Sonda I – Wikipédia, a enciclopédia livre
Modelo do foguete Sonda I em exposição | |
Função | Foguete de sondagem |
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Fabricante | IAE, Avibras |
País de origem | Brasil |
Tamanho | |
Altura | 3,95 m |
Diâmetro | 0,127 m (S10-1) 0,114 m (S10-2) |
Massa | 59 kg |
Estágios | 2 |
Capacidade | |
Estado | Fora de serviço |
Locais de lançamento | Brasil |
Lançamentos totais | 226 |
Voo inaugural | Dezembro de 1965 |
Primeiro nível | |
Motores | 1 motor S10-1 |
Propulsão | 27 kN |
Tempo de queima | |
Combustível | Sólido |
Segundo nível | |
Motores | 1 motor S10-2 |
Propulsão | 4,2 kN |
Tempo de queima | |
Combustível | Sólido |
O Sonda I, foi o primeiro foguete da família Sonda de foguetes de sondagem. Ele foi projetado para ser aplicado em estudos da alta atmosfera e se destinava a transportar cargas úteis meteorológicas de 4,5 kg a 70 km de altitude. Ele acabou se tornando um marco, não só histórico, como também tecnológico no Programa Espacial Brasileiro. Ele serviu como escola para o desenvolvimento de foguetes de pequeno porte, e também na aquisição de conhecimento de campo nas áreas de lançamento e rastreio de foguetes de sondagem e suas cargas úteis.
Origens
[editar | editar código-fonte]Muito antes da criação do então Campo de Lançamento de Foguetes da Barreira do Inferno (CLFBI), desde o pós Guerra, e durante as décadas de 50 e 60, vários programas que poderiam resultar em um foguete totalmente nacional estavam em curso no Brasil: Primeiro com o Exército e depois com a Aeronáutica.[1]
Em 1964, a participação de técnicos Brasileiros em uma série de lançamentos de foguetes ocorridos no Campo de Lançamentos de Chamical, na Argentina, acabou resultando num convênio assinado em 1 de Julho de 1965 pelo CNPq/CNAE, para atuar no projeto EXAMETNET (Cadeia Inter-Americana Experimental de Foguetes Meteorológicos), juntamente com NASA e CNIE (Comisión Nacional de Investigaciones Espaciales), no qual o Brasil se comprometia a operar foguetes meteorológicos, já a partir daquele ano.[1]
Naquela época, os únicos foguetes de sondagem disponíveis para uso no Brasil, eram:
- O ARCAS, com 2,3 m de altura, 11,4 cm de diâmetro, 32 kg de peso, conduzindo cargas de 2,3 kg à 96 km de altitude ou 9 kg à 64 km.
- O HASP (High Altitude Sounding Projectile) do tipo Loki, com 2,6 m de altura, 7,6 cm de diâmetro, 13 kg de peso, conduzindo cargas de 3,2 kg à 55 km de altitude.
Desses, o pessoal do GTEPE e da Avibras, empresa que seria responsável pela construção do foguete, julgaram ser o Arcas, um excelente ponto de partida para o projeto de um foguete de sondagem inteiramente nacional, devido à sua simplicidade.[1]
Teve início então o projeto denominado DM-6501 (sendo DM de Diretoria do Material da Aeronáutica) e 6501 o primeiro modelo de 1965. Para a sua realização, foi firmado um contrato entre o GTEPE e a Avibras.[1]
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]O foguete DM-6501, era portanto uma cópia do foguete Arcas, no entanto um pouco maior e mais potente, medindo 2,6 m de altura e 11 cm de diâmetro. Para simplificar ainda mais o projeto, diferente do Arcas, que usava um cartucho explosivo (igual aos usados para ejetar cadeiras de pilotos em aviões de caça), para dar o "empurrão" inicial no lançamento, o DM-6501, usaria um foguete auxiliar para esta tarefa, como um primeiro estágio. Esse primeiro estágio, era mais curto (1,35 m), e de maior diâmetro (13 cm), porém usava uma mistura combustível que lhe conferia maior potência.[1]
Em Dezembro de 1965, foram efetuados os dois primeiros lançamentos do DM-6501, ambos resultando em falha. Em Fevereiro de 1966, ocorreu o primeiro lançamento com sucesso desse modelo. Daí por diante até o final do ano de 1970, muitas evoluções foram implemetadas (DM-6503, DM-6601, DM-6701, etc.), nesse período, 53 lançamentos foram efetuados, vários deles com algum tipo de dificuldade técnica. Posteriormente esse modelo passou a ser denominado Sonda-I, nome alusivo ao fato de ser o primeiro foguete de sondagem totalmente fabricado no Brasil.[1]
Embora passando, por modificações continuadas, o Sonda I não conseguiu alcançar a posição de foguete operacional, no entanto, ele foi o primeiro passo na busca tecnológica para os outros desenvolvimentos. Foi ele que propiciou os primeiros contatos com a indústria de compostos químicos, de tubos de aço e ligas, além de outros artefatos que hoje são comuns nos foguetes fabricados no Brasil, e apesar dos problemas, esse modelo tinha alguns pontos positivos:.[2]
- Era um foguete simples e barato.
- Era um banco de provas, suscitando novas pesquisas e mais desenvolvimento em várias áreas.
- Foi o primeiro passo da busca tecnológica para o desenvolvimento de outros modelos mais avançados.
Legado
[editar | editar código-fonte]Inúmeras tecnologias foram desenvolvidas e transferidas para a indústria a medida que o Sonda I evoluia. Foi necessário por exemplo, desenvolver tubos sem costura de solda em alumínio de alta resistência. Essas e outras iniciativas, significaram uma economia de divisas superior a US$ 1 milhão por mês. O desenvolvimento desse modelo, propiciou os primeiros contatos com a indústria de compostos químicos. Desde 1968, todas essas pesquisas, demandaram novas tecnologias metalúrgicas para a confecção de tubos e outros artefatos, comuns nos foguetes Brasileiros atuais.[1]
O foguete Sonda I foi projetado para ser aplicado em estudos da alta atmosfera e se destinava a transportar cargas úteis meteorológicas. Mais de 200 deles foram lançados da Barreira do Inferno, em Natal. Desse veículo, se originaram mísseis produzidos pela Avibras, e mais tarde, o Foguete de Treinamento Básico (FTB).[1][4]
Referências
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- (em português) Centro de Lançamento da Barreira do Inferno
- (em português) Instituto de Aeronáutica e Espaço
- (em português) Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
- Avibras Site Oficial
Fontes externas
[editar | editar código-fonte]- (em português) INPE-10467-RPQ/248 - ESBOÇO HISTÓRICO DA PESQUISA ESPACIAL NO BRASIL - Adalton Gouveia (2003)
- (em português) RELATÓRIO DA INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE OCORRIDO COM O VLS-1 V03 - 2004 - Ministério da Defesa (2004)