Conquista de Damão – Wikipédia, a enciclopédia livre
Conquista de Damão | |||
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Guerras Luso-Guzerates | |||
Gravura mostrando Damão e D. Constantino de Bragança. | |||
Data | 2 de Fevereiro de 1559 | ||
Local | Damão, Índia | ||
Desfecho | Vitória portuguesa | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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A Conquista de Damão deu-se em 1559 quando uma frota comadada pelo vice-rei da Índia D. Constantino de Bragança tomou a cidade de Damão no Guzerate, na Índia.
Contexto
[editar | editar código-fonte]O governador Francisco Barreto havia já obtido do rei de Cambaia Ahmad Shah III a cedência de Damão, porém não conseguira tomar posse do território pois o senhor da região, Cide Bofetá recusara-se a prescindir da cidade e organizara um exército de 4000 homens para defendê-lo pela força das armas.[1] Quando D. Constantino assumiu o governo da Índia, determinou de conquistar Damão para assegurar mais eficazmente a segurança da fortaleza de Baçaim, mais a sul. Para tal, reuniu uma armada de cerca de 100 navios e 3000 homens.[1]
A conquista
[editar | editar código-fonte]Ao chegar D. Constantino a Damão com a sua grande armada, Cide Bofetá decapitou os cristãos que na cidade residiam por suspeitar do seu conluio com os portugueses e abandonou a cidade, permitindo assim aos portugueses capturá-la sem resistência.[1] Recuou com as suas tropas para o interior, onde pretendia continuar a resistir. Puderam assim os portugueses tomar posse da cidade praticamente sem resistência. O primeiro a entrar na povoação e arvorar uma bandeira foi Manuel Rolim, e ao verem a bandeira hasteada a armada saudou-a com a artilharia.
Cid Bofetá estabeleceu então um acampamento mais para o interior, em Pernel, com 2000 cavaleiros.[1] D. Constantino enviou António Moniz Barreto a dispersá-lo e este saiu em certa noite acompanhado de 500 homens.[1] Chegado ao acampamento, dispersaram-no, matando 500 e capturaram dinheiro e 36 canhões, para além de outros despojos.[1]
Por via de promessas e liberalidades, conseguiu D. Constatino convencer os residentes que haviam fugido a regressar a Damão.[1] Também confirmou certos direitos aduaneiros ao rei de Sarceta, um régulo montanhês vizinho.[1]
Conquistada Damão, D. Constantino determinou anexar a povoação vizinha de Bulsar e para este objectivo enviou D. Pedro de Almeida com 150 cavaleiros e 150 infanções.[1] Os residentes da cidade fugiram ao verem chegar os portugueses e foi ali deixada uma guarnição de 120 homens.[1]
Rescaldo
[editar | editar código-fonte]À fortaleza guzerate tomada pelos portugueses foi-lhe dada o nome de Nossa Senhora da Purificação, pois fora capturada a 2 de Fevereiro.[3] Todos os anos davam-se as festas da cidade neste dia.
Assegurada a posse da região, o vice-rei deixou em Damão uma guarnição de 1200 homens e depois regressou a Goa, capital do Estado Português da Índia.[1] Após terem adquirido Baçaim em 1534, Diu em 1535 e agora Damão em 1559 o controlo e fiscalização português sobre a navegação que cruzava o golfo de Cambaia tornou-se mais rigoroso e efectivo, dificultando assim aos navios indianos a navegação sem cartaz e a invencibilidade das frotas portuguesas assegurou a aceitação do sistema por parte dos guzerates.[4] Ficou assim concluído o controlo do golfo.[5]
Damão manter-se-ia na posse de Portugal por mais 402 anos, até o território ter sido invadido pela Índia em 1961.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Frederick Charles Danvers: The Portuguese in India: Being a History of the Rise and Decline of their Eastern Empire, volume I, W. H. Allen & Co. Limited, 1894, pp. 512-513.
- ↑ Saturnino Monteiro: Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, volume III, Livraria Sá da Costa Editora, 1992, p. 197.
- ↑ Carlos Xavier: "A cidade e o porto de Damão nos Séculos XVIII e XIX" in Revista de Cultura do Instituto Cultural de Macau.
- ↑ K. M. Mathew: History of Portuguese Navigation in India, Mittal Publications, 1988, p. 137
- ↑ Clive Ponting: World History: A New Perspective, Random House, 2008, p. 522.