Segundo Tratado Naval de Londres – Wikipédia, a enciclopédia livre

Segundo Tratado Naval de Londres
Segundo Tratado Naval de Londres
Tratado para Limitação do Armamento Naval
Tipo Controle de armamento
Local de assinatura Londres, Reino Unido
Signatário(a)(s) Eduardo VIII
Franklin D. Roosevelt
Albert Lebrun
Partes  Império Britânico
 Estados Unidos
 França
Depositário(a) Sociedade das Nações
Assinado 25 de março de 1936

O Segundo Tratado Naval de Londres, oficialmente o Tratado para Limitação do Armamento Naval, foi um tratado de controle armamentista assinado em 25 de março de 1936 pelo Império Britânico, Estados Unidos e França. Ele foi um sucessor do Tratado Naval de Washington e do Tratado Naval de Londres e tinha o objetivo de limitar o crescimento de armamentos navais.

A assinatura do Segundo Tratado Naval de Londres veio depois da Segunda Conferência Naval de Londres, realizada entre dezembro de 1935 e março de 1936.[1] O tratado foi apenas assinado por Estados Unidos, França e pela maioria dos membros da Comunidade Britânica: Austrália, Canadá, Índia, Nova Zelândia e Reino Unido, este último representando a si mesmo e "todas as partes do Império Britânico que não são membros separados da Sociedade das Nações". Os únicos domínios britânicos que se recusaram a assinar foram a África do Sul e Irlanda.[2] O Japão, que fora parte dos dois tratados anteriores, tinha afirmado em 1934 que não renovaria os acordos e abandonou a conferência depois de britânicos e norte-americanos terem recusado seu desejo de paridade em número e tonelagem de navios de guerra.[1] A Itália não participou por estar sob sanções impostas pela Sociedade das Nações.

O tratado limitou os couraçados a um deslocamento padrão de 36 mil toneladas, o mesmo limite acordado nos dois tratados anteriores, enquanto o tamanho das armas principais foi restrito a 356 milímetros.[1] Entretanto, os Estados Unidos conseguiram a inclusão da chamada "cláusula do escalonamento" para o caso de que algum dos signatários originais do Tratado Naval de Washington se recusassem a aderir aos novos termos. Essa cláusula estipulava que norte-americanos, britânicos e franceses poderiam aumentar o tamanho de seus canhões principais para até 406 milímetros caso japoneses e italianos não ratificassem o tratado até 1º de abril de 1937.[3]

Além disso, o tratado também limitou porta-aviões a um deslocamento padrão de 23,3 mil toneladas e que seus armamentos poderiam ter até dez canhões de 155 milímetros. Também estipulou que cruzadores rápidos ficassem abaixo de 8,1 mil toneladas de deslocamento padrão e que nenhum novo navio desse tipo poderia ser comprado ou construído até 1º de janeiro de 1943, enquanto submarinos não poderiam ter mais de duas mil toneladas de deslocamento e um canhão maior que 130 milímetros.[4]

Consequências

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Como o Segundo Tratado Naval de Londres não teve a participação de Japão, Itália e Alemanha, ele na prática tinha pouquíssimo poder para restringir a proliferação naval. Japoneses, italianos e alemães já estavam com grandes projetos de construção naval em andamento, o que levou os três países signatários a revisarem alguns dos termos em 1938. O tratado em si acabou descartado em setembro de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia e a Segunda Guerra Mundial começou.[1]

Referências

  1. a b c d Dobbs, Charles M. «London Naval Treaties». Encyclopedia.com. Consultado em 26 de abril de 2021 
  2. O'Connell, D. P. (janeiro de 1957). «The Crown in the British Commonwealth». International and Comparative Law Quarterly. 6 (1): 115. doi:10.1093/iclqaj/6.1.103 
  3. Muir, Malcolm (1980). «Gun Calibers and Battle Zones: The United States Navy's Foremost Concern During the 1930s.». Warship International (1): 25. ISSN 0043-0374 
  4. «History and Technology – London Conference of 1936». NavWeaps. Consultado em 26 de abril de 2021 
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