Universidade popular – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nikolai Frederik Severin Grundtvig, o idealizador das universidades populares.
Lista de palestras da universidade popular da cidade de Villeurbanne, em 1936.
Universidade popular cristã de Jämsä, Finlândia.

Universidade popular ou Escola Superior Popular [nota 1] é um tipo de instituição de ensino para adultos e pessoas de limitada condição de acesso ao ensino primário, secundário e superior, seja por questões financeiras ou por motivos pessoais ou ainda devido à distância a maiores centros de ensino superior. Tais universidades populares originaram-se do trabalho do poeta, filósofo, político, teólogo, pastor e escritor dinamarquês Nikolaj Frederik Severin Grundtvig (1783—1872) e concentram-se sobretudo nos países nórdicos e de língua alemã. [1] [2] [3] [4]

Características

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Em uma época em que a educação era restrita às elites e os cursos visavam somente à formação intelectual superior, Grundtvig, então inserido no contexto romanticista, concebeu a educação baseada em cursos práticos, mas sem negligenciar a formação humana individual. Tais escolas diferem de outras instituições de ensino superior por sua informalidade no ensino, não realizar exames finais nem conceder diplomas, oferecer cursos intensivos de dois a seis meses. Na Escandinávia a educação é gratuita e oferece-se residência estudantil.

Hoje as faculdades populares germânicas e nórdicas ensinam cursos de educação geral e vocacional em variados tópicos, como letras, música, artes, línguas, esportes, jornalismo, educação fundamental e média para adultos, com princípios de ética, moral e democracia implícitos. Na Alemanha e na Áustria fornecem-se cursos preparatórios para exames do Abitur e da Matura.

Normalmente os formados nas universidades populares adquirem conhecimento e habilidades para entrar no mercado de trabalho ou para a admissão nas universidades. Além da Alemanha, Áustria, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suíça e Suécia, há universidades populares de inspiração em Grundtvig na França (chamada «Université populaire du Rhin»), na Itália (na região de fala alemã do Sul Tirol e várias de origem sindicalistas), na Holanda e duas nos Estados Unidos da América — a John C. Campbell Folk School, na Carolina do Norte, e Driftless Folk School, no Wisconsin.

Em 2015 havia 151 escolas superiores populares (em sueco: folkhögskola) na Suécia, das quais 108 eram geridas por associações ideais e 43 pelos governos regionais.[4][5][6][7]

Estes estabelecimentos de ensino são em grande parte financiados pelo estado. [8] A formação dos professores destas escolas é tradicionalmente ministrada pela Universidade de Linköping. [9]

Fundada em 1982, a Universidade Popular do Cantão de Genebra, oferece, a adultos, cursos de alfabetização de francês, de línguas estrangeiras (dentre elas, o português do Brasil), de cultura geral, de informática e de matemática.[10] Para o ano escolar de 2011—2012, a UPCGe prevê, até fim de junho de 2012, ter mais de 3.000 alunos inscritos.[10] Ela é a única associação sem fins lucrativos suíça em que todos os professores (uns 200 formadores) são inteiramente voluntários.[10]

Notas

  1. Em outras línguas denomina-se: Folk high schools (inglês), Folkehøjskole (dinamarquês), kansanopisto, työväenopisto ou kansalaisopisto (finlandês), Volkshochschule e Heimvolkshochschule (alemão), Folkehøgskole (norueguês) e Folkhögskola (sueco)

Referências

  1. Lars Furuland. «Folkhögskola» (em sueco). Nationalencyklopedin (Enciclopédia Nacional Sueca). Consultado em 14 de maio de 2019 
  2. Poul Dam. «Folkehøjskole» (em dinamarquês). Den Store Danske Encyklopædi (Grande Enciclopédia Dinamarquesa). Consultado em 14 de maio de 2019 
  3. Olbjørn Klepp. «folkehøyskole» (em norueguês). Store norske leksikon (Grande Enciclopédia Norueguesa). Consultado em 14 de maio de 2019 
  4. a b Hadenius, Stig; Torbjörn Nilsson, Gunnar Åselius (1996). «Folkhögskolor». Sveriges historia - Vad varje svensk bör veta (História da Suécia – O que todos os suecos devem saber) (em sueco). Estocolmo: Bonnier Alba. p. 268. 447 páginas. ISBN 91-34-51784-7 
  5. «Från tre till 151 folkhögskolor» (em sueco). Folkhögskola.nu. Consultado em 10 de junho de 2015 
  6. «Alla folkhögskolor A-Ö» (em sueco). Folkhögskola.nu. Consultado em 10 de junho de 2015 
  7. Lars Furuland. «Folkhögskola» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 10 de junho de 2015 
  8. «2015 års statsbidrag till folkhögskolorna» (em sueco). Folkbildningsrådet. Consultado em 10 de junho de 2015 
  9. «Folkhögskollärare, 60 hp» (em sueco). Linköpings universitet. Consultado em 10 de junho de 2015 
  10. a b c Adm. do sítio (2007). «UPCG». Université Populaire du Canton de Genève. Consultado em 19 de fevereiro de 2014 
  • Borup Ernst J. "Den danske Folkehøjskole" em Dansk Skole-Stat under redaktion af professor N.A. Larsen. Copenhague: Arthur Jensens Forlag, 1933-34.
  • Horst Siebert. Erwachsenenbildung in der Erziehungsgesellschaft der DDR. Bertelsmann Universitätsverlag Düsseldorf, 1970.
  • Marini, R.A. L'Università popolare in Italia. Turin: Tip.degli Artigianelli Torino, 1900.
  • Sandström, Carl Ivar. Utbildningens idéhistoria. Om samhällsförändringarnas inflytande på undervisningens mål och idéinnehåll genom tiderna i Sverige och i utlandet'. Stockholm, 1975.

Ligações externas

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