Tarana Burke – Wikipédia, a enciclopédia livre
Tarana Burke | |
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Burke in 2018 biographical documentary | |
Nascimento | 12 de setembro de 1973 (51 anos) Bronx |
Cidadania | Estados Unidos |
Alma mater |
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Ocupação | militante, professora, Celebridade, feminista |
Distinções |
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Empregador(a) | art sanctuary |
Obras destacadas | Movimento Me Too |
Página oficial | |
https://metoomvmt.org/ | |
Tarana Burke (Nova Iorque, 12 de Setembro de 1973) é uma ativista norte-americana pelos direitos civis que fundou o Movimento Me Too. Burke foi directora-sénior da Girls for Gender Equity, sediada em Brooklyn e tem participado em inúmeras palestras nos Estados Unidos.
Educação e primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Burke nasceu e cresceu no Bronx, em Nova Iorque,[1][2] num bairro social, no seio de uma família de classe baixa, trabalhadora. Tanto em criança como na adolescência, foi vítima de violação e agressão sexual. A sua mãe foi um grande apoio durante o seu processo de recuperação desses actos violentos, tendo-a encorajado a se envolver na comunidade. Na sua biografia, Burke afirma que essa experiência a inspirou a dedicar-se à melhoria da vida de meninas que passam por adversidades extremas,[2] o que acabou por fazer, em adolescente, junto de comunidades marginalizadas.[3] Burke frequentou a Universidade Estadual do Alabama, mas acabou por ser transferida para a Universidade de Auburn, onde se formou. [4] [5] Durante o seu tempo de faculdade, organizou conferências de imprensa e protestos contra a injustiça económica e racial.[5] Foi eleita uma das "100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo em 2022" pela BBC.[6]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Activista desde 1989,[7] Tarana Burke mudou-se para Selma, Alabama, no final dos anos 90, depois de terminar a faculdade.[8]
Depois de trabalhar com sobreviventes de violência sexual, em 2003 Burke criou a organização sem fins lucrativos "Just Be", um programa exclusivamente para meninas negras dos 12 aos 18 anos. [9][10][11] Em 2006, Burke fundou o movimento Me Too e começou a usar a frase "Me Too" para aumentar a consciencialização para a generalização do assédio e agressão sexuais na sociedade norte-americana. [2] [12]
Em 2008, Burke mudou-se para Filadélfia e trabalhou no Art Sanctuary Philadelphia bem como noutras organizações sem fins lucrativos.[13] Em 2014, foi consultora do filme de Hollywood Selma, baseado nas marchas de Selma a Montgomery pelo direito ao voto, em 1965, lideradas por James Bevel, Hosea Williams, Martin Luther King Jr. e John Lewis. [2][14][15]
A frase "Me Too" transformou-se num movimento mais amplo após o seu uso em 2017 como etiqueta no Twitter, após as alegações de abuso sexual de Harvey Weinstein. Em 15 de outubro de 2017, Burke teve conhecimento através de amigos que a etiqueta #MeToo estava sendo usada online. Burke decidiu apoiar e moldar o movimento para tornar acerca de "empoderamento através da empatia".[16] Em 2017, a Time nomeou Burke, entre outras prominentes activistas, apelidadas de "Silent Breakers", como Pessoa do Ano.[17]
Em 2018, participou nos 75º Golden Globe Awards como convidada da actriz americana Michelle Williams . [18] Em 2018, Burke recebeu o Prémio Coragem pelos The Ridenhour Prizes, concedido a indivíduos que demonstram coragem na defesa do interesse público e um compromisso aficcionado com a justiça social, por, há uma década, ter popularizado a frase “me too” como forma de criar empatia com sobreviventes de abuso sexual. [19] [20] Atualmente, Burke é directora sénior da Girls for Gender Equity. [21] Burke organiza oficinas para ajudar a melhorar as políticas nas escolas, nos locais de trabalho e em locais de culto, e tem-se focado em ajudar as vítimas a não se culpabilizarem pela violência sexual.[1] Burke tem participado de várias palestras nos Estados Unidos da América.[2]
Em 2019, no Festival Sundance, Burke lançou uma campanha de publicidade institucional, baseada em vídeos de animação narrados por sobreviventes de violência sexual, com bases nas suas estórias pessoais, nos quais se inclui o actor Terry Crews.[22]
Activismo
[editar | editar código-fonte]Girls for Gender Equity
[editar | editar código-fonte]Burke foi directora sénior da Girls for Gender Equity baseada em Brooklyn, que tem por missão apoiar o desenvolvimentos de jovens mulheres de cor, através de vários programas e aulas. [23]
Just Be Inc.
[editar | editar código-fonte]Em 1997, Burke conheceu uma jovem rapariga chamada Heaven, no Alabama, que lhe revelou ter sido abusada sexualmente pelo namorado da sua mãe. Na altura, ela disse-lhe que não sabia o que lhe dizer e não a voltou a ver. Mais tarde, Burke disse que gostava de lhe ter dito "eu também" ("me too") e que passou a acreditar que as meninas jovens precisavam de "atenção diferente" do que os rapazes da mesma idade. Este e outros incidentes levaram Burke a fundar a Just Be Inc., uma organização que promove o bem-estar de jovens raparigas de minorias entre os 12 e os 18 anos. Em 2006, ela criou uma página no Myspace. [3][11] Em 2007, a Just Be Inc. recebeu sua primeira subvenção.[3]
Movimento Me Too
[editar | editar código-fonte]Em 2006, Burke fundou o movimento Me Too e começou a usar essa frase para aumentar a consciência acerca da crescente generalização do assédio e abuso sexuais na sociedade norte-americana.[2]
A frase "Me Too" transformou-se num movimento mais amplo após o seu uso em 2017 como etiqueta no Twitter após as alegações de abuso sexual de Harvey Weinstein. Em outubro de 2017, a atriz Alyssa Milano incentivou as mulheres a dizer "eu também" [me too] caso tivessem sofrido assédio ou abuso sexual, e a etiqueta tornou-se viral. Milano rapidamente reconheceu o uso anterior da frase por Burke no Twitter, escrevendo "Acabei de tomar conhecimento de um movimento anterior ao #MeToo, e a estória original é igualmente comovente e inspiradora".[3][24] Burke te apoiado a utilização da etiqueta #MeToo. [3][25]
Em 2017, a revista Time nomeou Burke, entre outras prominentes activistas, apelidadas de "Silent Breakers", como Pessoa do Ano.[17]
Em 2019, Burke colaborou com outras figuras públicas, tais como Ava DuVernay, no Twitter, e Spike Lee, ao moderar uma conferência sua durante o BlackStar Film Festival.[26]
Após ter deixado a Girls for Gender Equity, a sua actividade tem passado por dar palestras em eventos e universidades norte-americanas, tais como o College of New Jersey, a Universidade de Auburn e a Universidade da Carolina do Norte Wilmington.[26]
Honras e prémios
[editar | editar código-fonte]- 2017: Time, Pessoa do Ano[27]
- 2018: Prémios Ridenhour, Prémio Ridenhour para Coragem
- 2018: SheKnows Media, prémio Catalisador VOTY (Vozes do Ano) [28]
- 2019: Vencedora do Prémio Trailblazer
- 2022: Eleita uma das "100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo em 2022" pela BBC.[29]
Referências
- ↑ a b «Tarana Burke: Me Too movement can't end with a hashtag | Elizabeth Wellington». Philly.com
- ↑ a b c d e f «Tarana Burke». Biography (em inglês)
- ↑ a b c d e «The woman behind 'Me Too' knew the power of the phrase when she created it — 10 years ago». Washington Post
- ↑ «#MeToo Founder Tarana Burke Talks Sexual Assault, Stigmas And Society». Vibe
- ↑ a b «#MeToo movement founder speaks to capacity University of Missouri crowd». Columbia Daily Tribune (em inglês)
- ↑ «BBC 100 Women 2022: quem está na lista das mulheres mais inspiradoras do mundo deste ano? - BBC News Brasil». News Brasil. Consultado em 9 de dezembro de 2022
- ↑ Brook, Jack, "Radical Empathy: The Philosophy Behind the #MeToo Movement," Brown Alumni Monthly, March/April 2018, p.15
- ↑ «Tarana Burke: Me Too movement can't end with a hashtag». Philly.com
- ↑ «Tarana Burke: Me Too movement can't end with a hashtag | Elizabeth Wellington». Philly.com
- ↑ «Former Phila. activist Tarana Burke among the 'Silence Breakers' honored by Time Magazine» (em inglês)
- ↑ a b «The 'me too.' Movement». justbeinc (em inglês). Consultado em 12 de novembro de 2019
- ↑ Garcia, Sandra E. «The Woman Who Created #MeToo Long Before Hashtags» – via www.nytimes.com
- ↑ «The Woman Who Began the #MeToo Movement Was a Philly Activist». Philadelphia Magazine (em inglês)
- ↑ «Emma Stone, Meryl Streep, Laura Dern to Be Accompanied by Activists at Golden Globes». Variety (em inglês)
- ↑ «Production Begins on Paramount's Dr. Martin Luther King, Jr. Biopic, SELMA, Starring David Oyelowo». collider.com
- ↑ Najja Parker, The Atlanta Journal-Constitution. «Who is Tarana Burke? Meet the woman who started the Me Too movement a decade ago». ajc (em inglês). Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ a b Edwards, Stephanie Zacharek, Eliana Dockterman, Haley Sweetland. «TIME Person of the Year 2017: The Silence Breakers». Time (em inglês). Consultado em 11 de novembro de 2019
- ↑ CNWN Collection. «Golden Globes 2018: How to Support the Activists' Causes». Allure
- ↑ «Truth-Telling at the 15th Ridenhour Prizes | Whistleblower Protection Blog». Whistleblower Protection Blog (em inglês)
- ↑ «The Ridenhour Courage Prize for 2018: Tarana Burke» – via www.ridenhour.org
- ↑ «Girls for Gender Equity»
- ↑ Stieg, Cory. «Tarana Burke On What's Next For #MeToo: Understanding Survivors». www.refinery29.com (em inglês). Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ «Girls for Gender Equity». Girls for Gender Equity (em inglês)
- ↑ Parker, Najja. «Who is Tarana Burke? Meet the woman who started the Me Too movement a decade ago». ajc
- ↑ «Tarana Burke, the activist behind 'Me Too,' on where the movement goes from here - The Boston Globe»
- ↑ a b Lindsay, Kathryn. «How Has #MeToo Changed Creator Tarana Burke's Life?». www.refinery29.com (em inglês). Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ «'Silence Breakers' Like GGE's Tarana Burke named TIME Person of the Year». Girls for Gender Equity (em inglês)
- ↑ «Announcing the 2018 Voices of the Year». BlogHer (em inglês)
- ↑ «BBC 100 Women 2022: quem está na lista das mulheres mais inspiradoras do mundo deste ano? - BBC News Brasil». News Brasil. Consultado em 9 de dezembro de 2022