Dias d'Ávila – Wikipédia, a enciclopédia livre

Dias d'Ávila
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Dias d'Ávila
Bandeira
Brasão de armas de Dias d'Ávila
Brasão de armas
Hino
Lema Minha cidade, meu orgulho.
Gentílico diasdavilense
Localização
Localização de Dias d'Ávila na Bahia
Localização de Dias d'Ávila na Bahia
Localização de Dias d'Ávila na Bahia
Dias d'Ávila está localizado em: Brasil
Dias d'Ávila
Localização de Dias d'Ávila no Brasil
Mapa
Mapa de Dias d'Ávila
Coordenadas 12° 36′ 46″ S, 38° 17′ 49″ O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Região metropolitana Salvador
Municípios limítrofes Camaçari, Candeias, Simões Filho, Mata de São João, São Sebastião do Passé
Distância até a capital 56 km
História
Fundação 25 de fevereiro de 1985 (39 anos)
Emancipação 25 de fevereiro de 1985
Administração
Prefeito(a) Alberto Pereira Castro (PSDB, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 184,230 km²
 • Área urbana  IBGE/2019[2] 18,72 km²
População total (2024) [3] 75 053 hab.
 • Posição BA: 27°
Densidade 407,4 hab./km²
Clima Tropical
Altitude 35 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 42850-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,676 médio
Gini (PNUD/2010[5]) 0,50
PIB (IBGE/2021[6]) R$ 3 050 432,34 mil
PIB per capita (IBGE/2021[6]) R$ 36 442,65
Sítio diasdavila.ba.gov.br (Prefeitura)

Dias d'Ávila é um município brasileiro do estado da Bahia. Em 2024 a sua população estimada pelo IBGE era de 75 053 habitantes.[3] No mesmo se encontram as melhores fontes de água da Bahia, fato que lhe dá o apelido de "Cidade das Águas". Pertencente a RMS (Região metropolitana de Salvador), e vizinha ao Polo industrial de Camaçari, a cidade é habitada por uma grande massa de trabalhadores que se mudaram para lá após a implantação e ampliação do Polo.

Antigamente a cidade era considerada umas das melhores cidades de veraneio, pelas suas paisagens e clima agradável, além do seu principal ponto turístico: o Imbassay, localizado pós nascente de um rio, a lama presente era considerada por muitos como medicinal.

Hoje, a cidade é considerada como cidade dormitório, com sua maioria de origem externa, até pelo fato da cidade ter apenas 30 anos desde a sua emancipação política de Camaçari, emancipação esta que até hoje é criticada devido aos limites territoriais estabelecidos para a cidade, que limitou o seu desenvolvimento.

No limite territorial acordado a cidade passou a ter 184 km², sendo este dividido entre a zona urbana (maior concentração da população) e diversos distritos rurais, nos quais se destacam os distritos de Emboacica, Biribeira, Barragem de Santa Helena, Jardins Futurama e Leandrinho.

A história deste município funde-se com a da Bahia, sendo Garcia d'Ávila seu fundador.[7] No século XVII ocorreu o primeiro processo de territorialidade, quando Francisco Dias d'Ávila I criou a primeira feira de comercialização, conhecida como Feira do Capoame. A feira instalada numa área de solo fértil e água abundante dos rios Imbassaí, Jacumirim e Jacuípe.

Posteriormente, houve conflito pelo domínio territorial e a guerra com os indígenas iniciada graças ao avanço da capitania de Ilhéus em direção ao sertão seguindo os rios que com a mineração trazia riquezas. Os indígenas foram extintos da área que se tornou território da casa da Torre de Garcia D’Ávila. A presença da água foi determinante para ocupação do território e dela dependia a vida humana e do gado. Toda essa terra foi ocupada por currais, pastagens e feiras para a pecuária. A feira tornou-se um lugar fixo para a comercialização do gado, abate e comercialização da carne e a exportação do couro para Portugal, por isso se tornou um lugar de encontros de vaqueiros, vendedores, compradores, apreciadores, fazendeiros, etc. Destacando-se como local de importância comercial e política.[8]

No século XIX as pastagens deram lugar aos canaviais, devido a expansão da cana-de-açúcar, período em que ficou conhecida como Feira Velha. Em 1823 a luta pela independência da Bahia transformou o local em arsenal para conserto de armas e serviu de quartel para o General da Legião da Torre quando a estrada está fechada para a passagem da boiada que pertencia aos portugueses. Em 1928 o povoado de Feira Velha foi nomeada de Dias d’Ávila, por decreto da Câmera Estadual em homenagem a Francisco Dias d’Ávilas. No ano de 1953 o povoado tornou-se distrito do município de Camaçari, tornando-se conhecido graças ao padre Torrend, que descobriu propriedades medicinais nas águas do rio Imbassay, que colocou a Dias d’Ávila nos roteiros de turismo, se tornando conhecida como Estância Hidromineral. Em 1980, com a implantação do Polo Petroquímico, o distrito cresceu em número populacional, e iniciou a luta por emancipação.[8]

Emancipação política

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Até 1985, a cidade era apenas uma estância, distrito da cidade de Camaçari que devido a seus diversos problemas, não davam conta da manutenção do distrito que até então encontrava-se abandonado. Com isso os próprios moradores requereram a emancipação política da estância.

O trabalho de emancipação, porém, foi árduo, visto que a estância não possuía condições econômicas, nem estruturais para se libertar, o que gerou movimentos que buscaram a melhoria das condições na estância, provando esta ser capaz de se manter. Um grupo de destaque nesse processo foi a Sociedade de Amigos de Dias D’Ávila, criado por volta dos anos 70. O trabalho destes grupo rendeu duas conquistas importantes, a primeira sendo a implantação da 25º delegacia de polícia e a outra, a linha para a capital, ausente até então.

Os limites da estância foram amplamente discutidos, e só então com a confirmação de que a Caraíba Metais estava instalada dentro dos limites do município, foi que se deu o último passo para a emancipação.

No dia 25 de junho de 1984, era publicada a lei que ratificava os limites e criava o município. Porém só em 25 de fevereiro de 1985 foi oficialmente confirmada a emancipação e a criação da cidade de Dias D'Ávila.[9]

O município integra a Identidade Metropolitana de Salvador, sendo este dividido entre a zona urbana (maior concentração da população) dividido em Velha Dias d'Ávila e Nova Dias d'Ávila onde se encontra o Polo Petroquímico de Camaçari e diversos distritos rurais, nos quais se destacam os distritos de Emboacica, Biribeira, Barragem de Santa Helena, Jardins Futurama e Leandrinho.[8]

Polo Petroquímico de Camaçari

A cidade está incluída na Bacia Sedimentar do Recôncavo Norte, a 52 km da capital baiana. O acesso ao município ocorre por Salvador através da BR-324 em conexão com a BA-093, principal via de acesso e pela Via Parafuso (BA-535) conectando-se com as vias do Polo Petroquímico de Camaçari (PIC).[8]

Rio Imbassaí

Em relação da população, a cidade se encontra entre os municípios com situação mais pecaria do Estado, tendo 59,28% de incidência de pobreza. A cidade se destaca ainda por seus recursos hídricos. Os mananciais superficiais presentes são os rios Imbassaí, Jacumirim e Jacuípe que pertencem a bacia hidrográfica dos rios Joanes e Jacuípe. Possui solo Argilosos Vermelhos-Amarelos, com uma vegetação cerrado-restinga e ombrófila densa. Estudos realizados na década de 40 analisaram a bacia Hidrográfica do Rio Imbassaí e o Aquífero São Sebastião e descobriram um reservatório de água subterrânea com densidade de 800 e 1500 m.[8][10]

A cidade se destaca pela produção agrícola e atividades como a criação de bovinos e suínos.[11] [8]

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Meio Ambiente». Consultado em 13 de fevereiro de 2023 
  3. a b «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 11 de setembro de 2024 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 7 de agosto de 2013 
  5. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2010). «Perfil do município de Dias d'Ávila - BA». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Consultado em 4 de março de 2014 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 à 2021». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 1º de janeiro de 2024 
  7. «A nossa História». diasdavila.ba.gov.br. Consultado em 26 de novembro de 2012 
  8. a b c d e f Porciuncula, Débora Carol (2011). Tensões territoriais no uso da água em Dias d' Ávila-Bahia. Salvador: [s.n.] p. 54 -62 
  9. «Camaçari: Uma área de preservação ambiental». EcoViagem. Consultado em 27 de abril de 2013 [ligação inativa]
  10. Perfil dos Territórios de Identidade da Bahia. Salvador: Publicações Sei. 2016. p. 167 
  11. BUENO, ANA (2014). A importância da educação ambiental no cotidiano do programa saúde da família no município de Dias D'Ávilas. [S.l.: s.n.] p. 21 

Ligações externas

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