Terrorismo comunista – Wikipédia, a enciclopédia livre
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O terrorismo comunista (também denominado terrorismo vermelho ou terrorismo de esquerda)[1] é o terrorismo praticado por grupos de ideologias relacionadas com o leninismo, o maoísmo ou o marxismo-leninismo para conduzir um país ao comunismo. Ao longo da história, o terrorismo comunista assumiu a forma de terrorismo de estado, apoiado por estados socialistas como a União Soviética,[2][3] China,[3] Coréia do Norte,[3] Camboja[4] e Cuba.[5] Além disso, atores não estatais, como as Brigadas Vermelhas, Prima Línea e a Fração do Exército Vermelho, também participaram do terrorismo comunista.[6][7] Esses grupos procuraram inspirar as massas a se levantar e iniciar revoluções para derrubar os sistemas políticos e econômicos existentes para implantar o comunismo.[8]
Acredita-se que o fim da Guerra Fria e a dissolução da União Soviética levaram a uma diminuição acentuada dessa forma de terrorismo.[9] Brian Crozier, fundador e diretor do Institute for the Study of Conflict,[10] afirmou que o comunismo foi a fonte primária do terrorismo estatal e não estatal.[11]
História
[editar | editar código-fonte]Embora Lenin denunciasse sistematicamente o terrorismo praticado pelos SRs (socialistas revolucionários) e se opusesse ao regicídio, ele também apoiava o uso do terror como ferramenta, considerando-o como um método estratégico e eficaz para promover os objetivos revolucionários.[12] De acordo com Leon Trotsky, Lenin enfatizou a necessidade absoluta do terror e já em 1904 ele disse: "Sem a coerção jacobita, a ditadura do proletariado é uma expressão totalmente sem sentido".[13] Em 1905, Lenin encorajou os membros do "Comitê de Combate" de São Petersburgo a cometer atos de roubo, incêndio criminoso e outros atos terroristas.[14] Nem todos os estudiosos concordam com a posição de Lenin sobre o terrorismo. Joan Witte diz que se opôs à prática, exceto quando foi exercida pelo Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e pelo Exército Vermelho depois de 1917.[14] Ela também sugere que ele se opôs ao uso do terrorismo como um ato irracional, mas ele apoiou seu uso para promover a revolução comunista.[14] Chaliand e Blin afirmam que Lenin defendeu o terror das massas, mas se opôs a atos de terrorismo desordenados, desorganizados ou insignificantes.[12] De acordo com Richard Drake, Lenin havia abandonado qualquer relutância em usar táticas terroristas em 1917, acreditando que qualquer resistência à revolução comunista deveria ser alcançada com força máxima. Drake alegaria que a intenção terrorista no programa de Lenin era inconfundível, como Trotsky reconheceu em seu livro Terrorism and Communism publicado em 1918.[15][16] No livro, Trotsky forneceu uma justificativa elaborada para o uso do terror ao afirmar que "o homem que repudia o terrorismo em princípio, isto é, repudia as medidas de repressão e intimidação contra uma contra-revolução determinada e armada, deve rejeitar todas as idéias de supremacia política da classe trabalhadora e sua ditadura revolucionária”.[13] A justificativa de Trotsky é baseada em uma crítica ao uso do termo "terrorismo" para descrever toda a violência política em nome da esquerda, mas não a violência política realizada por facções liberais ou reacionárias.[17]
Após o fim da Primeira Guerra Mundial, nos Estados Unidos aumentam as ações subversivas de simpatizantes socialistas e anarquistas, em sua maioria de origem europeia. Em 1919, um grupo de anarquistas liderados pelo anarco-comunista Luigi Galleani plantou bombas em todo o país.[18] Isso causaria o início das Incursões de Palmer, onde 249 imigrantes russos seriam deportados e mais de 5.000 cidadãos seriam presos sem respeitar seus direitos constitucionais.[19] Em 1920, haveria um ataque ao Senado romeno, pelo qual os comunistas seriam responsabilizados, embora a responsabilidade não tenha sido totalmente provada.[20] Anos mais tarde, em 1925, o atentado contra a Catedral de Sveta-Nedelya pelo Partido Comunista da Bulgária seria realizado com o resultado de 150 pessoas mortas.[21]
Na década de 1930, o termo "terrorismo comunista" foi usado pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), mais conhecido como Partido Nazista, como parte de uma campanha publicitária para espalhar o medo do comunismo. Os nacional-socialistas culparam o terrorismo comunista pelo incêndio do Reichstag, que seria usado como pretexto para aprovar leis que aboliriam as liberdades individuais dos cidadãos alemães.[22][23] Nas décadas de 1940 e 1950, vários países do sudeste asiático, como as Filipinas e o Vietnã, testemunharam o surgimento de grupos comunistas envolvidos no terrorismo. John Slocum escreveu que os comunistas malaios usaram o terrorismo para chamar a atenção para suas crenças ideológicas,[24] mas Philip Deery diria que os insurgentes malaios foram chamados de terroristas comunistas apenas como parte de uma campanha de propaganda.[25] Na década de 1960, a ruptura entre a China e a URSS causou um forte aumento da atividade terrorista na região.[26] Nessa década, vários grupos terroristas também começaram a operar na Europa, Japão e América. Yonah Alexander definiu esses grupos como FCO's ((Fighting Communist Organizations - "organizações comunistas de luta"),[27][28] afirmando que o movimento sindical estudantil, que protestava contra a Guerra do Vietnã, foi a origem desses grupos. Na Europa Ocidental, as ações desses grupos ficaram conhecidas como Euroterrorismo.[29] Os fundadores das FCO's argumentavam que a violência era necessária para atingir seus objetivos e que o protesto pacífico era ineficaz e ineficiente.[30][31] Na década de 1970, havia cerca de 50 grupos marxistas ou leninistas operando na Turquia e aproximadamente 225 grupos operando na Itália. Os grupos também iniciaram operações na Irlanda e no Reino Unido.[32] Esses grupos foram considerados uma grande ameaça pela OTAN e pelos governos da Itália, Alemanha e Grã-Bretanha.[33] O terrorismo comunista não gozava de total apoio de todos os grupos ideologicamente alinhados. O PCI (Partido Comunista Italiano), por exemplo, condenou tal atividade.[34] Estudiosos da esquerda argumentam que, embora seja uma questão de registro histórico que a violência foi empregada por movimentos comunistas, o rótulo "terrorismo" é usado desproporcionalmente na mídia ocidental para se referir a toda a violência política empregada pela esquerda.[35][36][37]
Enquanto isso, na América Latina, Cuba atuou como um farol ideológico da doutrina marxista na região.[5][38][39] Em 1985, a América Latina havia superado a Europa Ocidental como a região com mais atos de terrorismo contra alvos dos Estados Unidos, com grande parte dessa violência, na década de 1980, sendo causada por grupos marxista-leninistas patrocinados por Cuba.[40] No Peru, desenvolver-se-ia o Pensamento Gonzalo, uma doutrina que colocaria especial ênfase no uso do terror como meio de obter poder e conduzir um país ao comunismo.[41][42]
Terrorismo comunista por continente
[editar | editar código-fonte]África
[editar | editar código-fonte]África do Sul
[editar | editar código-fonte]Durante a era do Apartheid na África do Sul, o governo do NP (Nasionale Party - Partido Nacional africânder) considerou o CNA (Congresso Nacional Africano) e seu braço militar Umkhonto we Sizwe, como terroristas comunistas.[43] Como resultado, uma série de leis foram introduzidas pelo governo, como o Suppression of Communism Act, (lei de supressão do comunismo), que definiu e proibiu organizações e pessoas que o governo considerava comunistas. Em 1967, o governo promulgou a lei antiterrorismo, conferindo aos atos terroristas status de crime e estabelecendo a detenção por tempo indeterminado, sem julgamento, contra aqueles que fossem capturados.[43]
Rodésia
[editar | editar código-fonte]Na década de 1970, durante a Guerra Civil da Rodésia (rebatizada Zimbabwe em 1980), os grupos guerrilheiros que atuavam no país eram considerados terroristas comunistas pelo governo. Estes grupos receberam armamento e apoio financeiro de numerosos países comunistas, e treinamento em vários destes, incluindo a União Soviética, a China e Cuba. Ambos os exércitos de guerrilha envolvidos na guerra - o ZIPRA (Exército Revolucionário do Povo do Zimbabwe) da ZAPU (União do Povo Africano do Zimbabwe) e o ZANLA (Exército de Libertação Nacional Africano do Zimbabwe), ligado à ZANU (União Nacional Africana do Zimbabwe) - basearam-se inicialmente na área de Lusaka, na Zâmbia, de modo a estar a pouca distância da Rodésia.[44] A ZANU e a ZANLA mudaram as suas bases para a Tete, em Moçambique, por volta de 1972, e lá se instalaram até ao final da guerra, em 1979. A ZIPRA permaneceu baseada na Zâmbia. De acordo com a ideologia maoísta professada por sua organização matriz, a ZANU e a ZANLA usaram táticas maoístas chinesas com grande efeito, politizando a população rural e escondendo-se entre os habitantes locais durante greves.[45] Enquanto a ZIPRA conduziu operações similares em menor grau, a maioria de seus homens formava um exército de estilo convencional na Zâmbia, que foi treinado por oficiais cubanos e soviéticos para eventualmente invadir a Rodésia e se envolver abertamente em combate contra as Rhodesian Security Forces (forças armadas do país). Isso no final nunca aconteceu.[46]
América
[editar | editar código-fonte]Brasil
[editar | editar código-fonte]A ditadura militar brasileira (assim como o Governo Jair Bolsonaro)[48] classificou os grupos de resistência armada ao regime militar, durante as décadas de 1960-1970, como terroristas.[49] Nações comunistas ofereceram apoio à luta armada brasileira, tanto militar quanto financeira.[50]
China e Cuba davam treinamento em guerrilha, para militantes da esquerda política brasileira, desde o início dos anos 1960.[51] O ex ministro da Casa Civil, José Dirceu e a ex presidente da república, Dilma Roussef, receberam este treinamento (ele declara ter sido treinado por cubanos e ela não revela o país onde realizou seu curso de guerrilha).[52] A Coreia do Norte financiou e treinou brasileiros para a luta armada.[50] Por meio da Rádio Tirana, a Albânia forneceu apoio propagandístico[53][54] enquanto a União Soviética, através da Liga Comunista Leninista da Juventude de Toda a União (Komsomol), fazia doutrinação ideológica.[51] [55]
Segundo Luiz Felipe Pondé e Fernando Gabeira, o movimento guerrilheiro na realidade, não lutava por democracia e sim, para implantar uma ditadura comunista no Brasil.[56] [57] Militante ativo da luta armada durante o regime militar, Gabeira afirmou que: "(...) no caso da Dilma, existem diferenças na apreciação do que foi a nossa atuação (...) queríamos uma ditadura do proletariado (...) A luta armada não estava visando a democracia."[56] Estima-se que em torno de 120 pessoas foram assassinadas pela resistência armada da esquerda.[58] [59]
Cuba
[editar | editar código-fonte]Em 1959, Cuba liderou intervenções militares no Panamá, Nicarágua, República Dominicana e Haiti, resultando em fracassos.[38] A estratégia seria alterada. O regime comunista cubano preferiu patrocinar organizações de esquerda através da logística e financiamento na América Latina além de fazer da ilha um importante centro de formação ideológica que promoveria a formação de organizações guerrilheiras e terroristas da ideologia comunista na região.[39]
Peru
[editar | editar código-fonte]Na década de 1980, o Partido Comunista do Peru - Sendero Luminoso, iniciaria ações contra o Estado peruano sob a liderança de Abimael Guzmán. A doutrina de Guzmán seria o Pensamento Gonzalo, ou marxismo-leninismo-maoísmo-Pensamento Gonzalo.[60] O pensamento Gonzalo envolveu o terror como método de luta, segundo Abimael Guzmán, “o Partido Comunista encontra sua razão de ser, sua tarefa fundamental é: organizar as massas, prepará-las para a ação e lançá-las no ataque direto contra o Estado opressor. Isso é feito por meio de propaganda, agitação, boicote, terror e, finalmente, insurreição armada”.[61]
Ásia
[editar | editar código-fonte]Camboja (Kampuchea Democrático)
[editar | editar código-fonte]O genocídio cometido pelo Khmer Vermelho no Camboja (rebatizado Kampuchea Democrático pelo regime de Pol Pot) que levou à morte de cerca de 1,7 milhão a 2,5 milhões de pessoas, foi descrito como um ato de terrorismo por Joseph S. Tuman.[62] Pol Pot se considerava comunista[63] e descreveu o Partido Comunista do Kampuchea como adepto de um "ponto de vista marxista-leninista" adaptado às condições cambojanas.[64] Pol Pot viu o Khmer Vermelho como um exemplo que deveria ser copiado por outros movimentos revolucionários em todo o mundo e cortejou líderes marxistas da Birmânia, Indonésia, Malásia e Tailândia, permitindo que marxistas tailandeses estabelecessem bases ao longo da fronteira com o Camboja com a Tailândia.[65] Durante o genocídio cambojano, a China foi o principal patrocinador internacional do Khmer Vermelho, fornecendo "mais de 15.000 conselheiros militares" e a maior parte da ajuda externa.[66] Estima-se que pelo menos 90% da ajuda externa ao Khmer Vermelho veio da China.[67]
China
[editar | editar código-fonte]Benjamin A. Valentino estimou que as atrocidades cometidas tanto pelo governo nacionalista (Kuomintang) quanto pelos comunistas (Partido Comunista da China) durante a Guerra Civil Chinesa resultaram na morte de entre 1,8 milhão e 3,5 milhões de pessoas entre 1927 e 1949.[68] No final da década de 1940, o Departamento de Estado dos Estados Unidos informou que, após a Segunda Guerra Mundial, o terrorismo comunista - incluindo pilhagem, massacres e conscrição (alistamento forçado) em milícias - na China superou os crimes de guerra do Japão Imperial.[69]
Japão
[editar | editar código-fonte]O Exército Vermelho Japonês foi um grupo terrorista fundado por Fusako Shigenobu em 1971[70] que defendia a revolução comunista através do terrorismo.[71] A organização esteve envolvida no massacre do aeroporto de Lod, realizado em Israel em 1972.[72]
Filipinas
[editar | editar código-fonte]O NPA (New People's Army - Novo Exército Popular), fundado em 1969, foi descrito como o terceiro maior grupo terrorista operando nas Filipinas. O grupo realizou ataques entre 1987 e 1992 antes de suspender temporariamente suas atividades. Entre 2000 e 2006, realizaram mais 42 ataques.[73]
Vietnã
[editar | editar código-fonte]Durante a Segunda Guerra Mundial, o comunista Việt Minh travou uma campanha de guerrilha liderada por Ho Chi Minh contra as forças de ocupação japonesas e, após a rendição do Japão, contra as forças do colonialismo francês. Essa insurreição continuou até 1954, quando o Việt Minh converteu-se em VC (Vietcongue), que lutou contra o governo do Vietnã do Sul e as forças estadunidenses durante a Guerra do Vietnã.[74] Essas campanhas envolveram o terrorismo, resultando na morte de milhares de pessoas.[75] [76] Embora um armistício tenha sido assinado entre o Việt Minh e a França em 1954, as ações terroristas continuaram.[77] Carol Winkler escreveu que, na década de 1950, o terrorismo vietcongue era abundante no Vietnã do Sul, com líderes políticos, chefes de província, professores, enfermeiros, médicos e membros das forças armadas sendo alvos. Entre 1965 e 1972, os terroristas vietcongues mataram mais de 33.000 pessoas e sequestraram outros 57.000.[78] [79] As ações terroristas em Saigon foram descritas por Nghia M. Vo como "longas e assassinas". Nessas campanhas, o primeiro-ministro do Vietnã do Sul, Trần Văn Hương, foi alvo de uma tentativa de assassinato; só em 1964, os vietcongues realizaram 19.000 ataques a alvos civis.[80]
O historiador e ex-analista do Departamento de Estado dos EUA, Douglas Pike, chamou o Massacre de Huế de uma das piores ações terroristas comunistas da Guerra do Vietnã.[81] As estimativas das perdas no massacre foram citadas em até 6.000 mortos.[82] [83] O Exército dos Estados Unidos registrou "3800 mortos em Huế e arredores, 2786 civis confirmados massacrados, 2226 civis encontrados em valas comuns e 16 civis não-vietnamitas mortos."[84] Enquanto alguns historiadores afirmam que a maioria dessas mortes ocorreu como como resultado do bombardeio americano na luta pela retomada da cidade, a grande maioria dos mortos foi encontrada em valas comuns fora da cidade.[85] Benjamin A. Valentino estimou que, entre 45.000 e 80.000 pessoas foram mortas pelo terrorismo do VC, entre 1954 e 1975.[68]
Douglas Pike também definiu o massacre de Đắk Sơn, no qual os vietcongues usaram lança-chamas contra civis na aldeia de Đắk Sơn, matando 252, como um ato terrorista.[86] Em Maio de 1967, o Dr. Tran Van-Luy relatou à Organização Mundial da Saúde "que nos últimos 10 anos, terroristas comunistas haviam destruído 174 dispensários, maternidades e hospitais".[87] Ami Pedahzur escreveu que "o volume total e a letalidade do terrorismo vietcongue rivaliza ou supera tudo menos umas poucas campanhas terroristas (por exemplo, Argélia, Sri Lanka) travadas no último terço do século XX",[88] e que o VC empregava o terrorismo suicida como uma forma de propaganda pelo ato.[89] Arthur J. Dommen escreveu que a maioria dos mortos devido ao terrorismo do VC eram civis, presos em emboscadas enquanto viajavam de ônibus, e que o grupo incendiou vilarejos e recrutou membros à força.[90]
Europa
[editar | editar código-fonte]Bulgária
[editar | editar código-fonte]O atentado contra a Catedral de Sveta-Nedelya (Sófia, 16 de Abril de 1925) foi cometido por integrantes do БКП - Българска комунистическа партия (PCB - Partido Comunista Búlgaro). Os terroristas explodiram o telhado da catedral, durante o funeral do general Konstantin Georgiev, assassinado em 14 daquele mesmo mês pelos comunistas.[91] 150 pessoas foram mortas e cerca de 500 ficaram feridas.[91]
Itália
[editar | editar código-fonte]As Brigadas Vermelhas seriam estabelecidas em 1970 para impulsionar a Itália ao comunismo. Foi o maior, maior e mais duradouro grupo terrorista de esquerda do segundo período do pós-guerra na Europa Ocidental.[92] A atividade mais proeminente das Brigadas Vermelhas foi o sequestro com o posterior assassinato de Aldo Moro.[93]
União Soviética
[editar | editar código-fonte]Depois da Revolução Russa de 1917, o uso do terrorismo para subjugar a sociedade caracterizou o novo regime comunista.[94] A historiadora Anna Geifman afirmou que isso era "evidente nas próprias origens do regime". Estima-se que 17.000 pessoas morreram como resultado da campanha inicial de violência conhecida como o Terror Vermelho.[95] Lenin afirmou que seu "Partido jacobinista nunca rejeitaria o terror, nem poderia fazê-lo", referindo-se ao reino de Terror Jacobinista de 1793-1794 como um modelo para o Terror Vermelho Bolchevique.[96] Félix Dzerjinsky, fundador da Tcheka (a polícia secreta soviética), empregava amplamente táticas terroristas, especialmente contra camponeses que se recusavam a entregar seus grãos ao governo.[97] Ao iniciar a NEP (Nova Política Econômica), Lenin declarou: "É um erro pensar que a NEP pôs fim ao terrorismo. Voltaremos ao terrorismo, e será um terrorismo econômico".[98]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Assassinatos em massa sob regimes comunistas
- Crimes contra a humanidade sob regimes comunistas
- Lista de organizações classificadas como terroristas
- Medidas ativas
- Intervenções militares de Cuba
- Terror revolucionário
- Terrorismo e a União Soviética
- Terrorismo cristão
- Terrorismo de esquerda
- Terrorismo de direita
- Terrorismo de Estado
- Terrorismo islâmico
- Totalitarismo
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