Batalha do Monte das Tabocas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tabocas
Guerra Luso-Holandesa, Insurreição Pernambucana
Data 03 de agosto de 1645
Local Monte das Tabocas, Vitória de Santo Antão,Pernambuco (Brasil colonial)
Desfecho Vitória luso-brasileira
Beligerantes
Reino de Portugal República das Sete Províncias Unidas
Comandantes
João Fernandes Vieira
Antônio Dias Cardoso
Hendrik van Haus
Forças
1 050 homens, 230 armas de fogo. 1 700 homens, 1 500 armas de fogo.
Baixas
28 mortos 370 mortos


A Batalha do Monte das Tabocas foi um confronto entre tropas holandesas e portuguesas na Guerra Luso-Holandesa no século XVII.

Após a conquista de grande parte do nordeste do Brasil pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (West-Indische Compagnie ou WIC) nos anos 1630-1635, os senhores donos de engenhos de açúcar portugueses perderam o controle do interior. Além disso, eles tiveram que pagar impostos muito mais altos ao WIC sobre o açúcar produzido e obtiveram lucros do que antes sob o domínio português. Já nos anos 1638-1639, ainda no início do reinado do Conde João Maurício de Nassau, eles se fomentaram em uma revolta contra o domínio dos holandeses. Após a redução do exército e a saída de João Maurício de Nassau, eles viram sua chance. Sua dívida conjunta com o WIC havia aumentado para cerca de 100 toneladas de ouro.

Vários meses após o início da revolta dos habitantes portugueses da Nova Holanda contra o domínio holandês no Brasil, ocorreu a Batalha. Em 3 de agosto de 1645, uma pequena unidade holandesa comandada pelo coronel Haus e pelo capitão Blaer, no cume rochoso de uma colina chamada Monte das Tabocas, a cerca de 50 quilômetros do Recife, encontrou uma força portuguesa de aproximadamente 1 mil homens comandada pelo líder da rebelião, João Fernandes Vieira. As forças armadas holandesas partiram para o ataque porque se consideravam muito melhor armadas do que os portugueses com os seus camaradas nativos que tinham à sua disposição armas improvisadas.

Haus fez um ataque furioso na colina que formava uma fortaleza natural em quatro ocasiões. Embora ele quase tenha conseguido tomar o monte, seus homens foram repelidos com perdas a cada vez. Afinal, os portugueses prometiam liberdade aos escravos negros em seus auxiliares se expulsassem os holandeses. Quando a luta cessou após o pôr do sol e os holandeses provavelmente perderam cerca de 200 da unidade de 700 soldados, eles decidiram recuar para a escuridão. Esta batalha marcou um ponto de virada na batalha a favor dos insurgentes portugueses.[1][2]

Relato da contenda

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Tentativas holandesas de atravessar a barreira de bambus, onde foram armadas três emboscadas.
Última tentativa inimiga, ao anoitecer.

Segue uma descrição resumida da batalha, segundo o relato de Diogo Lopes Santiago,[3] um cronista da época:

Referências

  1. Boxer, Charles R., De Nederlanders in Brazilië 1624-1654, ISBN 90 218 2352 7
  2. Evaldo Cabral de Mello, De Braziliaanse Affaire [vertaald uit het Portugees door: Catherine Barel], Zutphen: Walburg Pers
  3. Diogo Lopes Santiago: o cronista da Guerra de Pernambuco. Por Ursula Andréa de Araújo Silva e Maria Emília Monteiro Porto. ANPUH – XXIII Simpósio Nacional de História. Londrina, 2005.
  4. SANTIAGO, Diogo Lopes. História da guerra de Pernambuco e feitos memoráveis do Mestre de Campo João Fernandes Vieira (1654). Fundarte, 1984.