Lamim – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lamim
  Município do Brasil  
Igrejinha São Francisco de Assis em Lamim
Igrejinha São Francisco de Assis em Lamim
Igrejinha São Francisco de Assis em Lamim
Símbolos
Bandeira de Lamim
Bandeira
Brasão de armas de Lamim
Brasão de armas
Hino
Lema Crescendo sob as graças do Divino Espírito Santo
Gentílico laminense
Localização
Localização de Lamim em Minas Gerais
Localização de Lamim em Minas Gerais
Localização de Lamim em Minas Gerais
Lamim está localizado em: Brasil
Lamim
Localização de Lamim no Brasil
Карта
Mapa de Lamim
Coordenadas 20° 47′ 24″ S, 43° 28′ 26″ O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Senhora de Oliveira, Rio Espera, Santana dos Montes, Catas Altas da Noruega, Itaverava, Piranga[1]
Distância até a capital 150 km
História
Fundação 30 de dezembro de 1962 (61 anos)
Administração
Prefeito(a) Mirene Silva[2] (PP, 2023–2024)
Características geográficas
Área total [4] 118,160 km²
População total (Censo IBGE/2010[5]) 3 456 hab.
Densidade 29,2 hab./km²
Clima Não disponível
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 36455-000 a 36459-999[3]
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [6]) 0,691 médio
PIB (IBGE/2008[7]) R$ 15 884,923 mil
PIB per capita (IBGE/2008[7]) R$ 4 350,84
Sítio www.lamim.mg.gov.br (Prefeitura)
www.cmlamim.mg.gov.br (Câmara)
Cidade das rosas e jasmim.

Lamim é um município brasileiro do estado de Minas Gerais.

Conforme a classificação geográfica mais moderna (2017) do IBGE, Lamim é um município da Região Geográfica Imediata de Conselheiro Lafaiete, na Região Geográfica Intermediária de Barbacena.[8]

Os primeiros habitantes da região hoje compreendida como Lamim eram os indigenas puris. A colonização da região iniciou-se em 1710, quando os açorianos[9] Francisco de Souza Rego, Pedro José Rosa e José Pires Lamim, provenientes de Itaverava, fundaram o povoado.[10]

As margens do ribeirão Lamim se erigiu um arraial. Conta-se que Francisco de Souza Rego teria balançado uma bandeira do divino espirito santo, assim que fixou bases no local.[10]

O lugar tomou o nome de um dos seus fundadores, José Pires Lamim, que faleceu aos 25 anos de idade, cuja primitiva capela, homenageando o Divino Espirito Santo, foi erigida sobre sua sepultura, com provisão de 04 de julho de 1760 dada por D. Frei Manoel da Cruz, para, assim, perpetuar sua memória.[10]

Os proprietários da fazenda do Lamim, Francisco de Souza Rego e sua mulher, Ana Maria da Assunção, erigiram outra capela dedicada ao Espírito Santo, em virtude de ter-se arruinado a primeira. A provisão para esta segunda capela data de 06 de junho de 1769. Em 12 de setembro de 1781 foi benta a capela.[10]

O povoado foi elevado a distrito em 1768, fazendo parte, até 1790, ao termo de São José del Rei. Posteriormente a 1790 o distrito se vinculou ao termo de Queluz. Em ambos os casos era submetida a comarca do rio das Mortes. Em 1831, todo o termo da vila de Queluz passou a pertencer a comarca de Ouro Preto. Em 1872 foi criada a comarca de Queluz.[9]

Lamim permaneceu como parte do Queluz até 1938, quando passou a ser um distrito do recém criado município de Rio Espera. A cidade conseguiu a sua emancipação política apenas em 1962, pela lei estadual 2.764.[9]

Foi descoberto ouro nas terras da fazenda, o que atraiu uma grande população para explorar o mineral. Mesmo com esse pequeno surto minerador, a região foi fundamentalmente agrária.[10][9] Sua economia se baseia, até os dias atuais, na agricultura de subsistência e na pequena pecuária leiteira.[11]

A cultura lamiense em muito deve-se a seus povos formadores: os indígenas, africanos e europeus[11]. A herança indígena permanece nos modos de vida, na alimentação, no plantio, etc.

Festa do Padroeiro

[editar | editar código-fonte]

Dedicado ao Divino Espírito Santo, a festa sobressai-se como umas das principais atrações de Lamim, congregando a população católica do distrito. Ela é realizada há mais de 300 anos[12]. Justamente dessa festa surgiu a lenda popular mais famosa da cidade. Segundo ela, todos os anos era feita uma grande festa em honra do padroeiro. O festeiro era sorteado e fazia toda a festa por sua conta. Certa vez, a sorte caiu em um agricultor muito humilde. Para não fugir à tradição, ele resolveu fazer uma plantação de feijão destinada a cobrir as despesas da festa. Ao visitar a lavoura, foi grande a surpresa quando notou que todas as folhinhas espelhavam a imagem do Divino. A colheita foi grande, e lhe rendeu dinheiro suficiente para fazer uma bela festa ao padroeiro.[13]

Festa do Rosário

[editar | editar código-fonte]

Em outubro de todos os anos é realizada a novena em homenagem a Nossa Senhora do Rosário. Festa essa, que reúne a tradição católico-portuguesa com simbolismos de matriz africana. Visto que a Irmandande do Rosário era, durante o Brasil Colônia e Império, frequentada por pessoas negras - pretos ou pardos[14]. A presença dos grupos de congadas e a devoção fervorosa do povo laminense dão o tom do evento. Toda comunidade participa, inclusive as comunidades escolares.[15][16]

Congadas e Folias de Reis

[editar | editar código-fonte]

Dois eventos culturais revelam a musicalidade do povo laminense: o Congado e a Fólia de Reis.[17]

O congado, congo ou congada mescla cultos católicos europeus com práticas de matriz africana, em um movimento sincrético. É uma dança que representa a coroação do rei do Congo, acompanhado de um cortejo compassado, cavalgadas, levantamento de mastros e música. Os instrumentos musicais utilizados são a cuíca, a caixa, o pandeiro, o reco-reco, típicos da musicalidade afro-brasileira. Ocorre em várias festividades ao longo do ano, mas especialmente no mês de outubro, na festa de Nossa Senhora do Rosário. O ponto alto da festa é a coroação do rei do Congo.[18]

Na celebração de festas aos santos, onde a aclamação é animada através de danças, com muito batuque de zabumba, há uma hierarquia, onde se destaca o rei, a rainha, os generais, capitães, etc. São divididos em turmas de números variáveis, chamados ternos. Os tipos de ternos variam de acordo com sua função ritual na festa e no cortejo: Moçambiques, Catupés, Marujos, Congos, Vilões e outros.[18]

Folia de Reis é um festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do culto católico do Natal. Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos três "Reis Magos", denominados Melchior, Baltazar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII.[18]

Fixado o nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, adotou-se a data da visitação dos Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro. As canções são sempre sobre temas religiosos, com exceção daquelas tocadas nas tradicionais paradas para jantares, almoços ou repouso dos foliões, onde acontecem animadas festas com cantorias e danças típicas regionais, como catira, moda de viola e cateretê. Contudo ao contrário dos Reis da tradição, o propósito da folia não é o de levar presentes mas de recebê-los do dono da casa para finalidades filantrópicas, exceto, obviamente, as fartas mesas dos jantares e as bebidas que são oferecidas aos foliões.[18]

Referências

  1. «Lamim». Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Consultado em 23 de agosto de 2014 
  2. [1]
  3. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  4. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  5. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  6. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  7. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  8. «Divisões Regionais do Brasil | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 15 de junho de 2022 
  9. a b c d «História – Prefeitura Municipal de Lamim». Consultado em 1 de agosto de 2023 
  10. a b c d e cidades.ibge.gov.br https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/lamim/historico. Consultado em 1 de agosto de 2023  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  11. a b «História de Lamim – Guia da Estrada Real». Consultado em 1 de agosto de 2023 
  12. «Lamim festeja o divino há mais de 300 anos e tem até feijão com marca de pomba sagrada». Hoje em Dia. 5 de junho de 2022. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  13. «Festa do Divino em Lamim (MG) prossegue neste fim de semana com cortejo do Imperador pelas ruas da cidade; como nasceu a tradição? - Correio de Minas». 27 de maio de 2023. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  14. «Irmandade de Nossa Senhora do Rosário». historialuso.an.gov.br. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  15. «Devotos do Rosário realizam grande festa em Lamim». Arquidiocese de Mariana. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  16. Gerais, Portal Minas. «Portal Minas Gerais - FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO». Portal Minas Gerais. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  17. Physis. «Lamim». Estrada Real. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  18. a b c d «Lamim - Minas Gerais, História, Hospedagem, Turismo, Fotos, Mapa». Guia do Turista. Consultado em 1 de agosto de 2023 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Ícone de esboço Este artigo sobre municípios do estado de Minas Gerais é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.