Transportes do Maranhão – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mapa com as principais rodovias do Maranhão

A infraestrutura de transportes do Maranhão abrange rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Localizado entre as regiões Norte e Nordeste do Brasil, o estado do Maranhão faz divisa com três estados brasileiros: Piauí (leste), Tocantins (sul e sudoeste) e Pará (oeste), além do Oceano Atlântico (norte), possuindo o segundo maior litoral do país. Com área de 331 937,450 km² e com 217 municípios, é o segundo maior estado da região Nordeste e o oitavo maior estado do Brasil.

Ver artigo principal: Lista de aeroportos do Maranhão

O principal aeroporto do Maranhão é o Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Hugo da Cunha Machado. Outro aeroporto de destaque é o Aeroporto de Imperatriz - Prefeito Renato Moreira além de diversos aeroportos municipais como Aeroporto de Balsas, Aeroporto de Santa Inês - Deputado João Silva, Aeroporto de Timon, Aeroporto de Codó, Aeroporto de Pinheiro, Aeroporto de Coroatá, Aeroporto de Bacabal, dentre outros.[1]

A Torre Móvel de Integração é usada para lançar o VLS-1

Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é a denominação da segunda base de lançamento de foguetes da Força Aérea Brasileira. Sedia os testes do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e destina-se, futuramente, a realizar missões de lançamento de satélites.[2]

O CLA está situado na latitude 2°18’ sul, e tinha originalmente uma área de 620 km², no município de Alcântara, a 32 km de São Luís, capital do estado brasileiro do Maranhão.[2]

As principais rodovias federais do Maranhão são as BRs 010, 135, 222, 226, 230, 316 e 402.[3]

A BR-010, Belém - Brasília, liga o Maranhão ao Sul do país. A BR-135 liga São Luís ao sul do Piauí. A BR-222, atravessa o estado ligando Açailândia (Entroncamento com a BR-010) ao nordeste do Maranhão. A BR-226 atravessa o estado de Porto Franco, divisa com o estado de Tocantins até Timon, na divisa com o Piauí. A BR-230 atravessa o sul do Estado e a BR-316 corta o Maranhão de leste a oeste, desde Timon (divisa MA/PI) até a divisa MA/PA. A BR-402 é a porta de entrada para Barreirinhas e os Lençóis Maranhenses.[3]

Acesso à ilha de Upaon-açu pelo estreito dos Mosquitos: da esquerda para a direita, a ponte metálica que sustenta a adutora do sistema Italuís, a ponte Marcelino Machado e a ponte metálica Benedito Leite.

O campo de Perizes é atravessado pela rodovia BR-135 (Km 25 a Km 51,3), o único acesso rodoviário à capital do estado, com o tráfego de mais de 25 mil veículos por dia, permitindo o acesso ao complexo portuário de Itaqui e Ponta da Madeira.[4]

Em 2018, foi concluída a sua obra de duplicação entre São Luís (Estiva, Km 25) e Bacabeira, considerado um de seus trechos mais perigosos e com mais acidentes, em um total de 26 km. A obra envolveu a construção de um viaduto em Bacabeira (Km 51), permitindo o acesso à cidade de Rosário, no entroncamento com a BR-402. O obra deve se estender até a cidade de Miranda do Norte.[4]

O Maranhão também conta com rodovias estaduais e municipais. As condições de pavimento das rodovias do Maranhão são alvo de constantes críticas em razão da infraestrutura.[5]

A infraestrutura ferroviária é de grade importância para a economia do estado.

Ferrovia Carajás

[editar | editar código-fonte]
Trem de minério da Estrada de Ferro Carajás em Açailândia.

A Ferrovia Carajás com 892 km de extensão, em bitola larga, operada pela mineradora Vale S.A., liga o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no município de São Luís (MA), a Marabá e Parauapebas (PA).

É a maior ferrovia de transporte de passageiros em operação no Brasil, possuindo 5 estações e 10 paradas, percorrendo São Luís (MA), Santa Inês (MA), Açailândia (MA), Marabá (PA) e Parauapebas (PA). Entretanto, a EF-315 é especializada no transporte de cargas minerais, extraídas das minas da Serra dos Carajás, e levados até os portos da Baía de São Marcos no Maranhão para exportação.[6] Por seus trilhos, são transportados mais de 120 milhões de toneladas de carga e 350 mil passageiros por ano.[7]

A ferrovia está ainda interligada com outras duas ferrovias: a malha da Ferrovia São Luís-Teresina (FTL) e a Ferrovia Norte-Sul. Com a primeira, está interligada aos sete estados da região Nordeste e, com a segunda, está ligada aos estados de Tocantins, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, facilitando a exportação de grãos produzidos no sul do Maranhão, bem como do norte de Tocantins, Goiás e Mato Grosso pelo Porto do Itaqui, em São Luís.[7][8]

Ferrovia São Luís-Teresina

[editar | editar código-fonte]

A Ferrovia São Luís–Teresina (também chamada de Transnordestina), operada pela FTL, liga as cidades de São Luís (Maranhão) e Teresina (Piauí), passando por Timon, Caxias, Codó, Timbiras, Coroatá, Pirapemas, Cantanhede, Itapecuru Mirim, Santa Rita, Rosário e Bacabeira, no Maranhão, com aproximadamente 454 km.

Atualmente, a ferrovia é destinada principalmente para o transporte de combustíveis (álcool, gasolina e óleo diesel) entre o Porto do Itaqui (São Luís) e a cidade de Teresina.[9]

A ferrovia também transporta cimento para São Luís, além de calcário corretivo, clínquer, contêineres e pallets de madeira, através do entrocamento com a Ferrovia Teresina-Fortaleza, possibilitando a interligação entre o Porto de Itaqui (MA), o Porto do Pecém (CE) e o Porto do Mucuripe (CE).[9]

Ferrovia Norte-Sul

[editar | editar código-fonte]
Ferrovia Norte-Sul na região da Usina Hidrelétrica Estreito

A Ferrovia Norte-Sul foi projetada para ser a espinha dorsal do sistema ferroviário nacional, interligando as principais malhas ferroviárias das cinco regiões do país. Quando concluída, possuirá a extensão de 4.155 quilômetros e cortará os estados de Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, conectando os extremos do país.

Atualmente, seu traçado efetivo vai de Açailândia (MA) a Estrela d'Oeste (SP). Porém, apenas o trecho entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO), sob responsabilidade da concessionária VLI, e entre São Simão (GO) e Estrela d'Oeste (SP), sob responsabilidade da concessionária Rumo Logística, estão totalmente operacionais. Já o trecho entre Porto Nacional (TO) e Anápolis (GO), que tem suas obras concluídas desde 2014, e o trecho entre Ouro Verde de Goiás (próximo a Anápolis) e São Simão (GO) seguem em fase de investimentos para a construção de terminais para torná-los operacionais.[10][11]

A Suzano Maranhão construiu um ramal ferroviário de 28 km que vai de dentro da fábrica até a ferrovia Norte–Sul.[12] A logística da fabricação de celulose na região envolve o plantio de eucalipto na sul do Maranhão, além do Pará e de Tocantins, bem como o escoamento da produção pelo Porto de Itaqui, em São Luís, valendo-se das ferrovias Norte–Sul, Carajás e Transnordestina.[12]

Em 2019, a ferrovia transportou o volume de 7,9 milhões de toneladas de grãos, oriundos do leste e nordeste do Mato Grosso, sul do Pará e da nova fronteira agrícola, o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), por meio do entroncamento com a Ferrovia Carajás, com destino ao Porto do Itaqui.

Um dos grandes diferenciais do Complexo Portuário do Maranhão é a sua localização próxima dos mercados da Europa, América do Norte e do Canal do Panamá, por onde é possível alcançar mais rapidamente os países da Ásia, bem como a profundidade natural dos seus portos.[13]

A sua região de influência abrange a área conhecida como MATOPIBA – formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, considerada a terceira e última fronteira agrícola do País, que realiza 54% de exportações pelo Itaqui –, estados do Norte, como o Pará, e do Nordeste, além do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de Goiás.[13]

Porto do Itaqui

[editar | editar código-fonte]
Fábrica da Suzano em Imperatriz

O Porto do Itaqui movimenta anualmente milhões de toneladas de carga, sendo um importante corredor logístico para o Centro-Oeste do país, sendo o principal porto do Arco Norte em exportação de soja. Entre os principais produtos movimentados no ano de 2020 estão: a soja (8.643.348 de toneladas), milho (3.411.716 de toneladas), fertilizantes (2.646.230 t), cobre (193.159 t), carvão (554.137 t), ferro-gusa (454.118 t) clinquer (193.159 t), manganês (161.034 t), arroz (55.747 t), granéis líquidos (6.338.907 t), soda cáustica (58.872 t), etanol (65.281 t) e GLP (184.311 t), totalizando uma movimentação anual de 25.337.152 de toneladas.[14][15]

O Terminal de Grãos do Porto do Itaqui (TEGRAM) recebeu, em média, 26 mil toneladas de grãos (soja e milho) por dia, no ano de 2016. Em 2020, o terminal foi duplicado.[16]

Em 2015, aproximadamente 70% da soja que saiu do Tegram teve como destino a Ásia, em especial a China. O milho teve como destino o Oriente Médio, a África e o Vietnã. Farelo e grãos também foram enviados para a Europa.[17]

Ponta da Madeira, terminal portuário da Vale

Terminal Marítimo de Ponta da Madeira

[editar | editar código-fonte]

O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira é um porto pertencente à Vale S.A., adjacente ao Porto do Itaqui, e próximo à cidade de São Luís e defronte à Baía de São Marcos, no Maranhão, nordeste do Brasil. Destina-se principalmente à exportação de minério de ferro trazido do projeto Serra dos Carajás, no Pará.

Entre 2020, foram transportados 191 milhões de toneladas e é o campeão nacional em movimentação de cargas.[18]

Porto da Alumar

[editar | editar código-fonte]

O Porto da Alumar, é situado na confluência do Estreito dos Coqueiros com o Rio dos Cachorros e tem capacidade para operar navios com até 59 mil toneladas de carga. É via de entrada de matérias-primas como soda cáustica, carvão e bauxita. Também é pelo terminal portuário que é escoada a alumina vendida para os mercados interno e externo.[19]

Em 2020, o Porto da Alumar movimentou 15,3 milhões de toneladas.[20]

Travessia São Luís-Alcântara

[editar | editar código-fonte]
A balsa "Cidade de Tutóia"

A Travessia São Luís–Alcântara é um sistema de embarcações do tipo balsa que faz o transporte de pessoas e veículos entre os municípios de São Luís e Alcântara, no Golfão Maranhense.

Atualmente, a ilha de Upaon Açu possui uma única ligação via transporte rodoviário, através da ponte Marcelino Machado sobre o Estreito dos Mosquitos, na BR-135, sendo o transporte por ferry-boat uma alternativa para quem deseja fazer a travessia entre a ilha e o continente, além de ser a única que permite o transporte de veículos sobre embarcações.[21]

Também é possível fazer a travessia em barcos menores e catamarãs, através do Cais da Praia Grande, na Rampa Campos Melo, no Centro de São Luís (próximo ao Palácio dos Leões), até o Porto de Jacaré–Terminal Hidroviário de Alcântara, em viagens em torno de 1 hora e 20 minutos, com partida conforme a variação da maré.[22]

Os principais rios navegáveis do Maranhão são o Grajaú, Pindaré, Mearim, Itapecuru, limitados pelas pequenas profundidades próximo à foz. Também há projetos de transporte hidroviário da produção agrícola por meio do rio das Balsas e rio Parnaíba. [23]

  1. «Aeródromos». Agência Nacional de Aviação Civil ANAC. Consultado em 15 de maio de 2021 
  2. a b «CLA - Página inicial». www2.fab.mil.br. Consultado em 15 de maio de 2021 
  3. a b «TRANSPORTES NO ESTADO DO MARANHÃO». geipot.gov.br. Consultado em 15 de maio de 2021 
  4. a b «Mais um trecho duplicado da BR-135, no Maranhão, é liberado». DNIT 
  5. «Maranhão tem 70% das rodovias com problemas». CNT. Consultado em 15 de maio de 2021 
  6. «Ferroviário - ANTT». Consultado em 1 de junho de 2015. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  7. a b «Informações sobre a Estrada de Ferro Carajás - Vale». www.vale.com. Consultado em 2 de fevereiro de 2018 
  8. «Emap» (PDF). Cópia arquivada (PDF) em 27 de janeiro de 2022 
  9. a b «ANTT» (PDF) 
  10. «Rumo inaugura operação da ferrovia Norte-Sul». Folha de S.Paulo. 4 de março de 2021. Consultado em 7 de março de 2021 
  11. «Trecho da ferrovia Norte-Sul que corta o Triângulo Mineiro é liberado pela ANTT». G1. Consultado em 26 de março de 2021 
  12. a b «Suzano-MA» (PDF) 
  13. a b «Localização privilegiada favorece operações portuárias». Porto do Itaqui (em inglês) 
  14. Maximize. «Movimentação de Carga - Porto do Itaqui». Movimentação de Carga - Porto do Itaqui. Consultado em 23 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 28 de janeiro de 2021 
  15. Maximize. «Movimentação de Carga - Porto do Itaqui». Movimentação de Carga - Porto do Itaqui (em inglês). Consultado em 23 de março de 2018 
  16. Rural, Canal. «Terminal portuário do Maranhão prevê aumento de embarque de grãos e farelo». Canalrural 
  17. Rural, Canal. «Terminal portuário do Maranhão prevê aumento de embarque de grãos e farelo». Canalrural 
  18. Redação, Da. «Terminal Marítimo Ponta da Madeira completa 35 anos com novo patamar de embarque». www.portosenavios.com.br. Consultado em 27 de janeiro de 2021 
  19. «Fact Sheet» (PDF) 
  20. Emir, Aquiles. «Produção de alumina no Consórcio Alumar em 2020 aumenta 4,6% na comparação com 2019 | Maranhão Hoje» 
  21. «Ferry-Boat-Cujupe» (PDF) 
  22. «Cais da Praia Grande recebe serviços de sinalização e organização...». Maranhão de Todos Nós. 10 de abril de 2017. Consultado em 15 de maio de 2021. Cópia arquivada em 30 de junho de 2018 
  23. MA, Do G1; Mirante, com informações da TV (7 de dezembro de 2012). «Apenas 11% do transporte de cargas no Brasil é feito por por hidrovias». Maranhão. Consultado em 15 de maio de 2021