Clóvis Bornay – Wikipédia, a enciclopédia livre
Clóvis Bornay | |
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Jamelão e Clóvis Bornay (à direita),1972. Acervo Arquivo Nacional. | |
Nascimento | 10 de janeiro de 1916 Nova Friburgo, Rio de Janeiro |
Morte | 9 de outubro de 2005 (89 anos) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | museólogo e carnavalesco |
Principais trabalhos | Portela |
Clóvis Bornay (Nova Friburgo, 10 de janeiro de 1916 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 2005) foi um museólogo e carnavalesco brasileiro, idealizador do Baile de Gala do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1937.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Era o mais novo dos doze filhos de pais espanhóis, seu pai era dono de uma loja de joias em Nova Friburgo.
Na sua juventude, durante a década de 1920, descobre no carnaval sua grande paixão.[2] Começou sua carreira em 1937, quando conseguiu convencer o diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro a instituir bailes de carnaval de gala com concurso de fantasias, inspirado no modelo dos bailes de Veneza. Estreou neste ano com sua fantasia intitulada "Príncipe Hindu" e obteve o primeiro lugar.[3]
Passou a desfilar também nas Escolas de Samba, sendo célebre a fantasia em homenagem a Estácio de Sá, no desfile de 1965, quando a cidade comemorava seu quarto centenário de fundação.[4]
Tornou-se um dos mestres em fantasias de Carnaval - a todo ano trazia novos elementos em suas fantasias, e acabava ganhando quase todos os concursos que disputava. Evandro de Castro Lima e Mauro Rosas eram seus rivais de salão. De tanto ganhar, acabou sendo declarado hors concours (concorrente de honra, não sujeito à premiação).[3][4]
Casamento de Generosidade: Clóvis Bornay se casou com uma vendedora amiga para que pudesse proteger as três filhas dela, Karine, Patricia e Tainá, e mantinha uma relação de pai com as meninas já que era o principal responsável por elas.[2]
Museologia
[editar | editar código-fonte]Trabalhou como museólogo no Museu Histórico Nacional,[3][4] cuja iniciativa que se tem nota foi a da cessão do refrigerador de seu gabinete de trabalho para a criação de uma sala de exposição-depósito de peças com estabilidade de temperatura. Atuou também em outras entidades culturais.
À frente do carnaval de escolas de samba
[editar | editar código-fonte]Foi carnavalesco das escolas de samba Salgueiro, em 1966, Unidos de Lucas e Vila Santa Tereza, em 1967, Unidos de Lucas em 1968 e 1969, Portela em 1969 e 1970, Mocidade em 1971 e 1972, Unidos da Tijuca e Viradouro, em 1973. Com a Portela ganhou o campeonato de 1970 com o enredo "Lendas e mistérios da Amazônia" (que foi reprisado no desfile de 2004).[4]
Introduziu inovações como a figura do destaque, que é uma pessoa luxuosamente fantasiada sendo conduzida do alto de um carro alegórico. Após isso, todas as demais escolas de samba copiam e tornam o quesito obrigatório. E ao longo de seus 77 anos de carnaval (69 em desfiles), sempre ele mesmo participava dos desfiles carnavalescos como destaque.[2] Embora sua carreira esteja justa e fortemente ligada ao carnaval do Rio de Janeiro, por diversas vezes desfilou no carnaval de São Paulo como destaque da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde.[3]
Algumas de suas fantasias são expostas no Brasil e são acervo de outros museus no exterior. Pela significação de seu trabalho, foi laureado com o título de cidadão honorário de Louisiana em 1964.[2]
Recebeu a "Medalha Tiradentes" da ALERJ em 1966 dada a personalidades que tenham relevância cultural para o estado.[1][3]
Foi também cantor, gravando marchinhas carnavalescas nos anos 60 e 70.[2]
Ano | Escola | Colocação | Divisão | Enredo |
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1966 | Salgueiro | 5º lugar | 1A | Os amores célebres do Brasil |
1967 | Unidos de Lucas | 5º lugar | 1 | Festas tradicionais do Rio de Janeiro |
Vila Santa Tereza | 4º lugar | 3 | Reminiscências afro-brasileiras | |
1968 | Unidos de Lucas | 5º lugar | 1 | Sublime Pergaminho |
1969 | Unidos de Lucas | 9º lugar | 1 | Rapsódia folclórica |
Portela | 3º lugar | 1 | Treze naus | |
1970 | Portela | Campeã | 1 | Lendas e mistérios da Amazônia |
Unidos de Lucas | 10º lugar | 2 | Arte Barroca | |
1972 | Mocidade | 7º lugar | 1 | Rainha Mestiça em Tempo de Lundu |
1973 | Mocidade | 7º lugar | 1 | Rio Zé Pereira |
1973 | Unidos da Tijuca | 8º lugar | 2 | Bom dia, café! |
Viradouro | Campeã | 1 - Niterói | Niterói - sua origem e evolução | |
1974 | Souza Soares | Campeã | 2 - Niterói | Salubá Bahia! |
1977 | Souza Soares | Campeã | 2 - Niterói | Muiraquitã - A festa do amor |
1990 | Império do Marangá | 4º Lugar | Grupo C | Clementina - Uma rainha negra |
1991 | Império do Marangá | 7º Lugar | Grupo C | Do Congo à coroação do Rei |
Atuação no cinema
[editar | editar código-fonte]Em 1967, foi chamado para atuar no filme Terra em Transe, de Glauber Rocha, contracenando com Paulo Autran. Também participou do filme "Independência ou Morte", de 1972.[3]
Morte
[editar | editar código-fonte]Às 15 horas do dia 9 de outubro de 2005, Clóvis deu entrada no Hospital Souza Aguiar desidratado e com infecção intestinal. Apesar de medicado, acabou falecendo de uma parada cardiorrespiratória.[1]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Perigo, João (2020). Entre o asfalto e a passarela: O Olhar carnavalesco de Clóvis Bornay 1.ª ed. Joinvile: Clube de Autores. ISBN 978-65-000-2914-7
Referências
- ↑ a b c Notícia, Folha Ilustrada. Página acessada em 9 de março de 2008.
- ↑ a b c d e Perigo, João (2020). Entre o asfalto e passarela: O olhar carnavalesco de Clóvis Bornay 1.ª ed. Joinvile: Clube de Autores. 160 páginas
- ↑ a b c d e f Resumo biográfico[ligação inativa], Último Segundo, página acessada em 9 de março de 2008.
- ↑ a b c d Mix Brasil Arquivado em 17 de abril de 2008, no Wayback Machine., histórico de Clóvis Bornay (página acessada em 9 de março de 2008).