coloração vermelha a negra.
A raiz pode ter comprimento superior a um metro e até 12 mm de espessura. A planta prefere solos limosos com um nível constante de humidade elevado.
A espécie é utilizada como planta para a alimentação de larvas de várias espécies de lepidópteros, incluindo Macroglossum stellatarum, a esfinge colibri.
Usos
[editar | editar código-fonte]A espécie Rubia cordifolia foi economicamente uma fonte importante para a obtenção de um pigmento vermelho utilizado em tinturaria em muitas regiões de Ásia, Europa e África. Em consequência, foi largamente cultivada desde a antiguidade até meados do século XIX, altura em que o pigmento corante extraído das suas raízes foi substituído por corantes sintéticos.
As raízes da planta contêm um composto orgânico designado por alizarina, que lhes confere uma coloração avermelhada e que quando purificado produz um pigmento corante, de elevada estabilidade mesmo quando exposto à radiação solar, utilizado na confecção de corantes para utilização em têxteis.
O corante para tinturaria produzido a partir da raízes desta espécie é conhecido comercialmente pelo nome de rosa de garança e ainda é utilizado na produção artesanal de têxteis na Índia. Também foi utilizado como pigmento corante para tintas destinadas à pintura artística, sendo nesse mercado conhecido como laca de garança. A mesma substância é também obtida a partir de outras espécies do género Rubia, em particular de Rubia tinctorum, que também cultivou amplamente na Europa, e da espécie asiática Rubia akane. A descoberta do método de produção da alizarina (um antraceno) por síntese química reduziu em grande medida a procura dos derivados naturais destas plantas.[1]
As raízes desta espécie são também a fonte de obtenção de um medicamento mencionado no Ayurveda, conhecido como Manjistha, e do produto comercializado sob o nome de Manjith.[2]
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]Rubia cordifolia foi descrita por Carolus Linnaeus e publicada em Systema Naturae, ed. 12 3(app.): 229, no ano de 1768.[3] A etimologia do nome genérico Rubia assenta no latim rubus que significa "rubro". O epíteto específico cordifolia é também derivado do latim e significa "folha em forma de coração".[4]
A espécie têm duas subespécies consideradas taxonomicamente válidas:
- Rubia cordifolia subsp. conotricha (Gand.) Verdc.
- Rubia cordifolia subsp. cordifolia
A espécie tem a seguinte sinonímia:[5]
- Galium cordifolium (L.) Kuntze
- Rubia cordifolia subsp. pratensis Kitam.[6]
- Rubia cordifolia subsp. conotricha (Gand.) Verdc.
- Rubia conotricha Gand.
- Rubia longipetiolata Bullock[7]
- Rubia cordifolia subsp. cordifolia
- Dioscorea verticillata Lam.
- Rubia alata Wall.
- Rubia chinensis f. mitis (Miq.) Kitag.
- Rubia clematifolia Reinw. ex Miq.
- Rubia cordata Thunb.
- Rubia javana DC.
- Rubia lanceolata Hayata
- Rubia mitis Miq.
- Rubia pratensis (Maxim.) Nakai
- Rubia pubescens (Nakai) Nakai
- Rubia purpurea Decne.
- Rubia scandens Zoll. & Moritzi
- Rubia secunda Moon
- Rubia sylvatica (Maxim.) Nakai
Referências
- ↑ «Material Name: madder». material record. Museum of Fine Arts, Boston. Novembro 2007. Consultado em 1 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 15 de fevereiro de 2012
- ↑ R. Daman, S. Bhandari, B. Singh and Brij Lal; S. Pathania (2006). «Comparative Studies of Rubia cordifolia L. and its Commercial Samples». Ethnobotanical Leaflets (11): 179-188. Consultado em 23 de setembro de 2016. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2009
- ↑ «Rubia cordifolia em Trópicos». www.tropicos.org
- ↑ «En Epítetos Botánicos». www.winternet.com
- ↑ «subsp. cordifolia em PlantList». www.theplantlist.org/
- ↑ «Rubia cordifolia em PlantList». www.theplantlist.org/
- ↑ «subsp. conotricha en PlantList». www.theplantlist.org/
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- AFPD. 2008. African Flowering Plants Database - Base de Donnees des Plantes a Fleurs D'Afrique.
- Flora of China Editorial Committee. 2011. Fl. China 19: 1–884. Science Press & Missouri Botanical Garden Press, Beijing & St. Louis.
- Nasir, E. & S. I. Ali (eds). 1980-2005. Fl. Pakistan Univ. of Karachi, Karachi.