Suhrkamp Verlag – Wikipédia, a enciclopédia livre
A Suhrkamp Verlag é uma editora alemã fundada em 1950 e geralmente considerada como uma das mais importantes da Europa.
Anteriormente sediada em Frankfurt, desde janeiro de 2010 a sede da empresa foi transferida para Berlim.
Em 2008, os dois principais acionistas entraram em conflito aberto, trocando acusações mútuas de má gestão. A Suhrkamp declarou-se insolvente em 2013, depois de uma longa batalha legal entre seus proprietários.[1]A saída encontrada foi transformá-la em sociedade anônima.[2] Mais recentemente, a entrada de um novo investidor permitiu estabilizar a editora. [3]
História
[editar | editar código-fonte]A editora foi fundada por Peter Suhrkamp (1891-1959), que já havia dirigido a renomada Fischer Verlag a partir de 1936, quando a censura nazista colocou em risco a existência da S. Fischer Verlag por publicar muitos autores não aprovados pelo regime. Em 1935, Gottfried Bermann Fischer conseguiu fazer um acordo com o Ministério da Propaganda, segundo o qual a publicação de autores não aceitos deveria ocorrer fora da Alemanha, enquanto os autores "arianizados" seriam publicados dentro do país, mas a editora deveria passar a ser dirigida por Peter Suhrkamp. A família do proprietário, Gottfried Bermann-Fischer, deixou a Alemanha e fundou uma sucursal de sua editora em Viena. Apesar do acordo, Suhrkamp acabou por ser preso pela Gestapo em 1944, tendo sido enviado a um campo de concentração. Seguindo a sugestão de Hermann Hesse, deixou a Fischer para fundar a sua própria editora. Em 8 de outubro de 1945, tornou-se o primeiro alemão a receber das autoridades britânicas uma licença para abrir uma editora. Na ocasião, 33 dos 48 autores ligados à Fischer preferiu mudar para a Suhrkamp. Entre os primeiros que publicaram pela nova editora destacam-se o próprio Hesse, Rudolf Alexander Schröder, Thomas Mann, Max Frisch, Gerhart Hauptmann e Bertolt Brecht, além de T. S. Eliot e George Bernard Shaw. A editora também reeditou a maior parte dos grandes filósofos alemães assim como dos contemporâneos: os frankfurtianos Theodor W. Adorno, Jürgen Habermas e Axel Honneth, além de Hans Jonas, Reinhart Koselleck, Burghart Schmidt, Peter Sloterdijk, entre outros.
Em 1952, Siegfried Unseld ingressou, como editor, na Suhrkamp Verlag. Em 1957, tornou-se acionista. Por ocasião da morte de Peter Suhrkamp, em 1959, Unseld assumiu o comando da editora, permanecendo na função até sua morte, em 2002. Sob sua direção, a Suhrkamp Verlag se especializou em literatura alemã do século XX, além de ensaios.
Ulla Unseld-Berkéwicz sucedeu seu marido em 2002. Como presidente da fundação Suhrkamp (controladora), ela detinha 61 % das ações. A partir de 2006/2007 começa uma longa disputa com um novo acionista - o empresário de mídia Hans Barlach, detentor de 39 % das ações -, que moveu várias ações judiciais contra os administradores da editora, acusando-os de má gestão. Quando a editora foi transformada em sociedade anônima,[2]Barlach perdeu poder. Morreu em 15 de julho de 2015, aos 59 anos.[4]Ulla, embora tenha deixado a diretoria da editora, passando a atuar no Conselho Fiscal, é muito próxima do atual diretor, Jonathan Landgrebe.[3]
Referências
- ↑ Ulla Unseld-Berkéwicz droht ein Strafverfahren. Die Welt, 29 de agosto de 2013.
- ↑ a b Zeit Online, 24 de outubro de 2014. Suhrkamp Verlag: Es ist vorbei. Die Zeit, 23 de outubro de 2013.
- ↑ a b L'éditeur allemand Suhrkamp retrouve une situation à peu près stable. Por Antoine Oury. ActuaLitté, 23 de janeiro de 2015
- ↑ Suhrkamp-Aktionär Hans Barlach gestorben. Mitteilung des Rundfunk Berlin-Brandenburg, 15 de julho de 2015.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- (em alemão) Site oficial