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Bicosoecales
Cafeteria roenbergensis, um bicosoecida não-loricado.
Cafeteria roenbergensis, um bicosoecida não-loricado.
Classificação científica
Domínio: Eukarya
(sem classif.) SAR
Reino: Chromista
Superfilo: Heterokonta
Filo: Bigyra
Classe: Bikosea/Bicosoecales
Cavalier-Smith 2013
Subclasse: Bicosidia
Superordem: Cyathobodoniae
Ordem: Bicosoecida
Grassé, 1926[1] emend. Karpov, 1998[2] Honigberg et al., 1964, Zhukov, 1978, Karpov, 1998, 2000
Famílias[3]
Sinónimos
Esquema simplificado da célula de um Biocosoecea: 1. flagelo anterior, 2. fagossoma, 3. citostoma, 4. núcleo, 5. lorica, 6. flagelo posterior.

Bicosoecida (ICZN), ou Bicosoecales/Bicoecea (ICBN), é uma ordem de Bikosea, constituída por um pequeno agrupamento taxonómico, com cerca de 25 espécies de flagelados unicelulares heterocontes, incluída no grupo Heterokontophyta (Stramenopiles).[8] Informalmente designados por bicosoecídeos, são organismos unicelulares de vida livre desprovidos de cloroplastos, com alguns géneros protegidos por uma lorica translúcida.

Os membros do grupo Biocosoecea são organismos heterotróficos de vida livre, com citostoma, que praticam a fagotrofia . As células são biflageladas, com ou sem mastigonemas tripartidos no flagelo anterior. A célula que constitui estes organismos carece de cloroplastos, sendo que alguns géneros se protegem com uma lorica. São organismos predominantemente sedentários, em geral ligados ao substrato pelo flagelo posterior. Podem ser solitários ou coloniais.[9]

O nome do género tipo, Bicosoeca, um táxon descrito por Henry James Clark em 1866, é derivado de raízes no grego clássico (bikos, vaso, taça; com oekein, habitar). O composto filologicamente preferível seria Bicoeca, como "corrigido" por Samuel Friedrich Stein em 1878 e seguido pela maioria dos autores subsequentes. No entanto, de acordo com o ICBN ​​e com as orientações da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN), a grafia original do nome não pode ser considerada incorrecta e deve ser usada em sua forma original.

Do ponto de vista filogenético, o grupo foi durante muito tempo considerado próximo das Chrysophyceae.[10] Contudo, com o advento do uso das técnicas da filogenia molecular para resolver os relacionamentos de muitos eucariotas, a circunscrição taxonómica original dos bicosoecídeos foi amplamente expandida para incluir outras ordens, e, em consequência, a classificação mudou do nível taxonómico de ordem para o de classe.[11]

Apesar dessas alterações de nível taxonómico, alguns autores usam o termo vernacular "bicosoecideo" (or "bicoecida") em senso estrito, apenas para Bicosoeca, aplicando "bicoeceanos" para Bicosoeca e grupos próximos como Cafeteria.[12]

O agrupamento, agrupando espécies com flagelos heterocontes, pertence claramente aos Stramenopiles. entre outros, o grupo Bicosoecida integra as seguintes famílias e géneros:[13]

  1. Grassé, P.-P. Contribution à l'étude des flagellés parasites. Archives de zoologie expérimentale et générale, t. 65, 1926, pages 345-602
  2. Ultrastructure and 18S rRNA gene sequence of a small heterotrophic flagellate Siluania monomastiga gen. et sp. nov. (Bicosoecida). S. A. Karpov, R. Kersanach, D. M. Williams - European Journal of Protistology, 1998
  3. Thomas Cavalier-Smith & Josephine Scoble 2012, Phylogeny of Heterokonta: Incisomonas marina, a uniciliate gliding opalozoan related to Solenicola (Nanomonadea), and evidence that Actinophryida evolved from raphidophytes.  European Journal of Protistology 49(3) · December 2012 with 432 DOI: 10.1016/j.ejop.2012.09.002
  4. Grassé, P.-P. Contribution à l'étude des flagellés parasites. Archives de zoologie expérimentale et générale, t. 65, 1926, pp. 345-602 [576], disponible at Gallica.
  5. Grassé, P.-P. & Deflandre, G . (1952). Ordre des Bicoecidea. In: Grassé, P.-P. (Ed.). Traité de Zoologie. Vol. 1, fasc. 1. Phylogénie. Protozoaries: Generalités, Flagellés. Masson et Cie, Paris. 599-601.
  6. Kristiansen, Jørgen (1972). «Structure and occurrence of Bicoeca crystallina, with remarks on the taxonomic position of the Bicoecales». British Phycological Journal. 7 (1): 1–12. doi:10.1080/00071617200650011 
  7. Loeblich III, Alfred R. & Loeblich, Laurel Ann. 1979. Division Chrysophyta, pp. 411-423. In: CRC Handbook of Microbiology, 2nd ed., vol. 2, Fungi, Algae, Protozoa, and Viruses, ed. by A. I.Laskin and H. A. Lechevalier, CRC Press, Inc., West Palm Beach, FL.
  8. Ald, S.M. et al. (2007) Diversity, Nomenclature, and Taxonomy of Protists, Syst. Biol. 56(4), 684–689, DOI: 10.1080/10635150701494127.
  9. Adl et al. 2012. The revised classification of eukaryotes. Journal of Eukaryotic Microbiology, 59(5), 429-514
  10. Hibberd, David J. (1978). «Bicosoeca accreta sp. nov., a flagellate accumulating extraneous silica fragments». British Phycological Journal. 13 (2): 161–166. doi:10.1080/00071617800650201 
  11. Cavalier-Smith, T; Scoble, J. M. (2013). «Phylogeny of Heterokonta: Incisomonas marina, a uniciliate gliding opalozoan related to Solenicola (Nanomonadea), and evidence that Actinophryida evolved from raphidophytes». European Journal of Protistology. 49 (3): 328–353. PMID 23219323. doi:10.1016/j.ejop.2012.09.002 
  12. Cavalier-Smith, T; Chao, E. E. (2006). «Phylogeny and megasystematics of phagotrophic heterokonts (kingdom Chromista)». Journal of Molecular Evolution. 62 (4): 388–420. Bibcode:2006JMolE..62..388C. PMID 16557340. doi:10.1007/s00239-004-0353-8  Supplementary material [1].
  13. AlgaeBase: Order: Bicosoecales.
  14. WoRMS: Bicosoecaceae Haeckel, 1894.
  15. WoRMS: Cafeteriaceae Moestrup, 1995.
  • Sina M. Adl, Alastair G. B. Simpson, Mark A. Farmer, Robert A. Andersen, O. Roger Anderson, John A. Barta, Samual S. Bowser, Guy Bragerolle, Robert A. Fensome, Suzanne Fredericq, Timothy Y. James, Sergei Karpov, Paul Kugrens, John Krug, Christopher E. Lane, Louise A. Lewis, Jean Lodge, Denis H. Lynn, David G. Mann, Richard M. McCourt, Leonel Mendoza, Øjvind Moestrup, Sharon E. Mozley-Standridge, Thomas A. Nerad, Carol A. Shearer, Alexey V. Smirnov, Frederick W. Spiegel, Max F. J. R. Taylor: The New Higher Level Classification of Eukaryotes with Emphasis on the Taxonomy of Protists. The Journal of Eukaryotic Microbiology 52 (5), 2005; Seiten 399–451. doi:10.1111/j.1550-7408.2005.00053.x.
  • Hibberd, D. J. (1986). Ultrastructure of the Chrysophyceae. Colorless forms. p. 29-30 In: Chrysophytes: Aspects and Problems. Kristiansen, J. and R.A. Andersen [Eds.]. Cambridge University Press, Cambridge.

Ligações externas

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