Eleições estaduais em Alagoas em 1990 – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Eleições estaduais em Alagoas em 1990 | ||||
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3 de outubro de 1990 (Primeiro turno) 20 de janeiro de 1991 (Segundo turno) | ||||
Candidato | Geraldo Bulhões | Renan Calheiros | ||
Partido | PSC | PRN | ||
Natural de | Santana do Ipanema, AL | Murici, AL | ||
Vice | Francisco de Melo | Severino Leão | ||
Votos | 424.480 | 218.945 | ||
Porcentagem | 65,97% | 34,03% | ||
Candidato mais votado por município no 2º turno (97): Geraldo Bulhões (95) Renan Calheiros (2) | ||||
Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais em Alagoas em 1990 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal e em 26 estados brasileiros. Foram eleitos o governador Geraldo Bulhões, o vice-governador Francisco de Melo, o senador Guilherme Palmeira, nove deputados federais e vinte e sete deputados estaduais. Como nenhum candidato a governador recebeu mais da metade do votos válidos, um segundo turno foi realizado em 20 de janeiro de 1991 e segundo a Constituição, o governador seria eleito para quatro anos de mandato a começar em 15 de março de 1991, sem direito a reeleição.[1]
Cercada de expectativas por se tratar do estado onde o presidente Fernando Collor têm raízes familiares e políticas, a eleição em Alagoas rompeu a base política do mandatário da nação, visto que se defrontaram Geraldo Bulhões e Renan Calheiros, que buscavam a condição de "candidato do presidente" em troca do apoio prestado nas eleições presidenciais de 1989, quando o grupo agia em uníssono.[2] Líder do governo na Câmara dos Deputados, Renan Calheiros concorria pelo PRN, mesmo partido do presidente, enquanto Geraldo Bulhões migrou para o PSC e recebeu o apoio da família Malta, a qual pertencia a primeira-dama Rosane Collor. Paulatinamente, Geraldo Bulhões recebeu o apoio de aliados do presidente e do próprio Fernando Collor, revertendo assim o equilíbrio do primeiro turno, deixando Renan Calheiros isolado.[3] Além das disputas políticas, outro fator de tensão, foi a ocorrência de fraudes nas eleições, obrigando a Justiça Eleitoral a adiar o segundo turno de 25 de novembro de 1990 para 20 de janeiro de 1991.[3]
Encerradas as apurações, a vitória foi de Geraldo Bulhões, promotor de justiça e procurador natural de Santana do Ipanema e formado em 1963 pela Universidade Federal de Alagoas e durante os governos Luís Cavalcanti, João Tubino e Lamenha Filho foi incorporador, diretor financeiro e assessor jurídico da Companhia de Habitação Popular de Alagoas e assessor técnico-jurídico e secretário do Conselho de Desenvolvimento de Alagoas até ingressar na política pela ARENA elegendo-se deputado federal em 1970, 1974 e 1978 e pelo PDS em 1982. Aliado de Fernando Collor filiou-se ao PMDB e conseguiu um novo mandato em 1986, passando pelo PRN até eleger-se governador de Alagoas pelo PSC.[4]
Na eleição para senador a vitória foi do advogado Guilherme Palmeira. Nascido em Maceió e formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi eleito deputado estadual pela ARENA em 1966, 1970 e 1974 afastando-se do mandato para ocupar a Secretaria de Indústria e Comércio no governo Divaldo Suruagy, de quem recebeu apoio para chegar ao Palácio dos Martírios[nota 1] em 1978. Filho de Rui Palmeira e irmão de Vladimir Palmeira, elegeu-se senador pelo PDS em 1982 e após mudar para o PFL chegou à presidência nacional do partido, pelo qual foi derrotado na disputa pelo governo de Alagoas em 1986 e eleito prefeito de Maceió em 1988, conquistando agora um novo mandato de senador.
Resultado da eleição para governador
[editar | editar código-fonte]Primeiro turno
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas houve 190.745 votos em branco (18,78%) e 144.628 votos nulos (14,24%), calculados sobre o comparecimento de 1.015.887 eleitores, com os 680.514 votos nominais assim distribuídos:
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Geraldo Bulhões PSC | Francisco de Melo PMDB | (PSC, PMDB, PFL, PSDB, PDT, PTB, PMN, PTdoB) | |||
Renan Calheiros PRN | Severino Leão PRN | (PRN, PDC, PL, PTR, PST, PRP) | |||
Antônio Cerveira de Moura PT | Ênio Lins de Oliveira PCdoB | (PT, PCdoB, PSB, PCB) | |||
Antônio Grilo Batista de Oliveira PSD | Petrúcio Ferreira Lopes PSD | ||||
Fontes:[1] |
Segundo turno
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Regional Eleitoral houve 25.580 votos em branco (3,00%) e 184.681 votos nulos (21,63%), calculados sobre o comparecimento de 853.686 eleitores, com os 643.425 votos nominais assim distribuídos:
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Geraldo Bulhões PSC | Francisco de Melo PMDB | (PSC, PMDB, PFL, PSDB, PDT, PTB, PMN, PTdoB) | |||
Renan Calheiros PRN | Severino Leão PRN | (PRN, PDC, PL, PTR, PST, PRP) | |||
Fontes:[1] |
Resultado da eleição para senador
[editar | editar código-fonte]Foram apurados 538.526 votos nominais, entretanto inexistem dados sobre os votos em branco e os votos nulos.
Candidatos a senador da República | Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Guilherme Palmeira PFL | Alcides Falcão PMDB Dalmácio Lúcio - | (PSC, PMDB, PFL, PSDB, PDT, PTB, PMN, PTdoB) | |||
Francisco Rocha Melo PRN | Douglas Apratto PDC Clyton Houly PL | (PRN, PDC, PL, PTR, PST, PRP) | |||
Regis Cavalcante PCB | Denise de Medeiros Agra PSB Luiz Fernando Vieira Lopes PSB | (PT, PCdoB, PSB, PCB) | |||
Fontes:[1] |
Deputados federais eleitos
[editar | editar código-fonte]São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
Número | Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
2010 | Vitório Malta | PSC | 47.669 | Santana do Ipanema | Alagoas | |
2020 | Augusto Farias | PSC | 47.569 | Passo de Camaragibe | Alagoas | |
2001 | Luís Dantas | PSC | 42.482 | Batalha | Alagoas | |
3611 | Cleto Falcão | PRN | 38.125 | Recife | Pernambuco | |
2002 | Antônio Holanda | PSC | 33.250 | União dos Palmares | Alagoas | |
2522 | José Thomaz Nonô | PFL | 32.749 | Maceió | Alagoas | |
3610 | Olavo Calheiros | PRN | 29.802 | Murici | Alagoas | |
1414 | Roberto Torres | PTB | 25.703 | Água Branca | Alagoas | |
1212 | Mendonça Neto | PDT | 25.598 | Rio Novo | Minas Gerais | |
Fontes:[1][5][6][7] |
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Deputados estaduais eleitos
[editar | editar código-fonte]A Assembleia Legislativa de Alagoas possuía 27 vagas.
Notas
- ↑ Atualmente denominado Palácio República dos Palmares.
Referências
- ↑ a b c d e f BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1990». Consultado em 16 de março de 2024
- ↑ O rei vai votar. Disponível em Isto É Senhor, ed. 1.096 de 19/09/1990. São Paulo: Três.
- ↑ a b Em Alagoas, candidatos buscam votos dos indecisos (online). O Estado de S. Paulo, 19/01/1991. Página visitada em 5 de outubro de 2013.
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Geraldo Bulhões». Consultado em 16 de março de 2024
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Página oficial». Consultado em 16 de março de 2024
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Resolução n.º 16.347 de 27/03/1990». Consultado em 16 de março de 2024
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 19 de agosto de 2015