São José de Espinharas – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Município do Brasil | |||
Panorama central da cidade. | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | espinharense | ||
Localização | |||
Localização de São José de Espinharas na Paraíba | |||
Localização de São José de Espinharas no Brasil | |||
Mapa de São José de Espinharas | |||
Coordenadas | 6° 50′ 49″ S, 37° 19′ 33″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Paraíba | ||
Região metropolitana | Patos | ||
Municípios limítrofes | Norte: Paulista, Serra Negra do Norte, São João do Sabugi e Ipueira; Sul: Patos; Leste: São Mamede; Oeste: Malta e Vista Serrana | ||
Distância até a capital | 332 km | ||
História | |||
Fundação | 26 de dezembro de 1961 (62 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Antônio Gomes da Costa Netto (PP, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total | 726,757 km² | ||
População total (IBGE/2017[1]) | 4 635 hab. | ||
Densidade | 6,4 hab./km² | ||
Clima | Semiárido | ||
Altitude | 208 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010 [2]) | 0,577 — baixo | ||
PIB (IBGE/2018[3]) | R$ 47 346,640 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2018[3]) | R$ 10 149,33 | ||
Sítio | saojosedeespinharas.pb.gov.br (Prefeitura) |
São José de Espinharas é um município brasileiro do estado da Paraíba, localizado na Região Geográfica Imediata de Patos e na Região Metropolitana de Patos. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2017 sua população era de 4.635 habitantes. Área territorial de 726 km².
História
[editar | editar código-fonte]Na primeira parte do século XIX, mais precisamente em 1826, o Comandante José Raimundo Vieira, natural da cidade de Icó, no Ceará, comprou ao Barão do Ipanema uma sesmaria com seis léguas quadradas (36 km x 36 km), instalando a Fazenda São José e construindo a primeira casa do futuro município, conhecida como "Casa Grande". José Raimundo e sua esposa, Clemência Sotero de Melo, passaram a residir nesta fazenda. Deste casamento, nasceu uma única filha. Mais tarde, o Cavaleiro da Ordem Imperial de Portugal Miguel Sátiro de Sousa casou-se com esta jovem e estabeleceu-se às margens do Rio Espinharas juntamente com o seu irmão, Aquiles Sátiro, cujo túmulo se encontra no Cemitério Municipal de São José de Espinharas. No dia 26 de dezembro de 1961, foi promulgada a Lei 2.687, criando o Município de São José de Espinharas, cujo território foi desmembrado do Município de Patos. A história de São José de Espinharas está profundamente vinculada à história do Município de Patos, ao qual pertenceu. Em 1937, o Município de Patos aparece como sendo composto de quatro distritos: Patos, Cacimba de Areia, Passagem e São José. Em 1943, o Distrito de Passagem passa a chamar-se “Espinharas” e o Distrito de São José passa a chamar-se “Mucunã”. Em 1949, o Distrito de Espinharas volta a denominar-se “Passagem” e o Distrito de Mucunã passa a denominar-se “São José de Espinharas”. Em 1960, o Município de Patos é constituído pelos seguintes distritos: Patos, São José de Espinharas, Passagem, Cacimba de Areia, Santa Teresinha, Salgadinho, Areia de Baraúnas e Santa Gertrudes. Somente em 1962, é criado o Distrito de Jerimum, que, em 1964, é desmembrado de Patos e torna-se município com o nome de São José do Bonfim. O Distrito de Quixaba é criado em 1961, subordinado ao Município de Cacimba de Areia. Em 1964, Quixaba torna-se município. O Município de São José de Espinharas foi instalado no dia 30 de dezembro de 1961. Na verdade, o seu nome deveria ser São José "do" Espinharas, em referência ao rio.[4]
Geografia
[editar | editar código-fonte]Geomorfologia
[editar | editar código-fonte]São José situa-se na Bacia do Rio Piranhas, sub-bacia do Rio Espinharas, que, na verdade, é um rio temporário, com possíveis cheias na estação das chuvas. Além do Rio Espinharas, destacam-se os seguintes riachos: Trapiá, dos Bois, Caiçara, Sombrio, Caluete, Louro, da Roça,Ferrão,Santa Rita, Melancias e Lamarão. Os principais açudes são: Novo, Sombrio,Ferrão, Flores e Maria Paz. No município, há ainda muitos poços artesianos e amazonas. A sede do município se situa a 208m de altitude; há algumas elevações, no município, que têm altitude entre 200 e 600m, como: Serra da Carnaúba, do Olho D'Água, do Feijão, dos Currais, do Resende, da Bonita, das Melancias, do Jardim, do Tronco e dos Quintos.
Clima
[editar | editar código-fonte]O Município de São José de Espinharas possui clima quente e seco com estações não definidas. O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005.[5] Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.
Há secas frequentes, mas o índice pluviométrico médio é de 848 mm/ano (média entre 1911 e 1990), que não pode ser considerado baixo. O grande problema é que as chuvas são bastante irregulares na sua distribuição. Devido à irregularidade das mesmas e às frequentes secas, a vegetação do município é do tipo Caatinga, percebendo-se tendência à desertificação. A temperatura média anual é de 26.6 graus Celsius.
Dados climatológicos para São José de Espinharas | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima média (°C) | 34,0 | 33,1 | 32,3 | 31,9 | 31,3 | 30,8 | 30,9 | 32,2 | 33,5 | 34,5 | 34,9 | 34,7 | 32,8 |
Temperatura média (°C) | 27,7 | 27,1 | 26,6 | 26,4 | 25,8 | 25,1 | 25,0 | 25,6 | 26,6 | 27,4 | 27,8 | 28,0 | 26,6 |
Temperatura mínima média (°C) | 22,3 | 22,0 | 21,9 | 21,7 | 21,1 | 20,1 | 19,5 | 19,4 | 20,4 | 21,1 | 21,7 | 22,1 | 21,1 |
Chuva (mm) | 82,0 | 151,8 | 232,2 | 228,7 | 84,0 | 32,9 | 16,3 | 2,6 | 1,5 | 1,0 | 9,4 | 18,6 | 848,6 |
Fonte: Departamento de Ciências Atmosféricas.[6][7][8][9] |
Limites
[editar | editar código-fonte]O Município de São José de Espinharas se limita ao Norte com o Município de Paulista (PB) e com os Municípios de Serra Negra do Norte, São João do Sabugi e Ipueira (RN); ao Leste, com o Município de São Mamede (PB); ao Sul, com o Município de Patos (PB); e a Oeste, com os Municípios de Malta e Vista Serrana (PB).
Localização e Acesso
[editar | editar código-fonte]O Município de São José de Espinharas se localiza no centro do Estado da Paraíba, na Meso-Região do Sertão, na Micro-Região de Patos. Dista 332 km de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba. O acesso à sede do município, partindo-se de João Pessoa, dá-se pela BR 230: até Patos (310 km), passando por Campina Grande, Soledade, Juazeirinho, Junco do Seridó e Santa Luzia. Em seguida, deve-se tomar a direção norte, pela Rodovia Estadual PB 275 (22,2 km). O trecho entre Patos e São José de Espinharas é uma "estrada implantada". Outra possibilidade de acesso é pela BR 110. 14 km depois de Patos (na direção Oeste - Pombal), encontra-se o Distrito de Santa Gertrudes. Logo depois do Distrito de Santa Gertrudes, à direita, deve-se tomar a BR 110 na direção de Serra Negra do Norte e, na altura da Fazenda Flores, entrar à direita numa estrada vicinal que dá acesso à sede do município (11,5 km). No período das chuvas (fev-mai), pode haver alguma dificuldade de passagem pelo Rio Espinharas, pois não há ponte.
Principais propriedades rurais
[editar | editar código-fonte]O Município de São José de Espinharas tem a terceira maior área territorial do Estado da Paraíba. O contato das várias fazendas e sítios com a sede do município nem sempre é tão fácil. Isto se deve, principalmente, a três fatores: devido a sua magnitude; à existência do Rio Espinharas, que separa o município ao meio; e, sobretudo, à facilidade de comunicação por parte da zona sul e oeste do município com Patos, cidade que polariza a região.
Os principais "sítios" e "fazendas" da zona rural são, em ordem alfabética: Água Fria, Arara, Aurora, Bonita, Cachoeira, Caiçara, Caicu, Cajazeiras, Cipó, Farias, Ferrão, Flores, Fortaleza, Garrotes, Jacu, Jatobá, Lamarão, Laranjeiras, Laranjeiras II, Mamanguape, Maria Paz, Melancias, Mucunã, Paiva, Pau-a-Pique, Pinhão, Poço Dantas, Queimadas, Resende, Riacho da Roça, Riacho Fundo, Santa Rita, Santana, Sombrio, Suécia, Tijolos, Trapiá, Travessia, Tronco e Vale da Sela.
Economia
[editar | editar código-fonte]Agricultura e Pecuária
[editar | editar código-fonte]O Município de São José de Espinharas possui terras que estão entre as melhores da região. A maioria de sua população reside na cidade. Nestas terras férteis do baixo Espinharas, a produção do algodão era a principal atividade agrícola até cerca de 1980. Esta cultura foi, contudo, dizimada por pragas, especialmente o "Bicudo", e pelos baixos preços, resultado da competitividade internacional. O município ainda produzia e produz culturas de subsistência, como feijão, milho e arroz. A crise do algodão provocou uma massiva migração da população para as áreas urbanas, especialmente para São José, Patos e para o Sudeste do país. Houve também um processo contínuo de diminuição das "fazendas", devido à transmissão de heranças, e uma série de anos de secas, entre 1980 e 1990. Tudo isto contribuiu para o declínio econômico do Município de São José de Espinharas, como também de outros municípios do sertão. O município já foi destaque na produção de algodão, cultura que está ressurgindo com algumas espécies mais resistentes às pragas. Pode-se ainda destacar a produção de gado de corte, de derivados do leite e a criação de frangos para o abate. É lamentável perceber que o município não encontrou, ao longo destes mais de 20 anos, nenhuma outra vocação econômica para substituir a cultura do algodão.[carece de fontes]
Produção Mineral
[editar | editar código-fonte]São José de Espinharas é bastante conhecida no universo da geologia pela grande jazida de urânio que possui. Entre os anos de 1977 e 1982, São José abrigou um grande projeto de estudo das potencialidades da jazida. Engenheiros e geólogos do mundo inteiro por aí passaram. A empresa Nuclan, vinculada à Nuclebrás, num projeto conjunto entre Brasil e Alemanha, fez estudos no município de São José de Espinharas. Bem antes, em 1940, o Governo Federal já havia concluído estudos desse item, inclusive chegou a protocolar o arrendamento geológico das terras do município. Os Estados Unidos intervieram no acordo prometendo sanções ao presidente Getúlio Vargas, que delegou ao governo americano o arrendamento das terras da jazida em 1941. Vargas entregou a administração do projeto ao NESUA (Sistema Australiano de Extração e Enriquecimento de Urânio), que detém os direitos sobre a manta geológica da região até 2047. O urânio encontrado em São José de Espinharas é de alta qualidade (teor de 1.200 partes por milhão) e numa quantidade bastante considerável. Atualmente, o Brasil retomou o projeto das Usinas Nucleares de Angra dos Reis. No momento, as jazidas de Poços de Caldas (MG) e Lagoa Real (BA) fornecem o urânio para as Usinas Angra I e II. A jazida de Itatiaia (CE), a maior do país, e de São José de Espinharas (PB) permanecem como reserva para uma futura possível exploração. A jazida de São José tem 1,5 km de extensão.[10]
Política
[editar | editar código-fonte]O município é administrado pelo prefeito Antônio Gomes da Costa Netto (PP). O vice-prefeito é Paulo Medeiros (REPUBLICANOS). Os vereadores são Eliane Bezerra Wanderley e Maria do Socorro Santos (MDB), Paulo Camilo da Silva, Francisco Filho de Sousa Morais e José Salomão da Nóbrega Gomes (REPUBLICANOS), Erivaldo Nunes de Medeiros, Esterban Nóbrega de Sousa e Carlos Alberto Silva Trindade (PP) e Everaldo Rocha de Araújo (PDT).
Lista dos Prefeitos[11]:
- Pedro Marinho da Nóbrega - Interino (de 30 de dezembro de 1961 a 30 de outubro de 1962);
- Mozart Wanderley da Nóbrega (de 30 de outubro de 1962 a 31 de outubro de 1966);
- Moacir de Sousa Vida - Interventor (de 1 de novembro de 1966 a 31 de outubro de 1967);
- Wergniaud Dantas de Sousa (de 31 de outubro de 1967 a 31 de janeiro de 1970);
- Antônio Murilo Wanderley da Nóbrega (de 31 de janeiro de 1970 a 31 de janeiro de 1973);
- Wergniaud Dantas de Sousa (de 31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977);
- Antônio Murilo Wanderley da Nóbrega (de 31 de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983);
- Francisco Gomes de Sousa (de 31 de janeiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988);
- José de Sousa Gomes (Zezito) (de 1 de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992);
- Ariano Wanderley da Nóbrega Cabral de Vasconcelos (de 1 de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996);
- José de Sousa Gomes (Zezito) (de 1 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000);
- Renê Trigueiro Caroca (de 1 de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2008);
- Ricardo Vilar Wanderley Nóbrega (de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012);
- Renê Trigueiro Caroca (de 1 de janeiro de 2013 a 09 de setembro de 2016);
- Maria do Socorro Santos - Interina (de 03 de outubro de 2016 até 31 de dezembro de 2016);
- Antônio Gomes da Costa Netto (de 01 de janeiro de 2017 até a atualidade).
Religião
[editar | editar código-fonte]A população do Município de São José de Espinharas é de maioria católica romana. A comunidade passou à categoria de paróquia no dia 27 de dezembro de 2008. Até então, a comunidade pertencia à Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Patos (PB). O padroeiro da cidade é São José. Na sede do município, há uma igreja dedicada ao santo patrono e, em várias localidades da zona rural, há capelas que servem para as celebrações comunitárias e para as atividades pastorais. É celebrado com muito fervor o Mês Mariano (maio) e a festa do Padroeiro.[12] O primeiro pároco foi o Pe. Erivaldo Alves Ferreira. Também Pe. Antônio Evandro de Oliveira pastoreou a comunidade católica. Atualmente, o pároco é Pe. Jerinaldo Inácio. Há ainda, na sede do município, a presença de outras denominações cristãs, tais como a Igreja Filadélfia Pentecostal, a Assembleia de Deus, a Congregação Cristã do Brasil, a Igreja Evangélica Batista e a Assembleia de Deus Gideões.
Referências
- ↑ «Estimativa populacional 2017 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 30 de agosto de 2017. Consultado em 1 de setembro de 2017
- ↑ «Índice de Desenvolvimento Humano». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2013. Consultado em 19 de junho de 2021
- ↑ a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2018). «Produto Interno Bruto dos Municípios». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 19 de junho de 2021
- ↑ «História de Patos» (PDF)
- ↑ «Ministério da Integração Nacional, 2005. Nova delimitação do semiárido brasileiro». Consultado em 28 de setembro de 2009. Arquivado do original em 26 de março de 2010
- ↑ «TEMPERATURA COMPENSADA MENSAL E ANUAL DA PARAÍBA». Departamento de Ciências Atmosféricas. Consultado em 2 de setembro de 2017
- ↑ «TEMPERATURA MÍNIMA MENSAL E ANUAL DA PARAÍBA». Departamento de Ciências Atmosféricas. Consultado em 2 de novembro de 2017
- ↑ «PRECIPITACAO MENSAL (1911-1990)». Departamento de Ciências Atmosféricas. Consultado em 2 de novembro de 2017
- ↑ «UMIDADE RELATIVA DO AR (1911-1980)». Departamento de Ciências Atmosféricas. Consultado em 2 de novembro de 2017
- ↑ Cf. BARBOSA, C.T. P. & SOUZA NETO, J. A. 2005. Distribuição geoquímica de K-U-Th, geofísica e mapeamento geológico aplicados ao zoneamento de áreas com radiação natural anômala: exemplo do depósito de U-ETR de São José de Espinharas. In: SBG, Congresso Brasileiro de Geoquímica, X e Simpósio de Geoquímica dos Países do Mercosul, II, Núcleo Nordeste, Porto de Galinhas, Pernambuco (CD ROM).
- ↑ «Portal de São José de Espinharas»[ligação inativa]
- ↑ «Portal de São José de Espinharas»[ligação inativa]