Virgínia Lane – Wikipédia, a enciclopédia livre

Virgínia Lane
Virgínia Lane
Virgínia, em capa da revista A Noite Ilustrada, 1943
Nome completo Virgínia Giacone
Nascimento 28 de fevereiro de 1920
Rio de Janeiro, DF
Morte 10 de fevereiro de 2014 (93 anos)
Volta Redonda, RJ
Nacionalidade brasileira
Progenitores Mãe: Arminda Carneiro de Araújo
Pai: Luigi Oreste Giuseppe Damiano Giacone
Ocupação Atriz
Prêmios Vedete do Brasil

Virgínia Lane, nome artístico de Virgínia Giacone[1] (Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1920Volta Redonda, 10 de fevereiro de 2014), foi uma atriz, cantora e vedete brasileira.

Virgínia era filha do imigrante italiano, natural de Torino, Luigi Oreste Giuseppe Damiano Giacone e da carioca Arminda Carneiro de Araújo, era neta paterna de Giacomo Giacone e Maria Lúcia Beltramo e materna de Augusto Carneiro de Araújo e Maria Barboza. Seu nome foi dado em homenagem à uma tia paterna. O senhor Luiz Orestes foi piloto de fórmula 1 na Itália, tanto que foi chofeur no Brasil e ensinou a filha a dirigir, o que segundo ela, fazia de maneira sublime graças ao talento do pai.

Virgínia Lane e sua mãe.

Lane verbalizava ter nascido à rua Tavares Bastos 53 e criada à rua Bento Lisbôa, no Catete, do Rio de Janeiro.[2] Seus pais se separaram informalmente, visto que nesta época o desquite não garantia muitos direitos e apresentar-se como desquitado (a), gerava comentários preconceituosos. Com a mudança do pai, que logo após foi morar com a nova companheira Haydee Garcia Terra, Virgínia se mudou com a mãe para rua Bolívar 92, em Copacabana, onde relata que dona Arminda preparava marmitas, e ela depois de sair do instituto Lafayette, na Tijuca, onde estudava, ia pessoalmente entregar as marmitas, e ainda pegava de volta para lavá-las. Sua mãe tempos depois conheceu e morou junto do senhor Nelson de Castro. Consta que tinha um meio irmão, Nilton Giacone, mas Virgínia citava que seu pai teria tido outros filhos, inclusive alguns em casos extraconjugais.

Virgínia e seu pai.

Em 1935, começou sua carreira como cantora no programa Garota Bibelô, na rádio Mayrink Veiga, de César Ladeira. Sua estreia no elenco do Cassino da Urca se deu em 1943, quando atuou como cantora e dançarina à frente das orquestras de Carlos Machado, Tommy Dorsey e Benny Goodman.

Seu primeiro disco pela Continental foi lançado, em 1946, com a marcha Maria Rosa, de Oscar Bellandi e Dias da Cruz, e o samba Amei Demais, de Cyro de Souza e J.M. da Silva. Já em 1948, sob a direção de Chianca de Garcia, apareceu como vedete na revista Um Milhão de Mulheres, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. Tornou-se então a vedete mais famosa da Praça Tiradentes. Por 4 anos seguidos emplacou diversas revistas em parceria com o produtor Walter Pinto. Durante a temporada de Seu Gegê, Virgínia Lane recebeu o título de “A Vedete do Brasil”, dado pelo Presidente Getúlio Vargas.

No auge da febre do Teatro de Revista levou para a televisão o formato do teatro de variedades com o programa Espetáculos Tonelux, na TV Tupi carioca, dirigida por Mário Provenzano.

Virgínia fez sucesso também no cinema, em diversos filmes na Cinédia e na Atlântida, como Laranja da China (1940), de Ruy Costa, e Carnaval no Fogo (1949), de Watson Macedo. Participou de várias comédias carnavalescas cantando seus sucessos e contracenando com Oscarito, Grande Otelo e Zé Trindade.

Em 2005/2006 fez parte do elenco na novela Belíssima, da TV Globo, ao lado de outras ex-vedetes, como Carmem Verônica, Íris Bruzzi, Ester Tarcitano, Lady Hilda, Teresa Costello, Dorinha Duval, Anilza Leoni, Rosinda Rosa, Lia Mara, entre outras.

Virgínia Lane participou de 37 filmes, e chegou a montar sua própria companhia para levar o teatro de revista a diversas regiões do Brasil.

Segundo contou em algumas entrevistas, Virgínia teve um relacionamento amoroso durante 10 anos com o ex-presidente Getúlio Vargas.[3] Chegou a dizer que "a barriguinha dele atrapalhava, mas que tudo se resolvia na horizontal".[4]

Morreu na tarde de 10 de fevereiro de 2014 de falência múltipla dos órgãos no CTI do Hospital São Camilo em Volta Redonda, onde estava desde 6 de fevereiro, após a piora no quadro de infecção urinária, causa da internação em 2 de fevereiro, dias antes de completar 94 anos.[5] Seu corpo foi velado na Câmara Municipal de Piraí, cidade onde morava desde 1970 e na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, na capital fluminense.[6] Virgínia foi sepultada no mesmo jazigo perpétuo que sua mãe, no cemitério da Ordem Terceira do Monte do Carmo, no Caju, no Rio de Janeiro. Foi casada duas vezes, a primeira em 16 de janeiro de 1954 com Sérgio Kröeff e a segunda em 1970. Deixou uma única filha, adotiva, do segundo casamento, Marta Santana.

Ano Título Personagem
1935 Alô, Alô, Brasil Vedete
1936 Alô, Alô, Carnaval Vedete
1939 Banana da Terra
Está Tudo Aí
1940 Laranja da China
1941 Entra na Farra
Céu Azul Ela Mesma
1943 Samba em Berlim Ela Mesma
1949 Carnaval no Fogo Dalva
1951 Anjo do Lodo Lúcia[7]
1952 É Fogo na Roupa Ela Mesma
Está com Tudo
Tudo Azul Ela Mesma
1954 O Petróleo é Nosso Ela Mesma
1955 Carnaval em Marte
1956 Guerra ao Samba Tetê
Tira a mão daí!
1958 Vou Te Contá…
1959 Mulheres à Vista Ela Mesma
Quem Roubou Meu Samba? Sônia
1960 Vai que É Mole
1961 O Viúvo Alegre Marah
1962 Bom Mesmo é Carnaval Cantora
1975 Os Pastores da Noite
1977 A Árvore dos Sexos Lara de Los Rios[8]
1998 Vox Populi Prima Cristina

Na televisão

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Ano Título Papel Notas
2007 Sete Pecados ex-vedete (amiga de Corina)
2006 Belíssima Ela Mesma [9]
1990 Delegacia de Mulheres Dona Conceição (episódio:Em Defesa da Honra)[10]
1986 Selva de Pedra Ela Mesma
1979 Os Trapalhões Ela Mesma

Referências

  1. Virginia Lane Museu Virtual da Televisão Brasileira
  2. «Bairros do Rio de Janeiro: Estácio – Conectando Territórios». Consultado em 15 de março de 2022 
  3. Virgínia Lane volta aos palcos Diário do Vale
  4. Amantes do poder Arquivado em 6 de outubro de 2008, no Wayback Machine. Revista Claudia
  5. «Morre em Volta Redonda, RJ, ex-vedete Virgínia Lane». G1. 10 de fevereiro de 2014. Consultado em 10 de fevereiro de 2014 
  6. «Vestida de vedete, Virgínia Lane é velada no Rio - 12/02/2014 - Ilustrada - Folha de S.Paulo». m.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de novembro de 2020 
  7. Cinemateca Brasileira, Anjo do Lôdo (sic) [em linha]
  8. «A Árvore dos Sexos». Cinemateca Brasileira. Consultado em 2 de março de 2017 
  9. «Belissima - Curiosidades». Memória Globo. Consultado em 21 de novembro de 2016 
  10. «Delegacia de Mulheres». Memória Globo. Consultado em 21 de novembro de 2016 

Ligações externas

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