Virtuoso – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para o álbum de David Garrett, veja Virtuoso (álbum).
Exemplos de notáveis virtuosos de várias épocas.
Primeira fileira: Chopin, Paganini, Liszt, Boccherini.
Segunda fileira: Rubinstein, Rachmaninoff, Yo-Yo Ma, Perlman.

Um virtuoso (do latim tardio virtuosus, derivado de virtus, "virtude"[1]) é um indivíduo que possui uma habilidade fora do comum ao utilizar um instrumento musical, e consegue combiná-la com habilidades na técnica e na teoria musical. Os virtuosos são frequentemente compositores também.[2] Durante a época da música barroca, muitos, senão todos, os compositores também eram virtuosos em seus respectivos instrumentos. Os virtuosos também são por vezes denominados virtuose, palavra da língua francesa com a mesma etimologia.[3]

O significado de virtuoso tem a sua origem na Itália dos séculos XVI e XVII, significando um termo honroso reservado às pessoas distinguidas em alguma área intelectual ou artística. O termo evoluiu com o tempo, alargando e simultaneamente estreitando as interpretações que tiveram mais ou menos uso. Originalmente um músico era honrado com a classificação sendo um compositor, teórico ou um famoso maestro, e mais importante de tudo, sendo um artista de grandes qualidades.[4]

Nos séculos XVI e XVII viram o surgimento do termo, que começou a ser atribuído a um grande número de músicos sem qualquer consideração de mérito. Sebastien de Brossard no seu Dictionaire de Musique [5][6] aborda a palavra virtuoso pela sua origem no Latim virtu enfatizando o treinamento excepcional, especialmente a parte teórica. Esta posição foi também defendida por Johann Gottfried Walther em Musicalisches Lexicon (1732), dando mais valor ao teórico do a quem executa a música. Em Der brauchbare Virtuoso [1] (1720) Johan Matthenson mantém o respeito pelo tradicional "theoretische Virtuosen" (virtuoso teórico), mas também presta tributo ao "virtuosi prattici" (virtuoso prático).

Mas a ênfase ao virtuoso teórico também foi defendida por Johann Kuhnau no seu livro O charlatão músico (Der musikalische Quack-Salber, 1700), onde ele define "músico altamente dotado" ou "virtuoso prático" como sendo nada mais do que uma pessoa com grande prática.

Mais tarde, no século XVIII, o termo começou a ser usado para descrever o músico, instrumentista ou vocalista, que seguia uma carreira a solo.

Referências

  1. Vocabolario Treccani: virtuoso
  2. http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=virtuoso
  3. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa - verbete "virtuose"
  4. Grove Music Online (14 de Março de 2006). «Grove Music Online». Consultado em 26 de Março de 2008 
  5. Sebastien, de Brossard (1703). Dictionaire de Musique 2ª ed. Paris: Christophe Ballard 
  6. Joëlle Morton (24 de Agosto de 2006). «Brossard». Consultado em 26 de Março de 2008. Arquivado do original em 7 de maio de 2006 
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