Maurício Nogueira Lima – Wikipédia, a enciclopédia livre
Maurício Nogueira Lima | |
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Nascimento | 21 de abril de 1930 Recife |
Morte | 1 de abril de 1999 (68 anos) |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | pintor, arquiteto, designer gráfico, artista gráfico, professor universitário, artista visual |
Empregador(a) | Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Design da Universidade de São Paulo |
Maurício Nogueira Lima (Recife, 18 de Abril de 1930 – Campinas, 1 de Abril de 1999) foi um arquiteto, artista plástico, desenhista, designer e professor brasileiro. Iniciou seus trabalhos na pintura figurativa e ao longo de sua vida passou pela Pop Art, pelo Construtivismo, pelo Concretismo e por fim se dedicou ao Geometrismo.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Anos Iniciais
[editar | editar código-fonte]Nascido em Recife, Maurício Nogueira Lima mudou-se com a família aos dois anos de idade para São Paulo. Entre 1947 e 1950 a família se mudou para Porto Alegre e ali, paralelo aos estudos do Ensino Médio, Nogueira Lima estudou Artes Plásticas no Instituto de Belas Artes (que mais tarde viria a integrar a Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRSG). Novamente em São Paulo, em 1951, concluiu o Ensino Médio e se inscreveu no recém-inaugurado Instituto de Arte Contemporânea do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateubriand (MASP). Nesse mesmo ano, Maurício Nogueira Lima, então aos 21 anos de idade, venceu o concurso para o Cartaz do I Salão Paulista de Arte Moderna[1]. Segundo o artista, foi a partir de então que o seu trabalho como programador gráfico começou a ser reconhecido e valorizado[2].
Grupo Ruptura
[editar | editar código-fonte]Após a 1ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1951), Nogueira Lima e Waldemar Cordeiro foram os primeiros artistas a absorverem a arte concretista. Em 1953, a convite de Waldemar, passou a integrar o Grupo Ruptura, o qual reunia artistas abstratos geométricos em São Paulo.[3][4] No mesmo ano, ingressou no curso de arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, concluindo em 1957. Além disso, matriculou-se no curso de Propaganda da Escola Superior de Propaganda, no MASP.[5]
Durante esse período, Maurício Nogueira Lima desenvolveu uma sólida carreira como artista concreto, expondo pinturas geométricas na III, IV e VI Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Essa produção lhe permitiu apresentar obras na mostra Konkrete Kunst (Arte Concreta) realizada em Zurique, em 1960, a convite de Max Bill[1].
Pós-Golpe Militar
[editar | editar código-fonte]Com o Golpe Militar de 1964, Maurício Nogueira Lima voltou-se para a figuração, afastando-se temporariamente do concretismo e aproximando-se da pop-art[6]. Nesse ano ministrou Projeto e Composição no curso de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em 1967 foi contratado como professor titular de Composição e Iniciação às artes industriais da Faculdade de Artes e Comunicações da FAAP, atuando também como diretor do curso de Formação de Professores de Desenho.
Também em 1967 colaborou com a organização da mostra Nova objetividade brasileira[7], realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, assinando o Manifesto “Declaração de princípios básicos da Nova Vanguarda”.
Retorno ao abstracionismo
[editar | editar código-fonte]Em 1973 retomou a abstração geométrica, com maior liberdade formal. Com a ilusão de volumes e vibrações cromáticas, realizou uma série de intervenções urbanas em São Paulo, como as pinturas na Praça Roosevelt e no Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão. Além disso, projetou, na década de 80 em São Paulo, os painéis para as estações Santana e São Bento do metrô de São Paulo[8].
De acordo com Gabriel San Martin, com "a dispersão do Grupo Ruptura e a morte de Waldemar Cordeiro, o comedimento formal rigoroso a que o seu trabalho parecia emplacado fica mais despojado. O manuseio da cor atinge determinada maturidade e passa, de fato, a fomentar as particularidades de seus esquemas. Como que rompida a lógica concreta que mediara a sua produção como um censor a determinados ordenamentos formais, Maurício adota uma disposição colorista até então enrustida às suas configurações de cinquenta. O ritmo visual dos trabalhos passa a surtir efeito segundo o movimento da cor"[9].
Ainda nas intervenções urbanas, realizou trabalhos pioneiros de intervenção cromática com projeção noturna nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro e no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Em 1974 começou a lecionar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), onde permaneceu até a sua morte. Ali também realizou mestrado e doutorado.
Em paralelo à produção de artes plásticas, Maurício Nogueira Lima criou cartazes, logotipos e projetos arquitetônicos para empresas e eventos, como a FENIT (Feira Internacional da Indústria Têxtil, 1958) e UD (Feira de Utilidades Domésticas, 1959)[10].
Referências
- ↑ a b BARROS, Regina Teixeira de. «O artista». Maurício Nogueira Lima (site oficial). Consultado em 10 de setembro de 2018
- ↑ PIMENTA, Cecília (1984). «Ideário concreto (entrevista com Maurício Nogueira Lima)» (PDF). Revista Artes. Consultado em 10 de setembro de 2018
- ↑ «Maurício Nogueira Lima» 1113-1119 ed. Veja: 89. Abril de 1990. Consultado em 19 de setembro de 2018
- ↑ Pontual, Roberto (1973). Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. [S.l.]: Collectio. p. 301
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Maurício Nogueira Lima | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
- ↑ ARAÚJO, Olívio Tavares de (1977). «Retomando a pintura (e a briga)» (PDF). Catálogo da exposição Galeria de Arte Global. Consultado em 10 de setembro de 2018
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Nova Objetividade Brasileira (1967 : Rio de Janeiro, RJ) | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
- ↑ LIMA, Maurício Nogueira (1981). «Arte Urbana: painel no largo São Bento» (PDF). Consultado em 10 de setembro de 2018
- ↑ San Martin, Gabriel (2022). "Nogueira Lima, virtude colorista". Correio Popular, Campinas, 21/06/2022.
- ↑ LIMA, Maurício Nogueira (1967). «As feiras promocionais ou os happenings das indústrias» (PDF). Revista Arquitetura e Construção. Consultado em 10 de setembro de 2018