Preguiça-gigante – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Fóssil brasileiro de preguiça-gigante (Glossotherium) ora exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Fóssil brasileiro de preguiça-gigante (Glossotherium) ora exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Estado de conservação
Pré historica
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Superordem: Xenarthra
Ordem: Pilosa
Famílias
Rathymotheriidae

Scelidotheriidae
Mylodontidae
Orophodontidae
Megalonychidae
Megatheriidae

As preguiças-gigantes[1] ou preguiças-terrícolas[2] são um grupo de mamíferos pré-históricos que habitaram as Américas.[3] Cientificamente são classificados dentro da superordem Xenarthra e relacionados com as preguiças atuais, que são arborícolas.[3]

O grupo é constituído por seis famílias e 88 géneros, todos extintos. As preguiças-gigantes surgiram no Oligocénico e extinguiram-se há cerca de 10 000 anos atrás. Há evidências de que uma pequena população tenha sobrevivido nas ilhas de Hispaniola e Cuba até cerca de 1500 a.C.

Apesar do nome, nem todos os membros do grupo das preguiças-gigantes eram de grandes dimensões. O registo fóssil indica que as primeiras formas a surgir eram relativamente pequenas, de tamanho comparável às preguiças atuais, sendo a evolução para o gigantismo progressiva. No fim do Pliocénico, início do Plistocénico, esta tendência inverteu-se no sentido da redução de tamanho talvez por pressões ecológicos. Nas Caraíbas, muitas espécies tornaram-se variáveis anãs, numa adaptação a ambiente insular e condições tropicais também observada, por exemplo, em proboscídeos (Stegodon) ou hominídeos (Homo floresiensis).

As preguiças-gigantes surgiram no Oligocénico, na região da atual Patagónia, e desenvolveram-se na América do Sul. Com o estabelecimento do istmo do Panamá, as preguiças migraram para Norte, chegando ao atual estado do Yukon, no Canadá.

Couro preservado de Mylodon, exibido no Museu de La Plata, Argentina.

A anatomia das preguiças-gigantes é conhecida com bastante detalhe, graças a centenas de exemplares bem conservados encontrados em cavernas e nos poços de betume de La Brea, na Califórnia. Alguns exemplos encontram-se tão bem preservados que incluem tecidos fossilizados ou partes da pelagem de cor avermelhada, como os encontrados no famoso sítio paleontológico conhecido como Cova do Milodonte, no Chile[4].

Um pequeno grupo, de 5 espécies da familia Megatheriidae, pertencentes ao gênero Thalassocnus, é considerado tendo habito de vida semi-aquático, vivendo próximo à ambientes marinhos[5].

Os hábitos alimentares das preguiças-gigantes são igualmente bem conhecidos através do estudo dos seus coprólitos (fezes fossilizadas) e respectivo conteúdo vegetal. Sabe-se assim que estes animais eram exclusivamente herbívoros e que preferiam folhas e ramos de árvores. Eram, no entanto, bastante flexíveis e, em épocas de escassez, podiam consumir plantas desérticas, incluindo cactos.

A primeira tentativa de reconstrução anatómica de um conjunto de fósseis foi realizada em 1796 e o resultado foi interpretado por Georges Cuvier como uma forma de preguiça-gigante, que o naturalista classificou como Megatherium americanum.

Diversos museus de história natural pelo mundo apresentam exemplares de preguiças-gigantes em suas exposições, na América do Sul podendo ser vistos, por exemplo, nas exposições do Museu de La Plata, Argentina e Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Alguns gêneros

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A taxonomia das preguiças-gigantes é complexa e polifilética, sendo alguns grupos mais próximos das preguiças atuais que de outras famílias de preguiças-gigantes.

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Ligações externas

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Fósseis de preguiças-gigantes exibidos no Museu de La Plata: Lestodon trigonides, Glossotherium robustum (jovem e adulto) e Selidotherium leptocephalum.
  1. «Preguiça-gigante» 
  2. «Preguiça-terrícola» 
  3. a b Bargo & Vizcaíno, M. Susana (2008). «Paleobiology of Pleistocene ground sloths (Xenarthra, Tardigrada): Biomechanics, morphogeometry and ecomorphology applied to the masticatory apparatus». AMEGHINIANA 45(1):175-196. Consultado em 17 de julho de 2019 
  4. Martinic, Mateo (1996). «La Cueva del Milodon (Ultima Esperanza, Patagonia chilena).Un siglo de descubrimientos y estudios referidos a la vida primitiva en el sur de America» (PDF). Journal de la Société des Américanistes. Tome 82, 1996. pp. 311-323. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  5. Gaudin, Eli Amson, Christian de Muizon, Timothy J. Gaudin (2016). «A reappraisal of the phylogeny of the Megatheria (Mammalia: Tardigrada), with an emphasis on the relationships of the Thalassocninae, the marine sloths.» (PDF). Zoological Journal of the Linnean Society, Linnean Society of London. Consultado em 17 de julho de 2019