Tócos (Campos dos Goytacazes) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Tócos é o décimo sétimo (17º) distrito do município de Campos dos Goytacazes, estado de Rio de Janeiro.
O nome Tócos teve origem nas enchentes que ocorriam na Lagoa Feia.
Na época das cheias, a lagoa expandia seu território, alagando as regiões e, com isso, pequenas árvores ficavam submersas, fazendo com que muitas embarcações do período de escravidão naufragassem quando batiam com o fundo nos tocos.
Depois de algum tempo a região passou a ser denominada Tócos.
Pela lei estadual nº 79, de 23-04-1958, é criado o distrito de Tocos e anexado ao município de Campos, distrito formado com terras desmembrado do distrito de Goitacazes (Fonte:IBGE).
População
[editar | editar código-fonte]Segundo dados do IBGE, no ano de 2010 Tócos possuia 8.164 habitantes.[1]
Economia
[editar | editar código-fonte]Sua economia gira em torno da cana-de-açúcar. Grande parte dos moradores da localidade trabalha na Cia Açucareira Paraíso.
Antes de ser propriamente uma usina, a Usina Paraíso foi um engenho movido à rodas d’água.
Desde 1848 o Sr. José Ignácio da Silva Pinto, o 2º Barão de São José, figurava nas páginas do Almanack Laemmert, entre os produtores de açúcar da Freguesia de São Gonçalo de Campos, atual distrito de Tocos. Consta no inventário de sua esposa, Jordiana Francisca de Miranda (Baronesa de São José), que faleceu em 1878, a indicação de uma de suas propriedades “...Fazenda Paraíso, com engenho, 85 bois de serviço, 136 cabeças de gado e 49 escravos;”
D. Pedro II em 1875, criou a política de engenhos centrais que visava montar fábricas com maquinário importado, moderno para a época, concedendo para isso empréstimos aos interessados e proibindo o uso de mão-de-obra escrava no processo de fabricação do açúcar. Essa era uma medida que tinha por objetivo introduzir aos poucos o trabalho livre no Brasil. O primeiro engenho central a obter concessão imperial foi o de Quissamã. Ocorreu na região norte-fluminense também a criação de unidades fabris modernas desvinculadas da política do governo imperial de criação de engenhos centrais, essas unidades eram chamadas de usinas, palavra que acredita-se ter sido originada do francês “usine”.
Pelo decreto n. 10.182 de 29/12/1888, foi concedido pelo governo ao herdeiro do Barão de São José, Guilherme José de Miranda e Silva e seu sócio Vicente Pereira Ribeiro, o direito de montar um engenho central. Em 18 de junho de 1889, foi assinado o contrato para a construção do engenho:
“Os contractantes empreiteiros Terris & Frindlay, obrigam-se a montar na situação dos Tocos, na freguesia de São Gonçalo, n’este municipio, propriedade do contractante Guilherme José de Miranda e Silva, uma uzina para fabrico de assucar e aguardente, servida de quinze quilometros de estrada de ferro, com duas locomotivas e sessenta vagões; comprando para esse fim, por sua conta e risco, o material da Uzina de Araruama, mediante preço de trezentos e dez contos de réis.[...]”
De acordo com o relatório do engenheiro que fiscalizou esse engenho, em 1893 era uma fábrica de médio porte e funcionava precariamente.
No ano de 1900, esse engenho central foi adquirido pela Sucrerie du Cupim, que mediante autorização do governo federal, passou a denominar-se em 1907, Societé Sucrerries Bresilienne, empresa de franceses que possuía também em Campos a Usina do Cupim e mais 4 fábricas no Estado de São Paulo, as usinas: Piracicaba, Villa-Raffard, Porto-Feliz e Lorena. Durante a administração dos franceses, Victor Sence, também francês, chegou a trabalhar na Usina, no período de 1900 a 1912, pouco antes de montar sua própria usina, a Usina Conceição em Conceição de Macabu.
Após funcionar ininterruptamente por mais de 50 anos sob o comando da holding francesa Societé Sucrerries Bresilienne, os franceses resolveram encerrar suas atividades no Brasil e venderam suas usinas. O pernambucano Geraldo Silveira Coutinho, comprou a Usina Paraíso no ano de 1964, e administrou juntamente com sua família por mais de 40 anos, tendo a frente dos negócios seu filho, o empresário Geraldo Benedicto Hayem Coutinho. Na safra de 2006, a usina produziu 855.500 sacas de açúcar, e 13.371 m³ de álcool hidratado.
Buscando diversificar suas atividades o grupo montou anexo a usina em 2006, a HC sucroquímica, única do ramo a produzir solventes (acetona e n-butanol) a partir da cana-de-açúcar, com isso seu parque industrial tornou-se um dos mais modernos do mundo.
Além dos aspectos históricos é importante ressaltar o caráter dominante da paisagem da usina, já que praticamente todos os moradores de Tócos direta ou indiretamente dependem da usina ou possuem parentes que trabalham nela. Muitos são os moradores que contam estórias da usina, estes têm um carinho especial pela fábrica. A Usina Paraíso existe no município há mais de 160 anos. (Fonte: Profª. Jéssica Carvalho - Blog Sapientia)
Bairros
[editar | editar código-fonte]Vala do Mato, Marcelo, Ilha dos Carões, Canto do Rio de Tócos, Jardim Paraíso, Caxias de Tócos, Carioca, Carvão, Baganzal, Passarinho, Coqueiros de Tócos e Ponta Grossa dos Fidalgos.
Futebol
[editar | editar código-fonte]Dentre os times do Distrito, está o Paraíso Futebol Clube.
Cultura
[editar | editar código-fonte]No Distrito nasceu a intelectual Márcia Maria de Jesus Pessanha.