Santo Souza – Wikipédia, a enciclopédia livre
Santo Souza | |
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Nome completo | José dos Santos |
Nascimento | 27 de janeiro de 1919 Riachuelo, Sergipe, Brasil |
Morte | 18 de abril de 2014 (95 anos) Aracaju, Sergipe, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | poeta, cronista e funcionário público |
Prémios | Prêmio "José Sampaio" pelo livro "Edifício da Solidão" - 1966 Prêmio "Pedro de Calasans" pela "Opus para muitas Vozes" - 1973 Grande Prêmio da Crítica (Pelo conjunto da obra) - Associação Paulista de Críticos de Arte - 1995 |
Magnum opus | "Ode Órfica (1956)", "Pentáculo do Medo (1980)", "Âncoras de Argo (1994)" |
Escola/tradição | Modernismo, Orfismo |
José Santo Souza (Riachuelo, 27 de janeiro de 1919 — Aracaju, 18 de abril de 2014[1]), nascido José dos Santos, mais conhecido como Santo Souza, foi um poeta brasileiro.
Nascido em Riachuelo, de família humilde, trabalhou desde os 10 anos como auxiliar de farmácia, nunca concluiu o curso primário. Estudou música e compôs algumas valsas na juventude. Aprendeu o caminho das letras com a professora Maria Isabel Marafuz e "Belinha" e "Maroquinha", qual faz dedicatória em seu primeiro livro Cidade Subterrânea[2]
Aos 10 anos, escreveu a seguinte quadra: "A origem do amor é um fanal/ que ilumina a fonte de nossas amarguras,/ tornando nosso coração cheio de ternuras luminosas,/semelhante à luz espiritual" qual encantou o poeta José Sampaio, que depois o ajudou nos estudos de poesia.[3]
Apesar dos incentivos de Sampaio, que era um nome notório entre a intelectualidade sergipana,[3] Santo Souza só iria publicar seu primeiro livro, "Cidade Subterrânea" de 1953, aos 34 anos, após Lincoln de Souza descobrir o poeta e chamar a atenção para José Augusto Garcez, então principal nome editorial de Sergipe com seu Movimento Cultural de Sergipe. O livro contou com o prefácio de Luiz da Câmara Cascudo e se trata de uma obra com predominância parnasiana, por mais que haja poemas em verso-livre.[2]
Entretanto, o ápice da poética souzeana é alcançado no seu livro "Ode Órfica" de 1956, qual foi elogiado por Sergio Milliet e dissera "Anotem os críticos o nome desse poeta de Sergipe. Terão de falar dele um dia". "Ode" denota a influência do Simbolismo Brasileiro e Francês pelo retorno à espiritualidade na poesia, da rigidez formal Camoniana e, especialmente, nos mistérios de Orfeu. Posteriormente, a "Ode" seria relançada junto de "Pentáculo do Medo (1980)" acrescido da "Convocação ao Reino de Orfeu" em "A Ode e o Medo (1988)". Com a publicação de "Âncoras de Argo" em 1994, completa a Trilogia Órfica e, em 1998, publica "A Construção do Espanto" qual reúne a "Convocação ao Reino de Orfeu", a "Ode Órfica", o "Pentáculo do Medo" e "Âncoras de Argo" acrescida de uma breve fortuna crítica do autor.[4][5][6][7]
Era membro da Academia Sergipana de Letras, membro efetivo da Associação Sergipana de Imprensa e membro correspondente da Academia Paulista de Letras e fez parte da Maçonaria. Foi primo do ator, poeta, escritor e ativista sergipano Severo d'Acelino.
Morreu de câncer de pulmão, na sua casa, enquanto dormia.[1]Santo Souza deixou 8 filhos, 27 netos e 18 bisnetos.[8]
Obra[7]
[editar | editar código-fonte]- Cidade Subterrânea (1953) (com prefácio de Câmara Cascudo e ilustração de capa por Álvaro Santos)[2]
- Caderno de Elegias (1954)
- Relíquias (1955)
- Ode Órfica (1956)
- Pássaro de Pedra e Sono (1964) - Ilustração de Capa por Lev Smarcevski. Desenhos de Jenner Augusto, Lênio Braga e Leonardo Alencar.)
- Oito Poemas Densos (1964) - Colaboração com Hunald Alencar, Renato Nunes e Alberto Carvalho. Ilustrações de Juarez Paraíso, Emanoel Araújo e Leonardo Alencar.
- Concerto e Arquitetura (1974)
- Pentáculo do Medo (1980)
- A Ode e o Medo (1988)
- Obra Escolhida (1989)
- Âncoras de Arco (1994)
- A Construção do Espanto (1998)
- Rosa de Fogo e Lágrima (2004)
- Réquiem para Orféu (2005)
- Ésquilo na Tormenta (2006)
- Deus Ensanguentado (2008)
- Crepúsculo de Esplendores (2010)
Referências
- ↑ a b «Morre aos 95 anos poeta, cronista e jornalista Santo Souza». TVCanal13. 18 de abril de 2014. Consultado em 22 de abril de 2014
- ↑ a b c SOUZA, Santo (1953). Cidade Subterrânea. Aracaju: CISLA
- ↑ a b «Entrevista de Santo Souza - Provocações»
- ↑ SOUZA, Santos (1956) [1955]. Ode Órfica. Aracaju: Livraria Regina Ltda
- ↑ SOUZA, Santo (1980). Pentáculo do Medo. Aracaju: UNIGRÁFICA
- ↑ SOUZA, Santo (1994). Âncoras de Argo. Aracaju: Fundação Augusto Franco: Sociedade Editorial de Sergipe
- ↑ a b SOUZA, Santo (1998). Construção do Espanto. [S.l.]: Fundação Augusto Franco: Sociedade Editorial de Sergipe
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1445877-jose-santo-souza-1919-2014---poeta-espiritualista-e-universal.shtml