Supercopa Rei – Wikipédia, a enciclopédia livre

Supercopa Rei
Supercopa Rei
Supercopa Rei
Logotipo oficial da competição.
Dados gerais
Organização CBF
Edições 7
Outros nomes Supercopa do Brasil
Local de disputa Brasil
Número de equipes 2
Sistema Ida e volta (1990)
Jogo único (1991, 2020–)
Edição atual
editar

A Supercopa Rei, anteriormente chamada de Supercopa do Brasil, é uma competição de futebol disputada anualmente entre os atuais campeões do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Extraordinariamente, caso o campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil seja o mesmo clube, o vice-campeão brasileiro ganha a vaga. É disputada no ano seguinte ao da conquista dos respectivos títulos, em formato semelhante aos das supercopas existentes em diversos países europeus. A sua primeira edição, em 1990,[1][2][3][4][5] foi disputada no sistema de ida e volta; no ano seguinte foi alterado o formato para jogo único.

A competição teve duas ocasiões no começo dos anos 90, ocorrendo então um hiato de quase 30 anos para uma nova edição. A primeira em 1990,[6] entre o campeão do Campeonato Brasileiro, Vasco da Gama, contra o campeão da Copa do Brasil, Grêmio. Disputada no sistema de ida e volta, o Grêmio ficou com o título, pelo placar agregado de 2–0,[7] em partidas válidas também pela Copa Libertadores de 1990.[8][9] Na segunda edição, em 1991, agora em partida única, o campeão brasileiro Corinthians venceu o campeão da Copa do Brasil Flamengo, por 1–0, em partida no estádio do Morumbi.

A Supercopa do Brasil retornou em 2020. A partida foi disputada entre Flamengo, campeão do Campeonato Brasileiro, e Athletico Paranaense, campeão da Copa do Brasil. Diferente das duas últimas edições, a partida ocorreu em campo neutro, no estádio Mané Garrincha.

Antecedente (1969)

[editar | editar código-fonte]

Em 1969, vinte e um anos antes da primeira Supercopa, uma competição com o intento de reunir os principais campeões da temporada anterior foi disputada, o Torneio dos Campeões da CBD. Participaram o Grêmio Maringá e o Sport Recife, campeões do Torneio Centro-Sul e Torneio Norte-Nordeste, respectivamente, além do Santos, campeão do Roberto Gomes Pedrosa. O Botafogo, vencedor da última Taça Brasil, desistiu. Apesar de serem tidos como regionais/inter-regionais, o Centro-Sul e Norte-Nordeste também foram organizados pela Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF. A equipe maringaense ganhou o torneio mata-mata.

Origens (1990–1991)

[editar | editar código-fonte]
Primeiro troféu entregue, em 1991.

Em 1989, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) criou a Copa do Brasil de Futebol, com o intuito de fomentar o futebol nacional propiciando que clubes de menor importância tivessem a chance de disputar uma competição nacional de ponta. A competição nos moldes de mata-mata garantia ao campeão vaga direta na Copa Libertadores da América, sendo considerada pela crônica esportiva a segunda maior competição do país até os dias de hoje. A criação da Copa do Brasil propiciou à CBF a chance de criar uma nova competição. Nos moldes da Copa da Inglaterra, Taça de Portugal, Copa Chile e Copa del Rey, criou-se a Supercopa do Brasil, em que os campeões do Campeonato Brasileiro de Futebol e Copa do Brasil de Futebol teriam a chance de se enfrentar pelo título de Supercampeão Brasileiro.

A primeira edição da competição ocorreu em 1990.[1][2][3][4][5] O confronto entre o campeão brasileiro Vasco da Gama e o campeão da Copa do Brasil Grêmio, programado para ocorrer em jogo específico, foi disputado no mesmo jogo em que as equipes se enfrentariam pela Copa Libertadores da América de 1990.[10] O Grêmio conquistou a disputa após vitória por 2–0 no jogo de ida, disputado no Estádio Olímpico Monumental, e um empate em 0–0 no jogo de volta.[11] O Grêmio atesta jamais ter recebido qualquer troféu da CBF referente à Supercopa.[12][10]

Hiato (1992–2019)

[editar | editar código-fonte]

Mesmo sendo uma competição muito recorrente e tradicional no futebol Europeu, como a Supercopa da Espanha, a Supercopa da Inglaterra e a Supercopa da Itália, a Supercopa do Brasil ficou um período de 27 anos sem ter um calendário oficial.

Em 2013, surgiram informações na imprensa de que a CBF estaria programando uma nova edição da competição para 2015, disputada entre o campeão do Campeonato Brasileiro, Cruzeiro, contra o campeão da Copa do Brasil, Atlético Mineiro.[3] No entanto, a competição não foi confirmada ou incluída no calendário de competições da CBF, em 2015, embora o diretor de competições da entidade tenha dito que o torneio poderia ser debatido e incluído no calendário.[5][3] Em 2017, foi criada a Supercopa do Brasil Sub-20. O torneio de base serviu como uma espécie de “termômetro” para uma possível criação da competição em âmbito profissional. Na época, segundo o então diretor de competições da CBF, o principal problema no profissional eram as datas.[13]

Em 2018, o Corinthians, campeão do Brasileiro 2017, e o Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil 2017, realizaram duas partidas amistosas durante o período correspondente à Copa do Mundo FIFA de 2018. O primeiro jogo, disputado no estádio do Mineirão, em 4 de julho, terminou com vitória do Corinthians por 2–0,[14] enquanto a partida de volta, disputada em 11 de julho, na Arena Corinthians, acabou com um empate de 2–2.[15]

Abaixo, os campeões do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil que disputariam a Supercopa do Brasil, caso o torneio fosse disputado.

Ano Campeão do Brasileiro (ano anterior) Campeão da Copa do Brasil (ano anterior)
1992 São Paulo São Paulo Santa Catarina Criciúma
1993 Rio de Janeiro Flamengo Rio Grande do Sul Internacional
1994 São Paulo Palmeiras Minas Gerais Cruzeiro
1995 São Paulo Palmeiras Rio Grande do Sul Grêmio
1996 Rio de Janeiro Botafogo São Paulo Corinthians
1997 Rio Grande do Sul Grêmio Minas Gerais Cruzeiro
1998 Rio de Janeiro Vasco da Gama Rio Grande do Sul Grêmio
1999 São Paulo Corinthians São Paulo Palmeiras
2000 São Paulo Corinthians Rio Grande do Sul Juventude
2001 Rio de Janeiro Vasco da Gama Minas Gerais Cruzeiro
2002 Paraná Athletico Paranaense Rio Grande do Sul Grêmio
2003 São Paulo Santos São Paulo Corinthians
2004 São Paulo Santos (vice-campeão) Minas Gerais Cruzeiro
2005 São Paulo Santos São Paulo Santo André
2006 São Paulo Corinthians São Paulo Paulista
2007 São Paulo São Paulo Rio de Janeiro Flamengo
2008 São Paulo São Paulo Rio de Janeiro Fluminense
2009 São Paulo São Paulo Pernambuco Sport
2010 Rio de Janeiro Flamengo São Paulo Corinthians
2011 Rio de Janeiro Fluminense São Paulo Santos
2012 São Paulo Corinthians Rio de Janeiro Vasco da Gama
2013 Rio de Janeiro Fluminense São Paulo Palmeiras
2014 Minas Gerais Cruzeiro Rio de Janeiro Flamengo
2015 Minas Gerais Cruzeiro Minas Gerais Atlético Mineiro
2016 São Paulo Corinthians São Paulo Palmeiras
2017 São Paulo Palmeiras Rio Grande do Sul Grêmio
2018 São Paulo Corinthians Minas Gerais Cruzeiro
2019 São Paulo Palmeiras Minas Gerais Cruzeiro

Retorno e atualidade (2020–)

[editar | editar código-fonte]
Partida da Supercopa do Brasil entre Athlético Paranaense e Flamengo, em 2020.

Em 2019, com o intuito de propor novas pautas para o avanço do futebol brasileiro, foi confirmado pela CBF a volta do torneio que será realizado em jogo único e em local previamente definido, para a disputa da taça.[16] Com a CBF promovendo o retorno do torneio em 2020, a disputa era entre o campeão do Campeonato Brasileiro de 2019, o Flamengo, e o campeão da Copa do Brasil do mesmo ano, o Athletico Paranaense.

A partida entre as duas equipes aconteceu em 16 de fevereiro de 2020, com a partida vencida pelo Flamengo, por 3–0.[17]

Em 2024, como forma de homenagear Pelé, a CBF anunciou, por meio de suas redes sociais, que a competição, a partir da edição de 2024, passaria a se chamar Supercopa Rei.[18]

Ano Final
Campeão Placar(es) Vice-campeão Sede(s)
1990
Detalhes
Rio Grande do Sul
Grêmio
Campeão da Copa do Brasil 1989
2 – 0
0 – 0
Rio de Janeiro
Vasco da Gama
Campeão Brasileiro 1989
Ida: Rio Grande do Sul Olímpico
Volta: Rio de Janeiro São Januário
1991
Detalhes
São Paulo
Corinthians
Campeão Brasileiro 1990
1 – 0 Rio de Janeiro
Flamengo
Campeão da Copa do Brasil 1990
São Paulo
Morumbi
19922019 Não disputado
2020
Detalhes
Rio de Janeiro
Flamengo
Campeão Brasileiro 2019
3 – 0 Paraná
Athletico Paranaense
Campeão da Copa do Brasil 2019
Distrito Federal (Brasil)
Mané Garrincha
2021
Detalhes
Rio de Janeiro
Flamengo
Campeão Brasileiro 2020
2 – 2
6 – 5 (pen)
São Paulo
Palmeiras
Campeão da Copa do Brasil 2020
Distrito Federal (Brasil)
Mané Garrincha
2022
Detalhes
Minas Gerais
Atlético Mineiro
Campeão Brasileiro e da Copa do Brasil 2021
2 – 2
8 – 7 (pen)
Rio de Janeiro
Flamengo
Vice-campeão Brasileiro 2021
Mato Grosso
Arena Pantanal
2023
Detalhes
São Paulo
Palmeiras
Campeão Brasileiro 2022
4 – 3 Rio de Janeiro
Flamengo
Campeão da Copa do Brasil 2022
Distrito Federal (Brasil)
Mané Garrincha
2024
Detalhes
São Paulo
São Paulo
Campeão da Copa do Brasil 2023
0 – 0
4 – 2 (pen)
São Paulo
Palmeiras
Campeão Brasileiro 2023
Minas Gerais
Mineirão
2025
Detalhes
A disputar Pará
Mangueirão
Troféu da Supercopa do Brasil.
Clube Títulos Vices
Rio de Janeiro Flamengo 2 (2020 e 2021) 3 (1991, 2022 e 2023)
São Paulo Palmeiras 1 (2023) 2 (2021 e 2024)
Rio Grande do Sul Grêmio 1 (1990) 0
São Paulo Corinthians 1 (1991) 0
Minas Gerais Atlético Mineiro 1 (2022) 0
São Paulo São Paulo 1 (2024) 0
Rio de Janeiro Vasco da Gama 0 1 (1990)
Paraná Athletico Paranaense 0 1 (2020)
Cidade Títulos Clubes
São Paulo 3 Corinthians (1), Palmeiras (1) e São Paulo (1)
Rio de Janeiro 2 Flamengo (2)
Porto Alegre 1 Grêmio (1)
Belo Horizonte 1 Atlético Mineiro (1)

Por federação

[editar | editar código-fonte]
Federação Títulos Vices
 São Paulo 3 2
 Rio de Janeiro 2 4
 Rio Grande do Sul 1 0
 Minas Gerais 1 0
 Paraná 0 1
Região Títulos Vices
Sudeste 6 6
Sul 1 1
Centro-Oeste 0 0
Nordeste 0 0
Norte 0 0

Por meio de classificação

[editar | editar código-fonte]
Classificação[nota 1] Títulos Vices
Campeonato Brasileiro 4 (1991, 2020, 2021 e 2023) 2 (1990 e 2024)
Copa do Brasil 2 (1990 e 2024) 4 (1991, 2020, 2021 e 2023)
Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil 1 (2022) 0
Campeonato Brasileiro (vice-campeão) 0 1 (2022)

Transmissão televisiva

[editar | editar código-fonte]

Os jogos da primeira, da terceira, da quarta, da quinta e da sexta edição da Supercopa foram transmitidos pela TV Globo. A Rede Bandeirantes transmitiu a segunda edição.[19]

Ranking de Artilharia

[editar | editar código-fonte]
Jogador Clube Gols
Gabriel Barbosa Rio de Janeiro Flamengo 5
Raphael Veiga São Paulo Palmeiras 4
Giorgian De Arrascaeta Rio de Janeiro Flamengo 2
Bruno Henrique Rio de Janeiro Flamengo 2
Gabriel Menino São Paulo Palmeiras 2
Nílson Rio Grande do Sul Grêmio 1
Darci Rio Grande do Sul Grêmio 1
Neto São Paulo Corinthians 1
Nacho Fernández Minas Gerais Atlético Mineiro 1
Hulk Minas Gerais Atlético Mineiro 1
Pedro Rio de Janeiro Flamengo 1

Notas e referências

Notas

  1. Em caso de um mesmo time ser campeão de Brasileirão e Copa do Brasil, independentemente de qual título tenha sido conquistado primeiro, para esta tabela considera-se a classificação por ambas competições.

Referências

  1. a b Alves, Marcus (28 de novembro de 2014). «CBF pode resgatar Supercopa, com Atlético e Cruzeiro, em 2015». ESPN. Consultado em 20 de abril de 2022 
  2. a b «CBF dá como certa a Supercopa do Brasil em 2015». Correio do Povo. Consultado em 15 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  3. a b c d «CBF dá como certa a Supercopa do Brasil em 2015». Lance!. Consultado em 15 de dezembro de 2014 [ligação inativa] 
  4. a b «Supercopa do Brasil traz histórico de dificuldades com o calendário». Lance!. Consultado em 15 de dezembro de 2014 [ligação inativa] 
  5. a b c Nogueira, Thiago (27 de novembro de 2014). «Supercopa do Brasil não está prevista nas competições da CBF em 2015». O Tempo. Consultado em 20 de abril de 2022 
  6. «Vasco não perde para Grêmio em São Januário desde 1993». O Globo. 8 de junho de 2007. Consultado em 20 de abril de 2022 
  7. «Site Oficial da FIFA» (em inglês). Federação Internacional de Futebol (FIFA). Consultado em 15 de dezembro de 2014 [ligação inativa] 
  8. «Grêmio fixa passe de Assis e Cuca». O Fluminense. 10 de janeiro de 1990. p. 12. Consultado em 20 de abril de 2022 
  9. «Grêmio abre a temporada com amistoso». O Fluminense. 11 de fevereiro de 1990. p. 12. Consultado em 20 de abril de 2022 
  10. a b Victor La Regina (16 de fevereiro de 2020). «Primeiro campeão da Supercopa do Brasil, Grêmio nunca recebeu a taça conquistada há 30 anos». ge. Consultado em 28 de setembro de 2022 
  11. «Clube clássico: Orgulho de ser tricolor». FIFA. Consultado em 20 de abril de 2022. Arquivado do original em 22 de outubro de 2013 
  12. «Ficha do jogo > Vasco x Grêmio». Site do Grêmio. Consultado em 20 de abril de 2022. Arquivado do original em 12 de fevereiro de 2009 
  13. Muratori, Matheus (17 de novembro de 2017). «Cruzeiro x Corinthians? CBF admite estudar ideia de 'recriar' Supercopa entre campeões». Super Esportes. Consultado em 20 de abril de 2022 
  14. «Corinthians vence o Cruzeiro por 2 a 0 no Mineirão; aniversariante Romero e Pedro Henrique marcam». ge. 4 de julho de 2018. Consultado em 20 de abril de 2022. Arquivado do original em 14 de fevereiro de 2022 
  15. «Nada de amistoso: Corinthians e Cruzeiro empatam diante de mais de 37 mil pessoas em Itaquera». ge. 11 de julho de 2018. Consultado em 20 de abril de 2022. Arquivado do original em 12 de fevereiro de 2022 
  16. «CBF anuncia Supercopa do Brasil e possíveis mudanças no Brasileiro». Gazeta Esportiva. 21 de fevereiro de 2019. Consultado em 20 de abril de 2022 
  17. «Flamengo 3 x 0 Athletico-PR - Supercopa do Brasil 2020 Final». ge. 16 de fevereiro de 2020. Consultado em 20 de abril de 2022 
  18. «Supercopa Rei: torneio muda de nome em homenagem a Pelé». ge. 31 de janeiro de 2024. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 
  19. «Acervo Folha, páginas 2 do caderno de esportes do jornais de 14 de março e 18 de abril de 1990 e 27 de janeiro de 1991». Folha de S.Paulo. Consultado em 20 de abril de 2022 [ligação inativa] 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]