Série 5600 da CP – Wikipédia, a enciclopédia livre
Série 5600 | |
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Locomotiva 5608, a rebocar uma composição do serviço Intercidades junto a Alcácer do Sal, em 2008. | |
Descrição | |
Propulsão | Elétrica |
Fabricante | Siemens - ÖBB - Krauss-Maffei - ABB - Henschel |
Locomotivas fabricadas | 30 |
Características | |
Bitola | 1668 mm |
Performance | |
Velocidade máxima | 220 km/h |
Operação | |
Local de operação | Portugal |
Ano da entrada em serviço | 1993 |
A Série 5600 (9 0 94 0 765601-8 a 9 0 94 0 765630-7), mais conhecida como Eurosprinter ou Siemens, é um tipo de locomotiva elétrica ao serviço das operadoras Comboios de Portugal e Medway. Esta série é composta por 30 locomotivas de bitola ibérica, com 5600 kW de potência,[1][2] sendo capazes de atingir uma velocidade máxima de 220 km/h.[3] Entraram ao serviço em 1993.[4]
História
[editar | editar código-fonte]Planeamento, encomenda e fabrico
[editar | editar código-fonte]Nas décadas de 1980 e 1990, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses encetou um processo de modernização, centrado principalmente nas infra-estruturas e no material circulante.[2] Assim, foram encomendadas várias locomotivas elétricas,[2] derivadas da Série 252 da Red Nacional de los Ferrocarriles Españoles, que entraram ao serviço em 1991.[4] estas unidades, por seu turno, provêm das locomotivas E-120 e das automotoras InterCityExpress, ambas em circulação na Alemanha.[4] Assim, ambas as locomotivas ibéricas podem ser consideradas como antecessoras da família de material motor Eurosprinter, da qual fazem parte as locomotivas alemãs E-127 e E-121 e a E-402 italiana, pois também foram baseadas nas locomotivas E-120.[4]
Foram adaptadas de origem a uso universal, ou seja, tanto para comboios de passageiros a elevadas velocidades como para pesadas composições de mercadorias, foram construídas por um consórcio luso-alemão da qual fazem parte as empresas Siemens-Österreichische Bundesbahnen, que trata dos equipamentos elétricos, a Krauss-Maffei Wegmann GmbH & Co KG-Asea Brown Boveri-Henschel para as partes mecânicas, e o agrupamento português Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas.[4] O contrato original previa a construção de trinta unidades,[2] que seriam entregues ao ritmo de uma por mês, e caso fosse necessário, a encomenda poderia ser aumentada até 48 locomotivas.[4]
Apresentação oficial e entrada ao serviço
[editar | editar código-fonte]Foram oficialmente apresentadas ao público em 1993, na Estação do Entroncamento, e em Junho desse ano, a locomotiva número 5601 encontrava-se adscrita ao depósito desta estação, tendo sido utilizada para realizar experiências, e para treinar os maquinistas.[4] Nesse ano, já se encontravam ao serviço, sendo os primeiros serviços destas locomotivas a tração de composições de passageiros entre Lisboa e Porto, e de mercadorias, transportando balastro e cimento.[5] Algumas foram, posteriormente, destacadas para serviços internacionais de passageiros e mercadorias, quando terminaram as obras de eletrificação na Linha da Beira Alta.[4] Em 1994, ainda se encontravam a ser fabricadas várias unidades, nas instalações da companhia Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas,[6] prevendo-se então a entrada desta série no serviço de transporte de carvão até à Central termoeléctrica do Pego, no concelho de Abrantes, em substituição das locomotivas da Série 1900.[7] Em 1995, já se encontravam a assegurar este serviço, utilizando frequentemente o sistema de tração dupla, ou seja, duas locomotivas na mesma composição, a rebocar os vagões; para este fim, as locomotivas foram equipadas com engates de garra, de um tipo semelhante ao utilizado nos Estados Unidos da América.[8]
Em 1993, a locomotiva 5601, traccionando três carruagens Corail, bateu o recorde de velocidade ferroviária em Portugal, ao atingir 220 km/h entre as Estações de Espinho e Avanca, na Linha do Norte.[9]
Em 2006, eram consideradas como as locomotivas mais potentes da operadora Comboios de Portugal.[10]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Dados técnicos
[editar | editar código-fonte]Esta série era composta originalmente por trinta unidades,[1] embora, em 2012, uma já não se encontrasse operacional.[3] Estão preparadas para assegurar serviços de passageiros ou mercadorias,[10] circulando sobre bitola ibérica,[4] com rodados em disposição Bo′Bo′.[1] As rodas, quando novas, apresentam 1250 mm de diâmetro, e a distância entre tampões de choque é de 20,450 m.[4] O tipo de tracção é a eletricidade, com tensão de 25 kV 50 Hz.[1] O peso em serviço é de 87 T,[4] e o transmissão é elétrica assíncrona.[3]
Cada locomotiva conta com quatro motores assíncronos trifásicos da Siemens - Österreichische Bundesbahnen, cada um com 1890 CV (≅1400 kW) de potência contínua, totalizando 7560 CV (≅5600 kW), enquanto que o factor de potência, em corrente alterna, situa-se aproximadamente em 1.[4] Cada locomotiva pode atingir até 220 km/h,[3] enquanto que a velocidade correspondente ao regime contínuo é de 70 km/h.[4] O esforço de tracção, no arranque, é de 30 000 kgf (≅300 kN), enquanto que na velocidade máxima é de 9000 kgf (≅90 kN), e de 29 000 kgf (≅290 kN) no regime contínuo.[4]
Em termos de sistemas de travagem, o tipo de freio utilizado na locomotiva é de ar combinado com elétrico, de recuperação ou reostático, enquanto que, na composição, utiliza-se ar comprimido.[4]
Diferenças entre as versões espanhola e portuguesa
[editar | editar código-fonte]As principais diferenças entre as locomotivas desta série e as suas congéneres espanholas são o uso de monotensão e de apenas uma bitola nas locomotivas portuguesas, o que não seria possível em Espanha devido ao elevado número de bitolas e de tensões utilizadas.[4]
Outras diferenças que podem ser encontradas entre ambas as séries são os tampões de choque, que, na locomotiva portuguesa, são redondos, enquanto que a 252 utilizam pára-choques rectangulares, e a forma da reentrância na caixa onde se situam os estribos para acesso à cabine de condução; no caso da 5600, é rectangular, enquanto que na 252 estes são mais pequenos e arredondados.[4] O peso em ordem de marcha das 5600 também é inferior ao da sua congénere espanhola, e foram reforçados, para as 5600, os apoios entre os bogies e as caixas; o tecto, os pantógrafos e as cabines também são ligeiramente diferentes, mas os bogies são praticamente idênticos, tal como a potência, e os motores, do tipo trifásico assíncrono.[4]
Esquemas de cores e denominações
[editar | editar código-fonte]Para estas locomotivas, foi criado um novo esquema de cores, vermelho e cinzento, que a operadora Caminhos de Ferro Portugueses pretendeu utilizar no seu material motor a partir dessa data, substituindo os tradicionais tons em laranja e branco; também foi renovada a antiga tradição ferroviária de baptizar o material motor, sendo que as unidades 5601, 5602, 5603 e 5604 receberam, respectivamente, em 1993, os nomes de Entroncamento, Porto, Lisboa e Aveiro.[4]
Ficha técnica
[editar | editar código-fonte]- Características de exploração
- Dados gerais
- Transmissão
- Tipo: Elétrica assíncrona[3]
- Motores de tração
- Partes mecânicas
- Fabricante: Krauss-Maffei Wegmann GmbH & Co KG - Asea Brown Boveri - Henschel[4]
- Sistemas de travagem
- Características de funcionamento
Lista de material
[editar | editar código-fonte]: | qt. | estado |
---|---|---|
✔︎ | 19 | ao serviço |
♦︎ | 5 | cedidas |
⏩︎ | 4 | vendidas, em Portugal |
⛛︎ | 1 | abatida |
✖︎ | 1 | demolida |
30 | (total) |
№ | : | a | observações[11] |
---|---|---|---|
5601 | ✔︎ | 1993 | |
5602 | ✔︎ | 1993 | |
5603 | ✔︎ | 1993 | |
5604 | ✔︎ | 1993 | |
5605 | ✔︎ | 1993 | |
5606 | ✔︎ | 1993 | |
5607 | ✔︎ | 1993 | |
5608 | ✔︎ | 1993 | |
5609 | ✔︎ | 1994 | |
5610 | ✔︎ | 1994 | |
5611 | ✔︎ | 1994 | |
5612 | ✔︎ | 1994 | |
5613 | ⛛︎ | 2013 | Construída em 1994. Abatida ao serviço após o desastre de Alfarelos; parqueada no Entroncamento[11] |
5614 | ✔︎ | 1994 | |
5615 | ✔︎ | 1994 | |
5616 | ✔︎ | 1994 | |
5617 | ✔︎ | 1994 | |
5618 | ✔︎ | 1994 | |
5619 | ✔︎ | 1994 | |
5620 | ✔︎ | 1995 | |
5621 | ♦︎ | [quando?] | Construída em 1995. Alugada.[11][onde?] |
5622 | ♦︎ | [quando?] | Construída em 1995. Alugada.[11][onde?] |
5623 | ⏩︎ | [quando?] | Construída em 1995. Vendida à Medway.[11] |
5624 | ✖︎ | 2003 | Construída em 1995. Demolida após o acidente de Abela.[11] |
5625 | ⏩︎ | [quando?] | Construída em 1995. Vendida à Medway.[11] |
5626 | ⏩︎ | [quando?] | Construída em 1995. Vendida à Medway.[11] |
5627 | ⏩︎ | [quando?] | Construída em 1995. Vendida à Medway.[11] |
5628 | ♦︎ | [quando?] | Construída em 1995. Alugada à Medway.[11] |
5629 | ♦︎ | [quando?] | Construída em 1995. Alugada à Medway.[11] |
5630 | ♦︎ | [quando?] | Construída em 1996. Alugada à Medway.[11][onde?] |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f g h i «CLP freight locomotives and shunters» (em inglês). Railfaneurope. 29 de Maio de 2009. Consultado em 25 de Novembro de 2010
- ↑ a b c d e LEVY, Mauricio (Julho–Agosto de 1994). «Los portugueses se centrarán en la mejora de las cercanías». Via Libre (em espanhol). Ano 31 (367). Madrid: Fundación de los Ferrocarriles Españoles. p. 27-28. ISSN 1134-1416
- ↑ a b c d e f g h i «Série: 5601-5630». Comboios de Portugal. Consultado em 4 de Dezembro de 2014
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai «252 y 5600: Automotoras de Alta Velocidad». Maquetren (em espanhol). Amp 2 (18). Madrid: Resistor, S. A. 1993. p. 20, 40
- ↑ a b BRAZÃO, Carlos (1993). «Noticias». Maquetren (em espanhol). Ano 2 (19). Madrid: Resistor, S. A. p. 63
- ↑ BRAZÃO, Carlos (1994). «SOREFAME». Maquetren (em espanhol). 3 (25). Madrid: A. G. B., s. l. p. 49-50
- ↑ BRAZÃO, Carlos (1994). «Noticias». Maquetren (em espanhol). Ano 3 (21). Madrid: Resistor, S. A. p. 63
- ↑ GALÃO, Luís Filipe Correia (1995). «Noticias». Maquetren (em espanhol). Ano 4 (39). Madrid: Revistas Profesionales, S. L. p. 60. ISSN 1132-2036 Verifique
|issn=
(ajuda) - ↑ BRAZÃO, Carlos (1993). «Noticias». Maquetren (em espanhol). Ano 2 (17). Madrid: Resistor, S. A. p. 60
- ↑ a b REIS et al', 2006:193
- ↑ a b c d e f g h i j k l «CP - Comboios de Portugal - 5600». Portugal Ferroviário. 2020. 2020. Consultado em 22 de setembro de 2020
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Página sobre a Série 5600, no sítio eletrónico Trainspo» (em inglês)
- «Fotos de unidades da Série 5600, no sítio eletrónico Railfaneurope» (em inglês)
- «Página sobre a Série 5600, no sítio eletrónico Trainlogistic»