Feminismo interseccional – Wikipédia, a enciclopédia livre

O feminismo interseccional (por vezes abreviado a intersec) é uma abordagem que reconhece e critica as múltiplas formas de opressão e discriminação que afetam as mulheres de acordo com sua identidade de gênero, raça, classe, etnia, sexualidade, deficiência e outras categorias sociais ou identitárias. O termo foi cunhado pela jurista e ativista norte-americana Kimberlé Crenshaw em 1989, para denunciar a invisibilidade e a marginalização das mulheres negras dentro do movimento feminista e do movimento antirracista, dando ênfase na interseccionalidade.[1] O feminismo interseccional propõe uma análise conjunta e integrada dessas categorias, que se cruzam e se influenciam mutuamente, gerando diferentes experiências e desafios para as mulheres.

O feminismo interseccional pode ser considerado uma forma de ampliar o olhar sobre a diversidade e a complexidade das mulheres, e de buscar uma transformação social que combata todas as formas de desigualdade e violência. Alguns exemplos de feminismo interseccional incluem o feminismo negro, que articula a luta contra o racismo e o sexismo, o feminismo lésbico, que questiona a heteronormatividade e a homofobia, o feminismo chicano, que aborda as questões das mulheres latinas nos Estados Unidos,[2] o transfeminismo, em que se demonstra apoio ao ativismo transgênero e as mulheres trans e travestis,[3] feminismo islâmico, considerado uma forma de feminismo decolonial sobre questões de mulheres muçulmanas,[4] e o feminismo judaico, com intersecção dentro do judaísmo.[5]

Algumas autoras e ativistas que contribuíram para o desenvolvimento do feminismo interseccional são: Angela Davis, bell hooks, Audre Lorde, Patricia Hill Collins,[6] Lélia Gonzalez,[7] Sueli Carneiro,[8] Jurema Werneck,[9] Djamila Ribeiro,[10] Riki Wilchins,[11] entre outras.

Referências

  1. «Feminismo Interseccional: O que é, Tipos, Autoras e Frases». br.psicologia-online.com. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  2. «A importância do feminismo interseccional na luta pelo avanço dos direitos». CLAUDIA. 16 de março de 2023. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  3. Simakawa, Viviane Vergueiro (31 de dezembro de 2020). «Considerações Transfeministas sobre Linguagem, Imaginação e Decolonialidade: A Identidade de Gênero como Categoria Analítica: A Identidade de Gênero como Categoria Analítica». Cadernos de Linguagem e Sociedade (2): 452–471. ISSN 2179-4790. doi:10.26512/les.v21i2.35169. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  4. Mansour, Asmaa (2022). «Decolonizing Islamic Feminism: Zaynab al-Ghazali's Spiritual Activism in Return of the Pharaoh». Journal of Feminist Studies in Religion (1): 149–166. ISSN 1553-3913. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  5. Heschel, Susannah (1991). «Jewish Feminism and Women's Identity». Routledge. ISBN 978-1-315-80145-2. doi:10.4324/9781315801452-5/jewish-feminism-women-identity-susannah-heschel. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  6. Lima, Márcia (6 de agosto de 2021). «"Nossos passos vêm de longe", mas a caminhada ainda é longa para as mulheres negras». El País Brasil (em espanhol). Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  7. «Por um feminismo afro-latino-americano - Lélia Gonzalez - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  8. Sousa, Maressa De (10 de novembro de 2015). «O feminismo negro no Brasil». cacheia!. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  9. «Diretora da Anistia Internacional no Brasil luta contra o racismo e o sexismo». O Globo. 19 de março de 2017. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  10. Leal, Halina Macedo (21 de dezembro de 2021). «A interseccionalidade como base do feminismo negro». Cadernos de Ética e Filosofia Política (2): 21–32. ISSN 2317-806X. doi:10.11606/issn.1517-0128.v39i2p21-32. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  11. Scott-Dixon, Krista (2006). Trans/forming Feminisms: Trans/feminist Voices Speak Out (em inglês). [S.l.]: Canadian Scholars’ Press 


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