Shin Sang-ok – Wikipédia, a enciclopédia livre

Shin Sang-ok
Shin Sang-ok
Nascimento 18 de outubro de 1926
Chongjin, Coreia do Norte
Morte 11 de abril de 2006 (79 anos)
Seoul, Coreia do Sul Coreia do Sul
Ocupação Diretor
Produtor
Roteirista
Festival de Berlim
Grand Prix do Júri
1962

Shin Sang-ok (Chongjin, Coreia do Norte, 18 de outubro de 1926Seoul, Coreia do Sul, 11 de abril de 2006) foi um cineasta sul-coreano. Ficou conhecido por ter sido sequestrado pelo líder norte-coreano Kim Jong-il, para produzir filmes enaltecendo a ditadura norte-coreana. Seu filme mais famoso desse período é Pulgasari, uma versão de Godzilla produzida em 1985.

Filho de um proeminente médico praticante da medicina chinesa, Shin Sang-ok nasceu em Chungjin, na parte noroeste da Península da Coreia, na época ocupada pelo Japão e hoje parte da Coreia do Norte. Shin estudou na Escola de Artes de Tóquio, retornando à Coreia três anos depois.[1]

Começou sua carreira cinematográfica como assistente de produção de design em Viva Freedom!, o primeiro filme coreano feito após o país conquistar sua independência do Japão. Durante a "era dourada" do cinema sul-coreano entre as décadas de 1950 e 1960, Shin trabalhou de forma prolífica, frequentemente dirigindo dois ou mais filmes por ano, e conquistando o apelido de "Príncipe do Cinema Coreano".[2] A empresa de produção fundada por ele, a Shin Films, realizou mais de 300 filmes durante a década de 1960.

Shin diminuiu sua produtividade na década de 1970, momento em que o cinema e a indústria cultural sul-coreana em geral enfrentou intensas censuras e constantes interferências governamentais. A maioria dos filmes que ele dirigiu neste período acabaram sendo um fracasso de bilheteria. Depois de Shin fugir do governo repressivo em 1978, o General Park Chung-hee determinou que seu estúdio fosse fechado.[3]

Ainda em 1978, a atriz Choi Eun-hee, recém-divorciada de Shin, foi sequestrada em Hong Kong e levada para a Coreia do Norte. Quando o cineasta viajou para Hong Kong para investigar o desaparecimento da ex-mulher, acabou também sendo sequestrado.[4]

Shin foi acomodado em aposentos confortáveis mas, após uma tentativa de fuga, acabou colocado na prisão. Apenas em 1983 é que foi conduzido à Pyongyang para descobrir o motivo de ter sido levado à força para o país. Eun-hee também foi levada ao mesmo jantar, e só então ficou sabendo que Shin estava na Coreia do Norte. Foi-lhes revelado então que os sequestros foram ordenados por Kim Jong-il, que pretendia estabelecer uma indústria cinematográfica em seu país para moldar a opinião internacional a respeito do Partido dos Trabalhadores da Coreia.[4]

Por sugestão do futuro ditador, Shin e Eun-hee casaram-se pouco depois, e de 1983 a 1986 o cineasta dirigiu sete filmes, todos tendo Kim Jong-il como produtor-executivo. O mais conhecido é Pulgasari, sobre um monstro gigante similar ao Godzilla. Em 1986, oito anos após terem sido sequestrados, Shin e sua esposa fugiram enquanto estavam em um encontro de negócios em Viena, buscando eventualmente asilo político nos Estados Unidos.[4]

Nos EUA, Shin trabalhou sob o pseudônimo Simon Sheen, dirigindo o filme 3 Ninjas Knuckle Up e atuando como produtor executivo de 3 Ninjas Kick Back e 3 Ninjas: High Noon at Mega Mountain. A princípio relutou em voltar a seu país natal, temendo que a polícia de segurança do governo não acreditasse na história de seu sequestro. Acabou retornando definitivamente para a Coreia do Sul em 1994, continuando a trabalhar no cinema.

Passou por um transplante de fígado em 2003, morrendo de complicações resultantes de uma hepatite dois anos depois.

Referências

  1. "Accounting practices blamed for slump in Japanese films". Japan Times, 13 de outubro de 2000
  2. "Pleasure and Pain". villagevoice.com
  3. "Shin Sang-ok" Arquivado em 10 de fevereiro de 2006, no Wayback Machine.. asianfilms.org
  4. a b c "The producer from hell", The Guardian, 4 de abril de 2003
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