Petroquímica União – Wikipédia, a enciclopédia livre

PQU
Razão social Petroquímica União S.A.
empresa de capital aberto
Atividade química
petroquímica
Gênero sociedade anônima
Fundação 15 de junho de 1972
Destino Incorporada
Encerramento 2009
Sede Santo André, São Paulo
Proprietário(s) Quattor

Petroquímica União S.A. foi uma empresa do setor petroquímico, localizada nas cidades de Santo André e em Mauá, produtora de etileno, propileno, butadieno, hidrogênio, LPG, pentenos e aromáticos para gasolina, benzeno, 0-xileno, P-xileno e solventes, pioneira do setor petroquímico brasileiro. Junto com outras 04 empresas - Brasivil Resinas Vinílicas Ltda, Poliolefinas S.A., Copamo - Consórcio Paulista de Manômero Ltda e Empresa Brasileira de Tetrâmero Ltda - tinha como principal acionista a holding Unipar (União de Indústrias Petroquímicas S.A.) até ser vendida e incorporada à Braskem, onde atualmente é conhecida como Unidade de Insumos Básicos (Unib3).[1]

Inicialmente um projeto dos empresários dos grupos Soares Sampaio, Moreira Salles e Ultra, que tinham o interesse de construir um central petroquímica próxima à Refinaria de Exploração de Petróleo União, pertencente ao grupo Soares Sampaio.[2] Os empresários brasileiros tentaram se associar à petroleiras americanas para viabilizar o projeto, a Union Carbide, a Gulf Oil Corporation e a Phillips Petroleum, no entanto não houve acordo para levar adiante a empreitada.[2][3] Foi só com a entrada da Petrobrás no projeto através da sua subsidiária para o setor, a Petroquisa, que fora criada em 1967, que a construção pode ir adiante.[2]

O evento de lançamento da pedra fundamental da fábrica da Petroquímica União no bairro de Capuava, em 11 de abril de 1969 marcou o início da parceria entre o poder público e a iniciativa privada no setor petroquímico, e contou com a presença do Presidente da República, Arthur da Costa e Silva, do governador Abreu Sodré e do embaixador francês, François Labouyaye.[4][5]

Em 15 de junho de 1972 a Petroquímica União iniciou suas operações, com capacidade para produzir 180 mil toneladas de eteno.[2] Nesse mesmo ano entra em produção a empresa Poliolefinas, responsável pela produção de polietileno de baixa intensidade, e a Brasivinil, produtora de PVC, que juntamente com Carbocloro, já em funcionamento, Copamo e Tetrâmero completam projeto petroquímico da UNIPAR.[6]

Em 1973, a Petrobrás Química S.A. – Petroquisa, adquire o controle acionário e a direção da Petroquímica União S.A.[7] A terceira fase do projeto da Petroquímica União foi concluída em março de 1974, atingindo o número de 300 mil toneladas anuais. No mesmo ano, a extensão do gasoduto ligando a central à unidade da Union Carbide, em Cubatão foi concluída.[8]

Na década de 1980, a Petroquímica União inaugurou a unidade de resinas de petróleo, com produção de 10 mil toneladas ao ano. Esse componente era utilizado na fabricação de adesivos, tintas e borrachas.[9]

Entretanto, a deterioração do cenário econômico e financeiro do país nos anos 1980 e a adesão ao ideário do Consenso de Washington fez com que a participação da Petrobrás no setor petroquímico fosse colocada no rol de privatizáveis pelo Presidente eleito, Fernando Collor. As ações da Petroquisa na Petroquímica União, assim como todas as ações que a estatal detivesse em outras empresas do setor, foram colocadas no Fundo Nacional de Desestatização. Mesmo sob a presidência de Itamar Franco as privatizações na petroquímica prosseguem e o leilão da Petroquímica União ocorre em 24 de Janeiro de 1994, no qual a Union Carbide adquire 13% do capital e um dos integrantes do consórcio Polibrasil (Ipiranga, Suzano, Shell e outros) ficou com 6,5% do capital, além de Unipar, Itaú, Odebrecht, Oxiteno e Unigel. Os funcionários se organizaram em uma empresa – a Sociedade dos Empregados da Petroquímica União (SEP) – e adquiriram 10% do capital.[10][11]

Em 2002 a Petroquímica União completou 30 anos de existência sem nunca parar a sua produção.[12]

Em 2008, é criada a Quattor, controlada pela Unipar (que possui 60% das ações ordinárias) e pela Petrobras (40%), formada a partir da consolidação dos ativos da Rio Polímeros, da Suzano Petroquímica, da Petroquímica União e da Unipar.[13]

Em 23 de janeiro de 2009, a Petroquímica União teve sua denominação alterada para Quattor Químicos Básicos S.A..[14]

Em junho de 2009, a Quattor Químicos Básicos S.A. foi incorporada pela Polietilenos União (empresa controlada pela Quattor), que passou a se chamar Quattor Química S.A.. Em 1º de setembro de 2010, a Quattor Química S.A. foi incorporada pela Quattor.[14][15]

Em janeiro de 2010, foram concluídas as negociações para aquisição da Quattor, por meio de um acordo celebrado entre Odebrecht, Petrobras, Braskem e Unipar, para aquisição da participação de 60% da Unipar na Quattor. Em fevereiro de 2011, a compra da Quattor pela Braskem é aprovada pelo CADE.[16]

A Quattor teve sua denominação social alterada para Braskem Qpar S.A em 05 de dezembro de 2011 e foi incorporada pela Braskem em 1ª de dezembro de 2014.[14]

Referências

  1. «PQU, Quattor, Braskem: uma história de 40 anos - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: memória,colunas,dgabc». Jornal Diário do Grande ABC. Consultado em 24 de junho de 2023 
  2. a b c d «Criada para ser a maior petroquímica da América Latina». Revista Petro & Química. Junho de 2002. Consultado em 27 de abril de 2020. Cópia arquivada em 13 de julho de 2023 
  3. «O grande salto». Revista Petro & Química. Setembro de 2003. Consultado em 13 de julho de 2023. Cópia arquivada em 13 de julho de 2023 
  4. «Costa inaugura novo terminal da Petrobrás em SP.». Correio da Manhã. 05 páginas. 12 de abril de 1969 
  5. «A Unipar e o "custo família"». Folha de S.Paulo. 18 de abril de 1998. Consultado em 16 de abril de 2020 
  6. «Complexo Unipar inaugura unidade básica.». Correio da Manhã. 1 páginas. 16 de junho de 1972 
  7. «Escassez na Petroquímica». Jornal do Brasil. 28 páginas. 4 de setembro de 1973 
  8. Petrobrás. «Refinaria Capuava (Recap)». Consultado em 1 de março de 2020 
  9. «Criada para ser a maior petroquímica da América Latina». Revista Petro&Química (238): 20-24. Junho de 2002 
  10. «Union Carbide compra maior parte». Folha de S.Paulo. 25 de janeiro de 1994. Consultado em 28 de abril de 2020 
  11. «Edição 238 - Revista Petro & Química». www.petroquimica.com.br. Consultado em 22 de junho de 2023 
  12. Fairbanks, Marcelo (11 de março de 2002). «Petroquímica: PQU 30 anos». Editora QD 
  13. «Petrobras e Unipar apresentam nova petroquímica - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 22 de junho de 2023 
  14. a b c «Resultados da Petros em 2012» 
  15. Bovespa, Notícias (1 de julho de 2009). «Unipar anuncia incorporação de sua controladora Quattor pela Polietilenos União». InfoMoney. Consultado em 22 de junho de 2023 
  16. G1, Do; OnLine, com informações do Valor (23 de fevereiro de 2011). «Cade aprova compra da Quattor pela Braskem». Economia. Consultado em 22 de junho de 2023